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UFSM integra grupo de trabalho que vai rediscutir o projeto de viaduto na rótula da Avenida Roraima

Estudos de professores alertam para riscos e impactos do projeto previsto para a RSC-287



A UFSM propôs uma discussão conjunta para buscar soluções à duplicação da RSC-287, a Faixa Nova de Camobi, especialmente quanto ao viaduto previsto na Avenida Roraima, na rótula de acesso ao Campus Sede. Esta foi a manifestação do diretor do Centro de Tecnologia (CT), Tiago Marchesan, futuro vice-reitor, em audiência pública realizada há poucos dias no CTG Sentinela da Querência, em Camobi.

Convidado para compor a mesa oficial, Tiago enfatizou a importância da duplicação da rodovia, mas revelou preocupação com a proposta do viaduto apresentada pela empresa paranaense vencedora da licitação, que resultaria em grandes paredes laterais das rampas, que encobririam o acesso à Universidade e dividiriam o bairro.

“O sentimento é de que a duplicação da Faixa Nova, principalmente no trecho urbano, da forma que está sendo realizada, divide o bairro ao meio, atravanca esse parque linear que é a Avenida Roraima, usada não só para trânsito, mas também para caminhadas, esportes, bicicletas, todos os modais de transporte”, afirma.

Como resultado da audiência pública, que reuniu cerca de 150 participantes, foi encaminhada a criação de um grupo de trabalho reunindo representantes da UFSM, Prefeitura, Câmara de Vereadores e entidades representativas do município para trabalhar uma solução técnica e articular junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para que o projeto inicial não seja licitado.
 
“A UFSM se insere, junto com as demais entidades, nesse trabalho de viabilização de uma solução técnica. A Universidade tem pesquisadores qualificados, que podem auxiliar e colaborar na elaboração de um projeto melhor, em conversa com a sociedade e em sintonia com os interesses da comunidade”, salienta Tiago, que é o representante da Universidade no grupo de trabalho.
 

Preocupações e recomendações

A pedido do Gabinete do Reitor, os professores Alejandro Ruiz Padillo, do Laboratório de Mobilidade e Logística (Lamot), e Carlos Félix, do Grupo de Estudos em Mobilidade (GeMob), do Centro de Tecnologia (CT) da UFSM, encaminharam pareceres técnicos com análises convergentes que apontam preocupações e recomendações sobre o projeto de interseção entre a RSC-287 e a Avenida Roraima. As análises indicam a necessidade de revisão técnica e urbanística do projeto apresentado pela Engemin Engenharia ao Daer. 

A proposta prevê que a RSC-287 seja elevada sobre a Avenida Roraima, substituindo a atual rotatória por um sistema de alças de acesso e retornos laterais. Essa configuração, segundo os documentos, levanta questionamentos sobre segurança, fluidez e integração urbana.

O estudo do grupo GeMob destaca que a interseção já opera no limite de sua capacidade, especialmente nos horários de pico, quando coincidem o tráfego regional e o grande volume de veículos que entram e saem da UFSM. Porém, em relação à proposta apresentada, o parecer alerta para o risco de saturação das alças e retornos, caso não sejam dimensionados adequadamente, e para conflitos de tráfego entre os fluxos vindos da universidade e da ERS-509, a Faixa Velha.

O relatório também ressalta impactos urbanísticos e ambientais decorrentes do viaduto em aterro, como ruído, alterações na drenagem, desapropriações e barreiras físicas que podem fragmentar o bairro. Além disso, chama atenção para o impacto visual e simbólico da estrutura na entrada principal da UFSM e para o risco de que os espaços sob o viaduto se tornem áreas de insegurança pública. 

Entre as recomendações, estão a realização de estudos detalhados de tráfego, a avaliação de alternativas de projeto — como rotatórias multiníveis ou soluções mistas — e a garantia de ciclovias, passagens de pedestres e pontos de ônibus seguros.

Necessidade de novos estudos

Já o parecer do Laboratório de Mobilidade e Logística reforça que a nova configuração proposta cria entrelaçamentos curtos e potencialmente perigosos na Avenida Roraima, além de interromper a ciclovia e calçadas existentes, contrariando as diretrizes do Plano de Mobilidade Urbana de Santa Maria. O documento também ressalta a necessidade de manter a continuidade e segurança da infraestrutura voltada a pedestres e ciclistas, e de garantir condições adequadas para o transporte coletivo que atende o Campus Sede e o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).

Os professores destacam que não tiveram acesso ao projeto detalhado nem aos dados de tráfego utilizados para embasar a proposta, o que limita a avaliação técnica e reforça a importância de mais transparência e de novos estudos de demanda e simulação. Também recomendam que a proposta considere medidas de mitigação ambiental e sonora, bem como um plano de fases de obra que minimize os impactos sobre a circulação local durante a construção.

Ambos os pareceres concordam que o projeto, como está, pode gerar congestionamentos, riscos à segurança viária e perda de qualidade urbana se não forem feitos ajustes e estudos complementares. Assim, defendem uma avaliação integrada que envolva também a interseção da Avenida Roraima com a ERS-509, já sobrecarregada, para evitar o deslocamento de problemas de tráfego de um ponto para outro. 

Foto: Felippe Richardt

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