A UFSM e a Prefeitura de Santa Maria apresentaram, no dia 8 de setembro, os resultados do projeto de mapeamento do arranjo produtivo local (APL) têxtil de Santa Maria. O estudo foi desenvolvido por meio de um acordo de cooperação técnica entre as instituições, com coordenação do professor Álvaro Neuenfeldt Júnior, do Núcleo de Inovação e Competitividade (NIC) do Centro de Tecnologia da UFSM.
O evento, realizado no novo espaço do Sicredi, marcou o encerramento do primeiro ciclo do projeto, que tem como objetivo identificar o potencial dos APLs locais e auxiliar em demandas específicas de cada setor. O trabalho foi conduzido pela equipe do NIC, com participação da discente Bruna Silva, doutoranda em Engenharia de Produção.
De acordo com o professor, o projeto teve início em fevereiro, com o propósito de compreender o funcionamento dos arranjos produtivos locais (agrupamentos de empresas de um mesmo segmento que buscam crescer de forma conjunta). “Mesmo sendo concorrentes, todos pensam em conjunto: são ações para auxiliar no crescimento do contexto socioeconômico de Santa Maria”, explicou.
O diagnóstico do setor têxtil foi estruturado em três dimensões principais: levantamento das necessidades, mapeamento da cadeia produtiva e análise do estado atual das empresas. Ao todo, 15 empresas participaram das entrevistas, realizadas entre março e abril. Cada encontro durou de 45 minutos a uma hora e foi conduzido pela discente Bruna.
“As perguntas são objetivas e abordam aspectos como cooperação, mão de obra, produtividade, tecnologia, finanças, inovação e marketing”, relatou Júnior. Segundo ele, além da coleta de dados quantitativos, a discente também registrou observações qualitativas das conversas com os empresários, o que enriqueceu a análise final.
O relatório técnico apresentou um panorama detalhado do setor têxtil de Santa Maria. Aproximadamente 80% das empresas estudadas atuam na área de confecção ou facção, e todas produzem e vendem seus produtos; nenhuma trabalha apenas com comercialização.
“O setor tem um grande potencial, mas ainda enfrenta desafios culturais e estruturais. Mesmo assim, foi possível observar que há cooperação entre as empresas, que se ajudam com mão de obra e matéria-prima”, destacou Bruna.
Durante o evento, a discente apresentou as análises e percepções obtidas nas entrevistas, em uma exposição que integrou o “Têxtil em Foco”, promovido pela Prefeitura no novo espaço Sicredi. A sessão contou ainda com a participação do pró-reitor de Inovação e Empreendedorismo da UFSM, Daniel Bernardon, e foi dividida em três momentos: apresentação institucional do Sicredi, exposição dos resultados pela equipe da UFSM e um debate que teve a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Ronie Gabbi.
Para o coordenador, o trabalho evidenciou a importância da integração entre universidade, setor produtivo e poder público. “Cada um apoia dentro da sua área: a universidade contribui com pesquisa, a prefeitura com soluções e as empresas com a prática e o conhecimento de mercado. Assim, todos acabam ganhando”, afirmou.
O projeto, que inicialmente seria concluído em agosto, foi renovado até o fim de 2026 e já está em seu segundo ciclo, agora voltado ao setor metalmecânico. A metodologia desenvolvida é replicável e aplicável a outros segmentos do mercado.
“Nosso papel, como Núcleo de Inovação e Competitividade, é elaborar diagnósticos que ajudem a entender as necessidades dos setores e orientar estratégias de desenvolvimento. A ideia é que o diagnóstico continue sendo expandido”, concluiu o professor Álvaro Neuenfeldt Júnior.
Texto: Assessoria de Comunicação da Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo