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“A vida começa quando a violência acaba”: Banco Vermelho é posicionado no Hall do RU I

Ato é memorial para vítimas de feminicídio e busca conscientizar sobre a violência contra as mulheres



A imagem é horizontal e colorida. Cerca de 20 pessoas estão reunidas ao redor do banco vermelho. Elas sorriem o olham para a câmera.
A Casa Verônica, o Gabinete do Reitor e autoridades de Santa Maria estiveram presentes na inauguração

Um banco vermelho foi colocado no hall do Restaurante Universitário I como forma de conscientização. Nesta quinta-feira (04), o Gabinete do Reitor e a Casa Verônica inauguraram o Banco Vermelho em alusão ao combate ao feminicídio. Além dos organizadores do evento, estiveram presentes o juiz Rafael Pagnon Cunha, do Juizado da Violência Doméstica de Santa Maria, e o vereador Sidnei Cardoso, um dos responsáveis por aderir à Lei dos Bancos Vermelhos em Santa Maria.

De acordo com o Mapa Nacional de Violência de Gênero, 718 feminicídios foram registrados no primeiro semestre de 2025 no Brasil. Segundo a mesma pesquisa, 33.999 estupros contra mulheres foram denunciados. Em 2024, 1.459 mulheres foram assassinadas apenas por serem mulheres. Isso significa que quatro mulheres são mortas por dia. Neste ano, a capital paulista registrou o maior número de feminicídios da história. Segundo a ONU Mulheres, uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por seu parceiro íntimo ou por outro membro da família.

O medo faz parte da rotina das mulheres. Pensar repetidas vezes sobre a roupa que vão usar, o caminho que farão ou o horário mais adequado para sair de casa é um comportamento que reflete a busca por proteção contra aqueles que mais violentam. A violência não é apenas física, é um olhar invasivo que queima na pele, uma “brincadeira” provocativa, um assédio disfarçado de elogio ou um toque indesejado.

O Banco Vermelho

A Campanha do Banco Vermelho teve origem na Itália, em 2016, e se espalhou pelo mundo. O principal objetivo do projeto é conscientizar a população sobre a violência de gênero. No Brasil, os Bancos Vermelhos foram instituídos pela Lei n. 14.942, de 31 de julho de 2024. Em Santa Maria, o primeiro banco foi instalado no Calçadão Salvador Isaías, em agosto. Segundo o vereador Sidnei Cardoso, há a intenção de instalar bancos vermelhos em 86 escolas da cidade no próximo ano, “para conscientizar principalmente nós, homens, sobre a violência”, afirmou.

O banco instalado no Restaurante Universitário foi pintado pela estudante de Artes Visuais Marcele Marin e carrega duas frases. Na frente, a frase de Maria da Penha: “A vida começa quando a violência acaba”. Na parte traseira, a frase de Livia Guida: “Quando uma de nós morre vítima da violência oriunda do patriarcado, machismo e misoginia, todas nós morremos um pouco”.

A fotografia é vertical e colorida. A imagem foca na escrita do banco vermelho que diz "a vida começa quando a violência acaba", frase de Maria da Penha.
Frase escrita na frente do banco
A imagem é horizontal e colorida. A forografia mostra uma frase escrita no banco vermelho. A frase diz: "quando uma de nós morre vítima da violência oriunda do patriarcado, machismo e misoginia, todas nós morremos um pouco" e é de Livia Guida. A escrita é feita na cor branca.
Frase na parte de trás do banco

A coordenadora da Casa Verônica, Bruna Denkin, afirma que a iniciativa serve como memorial e homenagem, simbolizando a ausência das mulheres que tiveram suas vidas tiradas. Bruna lembra de Luanne Garcez, estudante da UFSM e vítima de feminicídio: “É para pensarmos nas pessoas que não estão na Universidade, que tiveram suas vidas arrancadas”. A coordenadora reitera a importância de colocar o item dentro do espaço acadêmico: “Embora a Universidade seja espaço de formação de conhecimento e pensamento crítico, ela não está isenta das violências que ocorrem na sociedade. É muito importante que uma instituição de educação olhe para isso”.

Ato de homenagem às servidoras do CEFET/RJ

No dia 28 de novembro, Allane de Souza Pedrotti Mattos e Layse Costa Pinheiro, funcionárias do CEFET-RJ, foram assassinadas dentro de uma unidade de ensino no Maracanã. O suspeito da agressão é um homem e colega de trabalho. O ato no Banco Vermelho, na UFSM, foi uma homenagem às vítimas desse crime.

“Esse banco é pequeno, em tamanho, mas tem grandeza simbólica de conscientizar e chamar atenção para algo que está nos atropelando, em termos numéricos, com muita dor”, relatou a vice-reitora da UFSM, Martha Adaime. A futura reitora eleita comentou sobre a cor vermelha do banco, que remete à dor e à resistência: “São duas palavras que definem bem tudo”.

“Teremos uma ouvidora mulher”

Segundo a vice-reitora e futura reitora, há um cronograma para instalar mais bancos vermelhos na Universidade. Além disso, Martha afirma que pretende aperfeiçoar as instruções e orientações sobre assédios dentro da UFSM durante seu mandato: “Estamos trabalhando na construção desse protocolo para que seja mais assertivo, tendo a escuta adequada, para que possamos ter mais sucesso nos processos”. A vice-reitora ainda informou que a Ouvidoria da UFSM será renovada: “Teremos uma ouvidora mulher, que toma posse a partir do dia 2”.

Como identificar uma agressão

A fotografia é vertical e colorida. O foco da imagem é uma placa que está no baco vermelho. Na placa está escrito "este banco representa uma luta pelo feminicídio zero". Também mostra como procurar ajuda em casos de violência contra as mulheres.
QR code leva para site com informações sobre como buscar ajuda

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, “a violência contra a mulher inclui qualquer ato ou conduta que provoque morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, seja em espaços públicos ou privados”.

Entre os exemplos de violência citados pelo Tribunal, estão:

  • Agressão física: tapas, puxões de cabelo, empurrões, queimaduras e outras lesões;

  • Violência psicológica: ofensas, ameaças, humilhação, manipulação e chantagem;

  • Violência patrimonial: destruição de objetos pessoais, retenção de cartões bancários ou benefícios, destruição de documentos e bens;

  • Abuso sexual: estupro, toques e carícias sem consentimento, prostituição forçada;

  • Assédio: moral e/ou sexual;

  • Violência obstétrica: ações e procedimentos desrespeitosos ou abusivos durante atendimento de saúde;

  • Outras violências: tráfico de mulheres, tortura, cárcere privado;

  • Feminicídio: homicídio motivado pelo fato de a vítima ser mulher, em sua forma tentada ou consumada.

Procure ajuda

A Casa Verônica desenvolveu uma página com informações que podem auxiliar mulheres vítimas de violência a buscar suporte. No banco vermelho, há um QR Code que direciona para o link com orientações sobre onde procurar ajuda.

Denuncie

  • Central de Atendimento à Mulher – 180

  • Direitos Humanos – 100

  • Centro de Referência da Mulher (CRM) – (55) 3174-1519, opção 2 / (55) 99139-4971 (WhatsApp)

  • Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) – (55) 3174-2252

  • Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) – (55) 3174-2225

  • Polícia Civil – 197

  • Brigada Militar – 190

  • Guarda Municipal – 153 (Ciosp)

  • Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Santa Maria – (55) 3222-8888

  • Ministério Público – (55) 3222-9049

  • Defensoria Pública – (55) 3218-1032

Texto e fotografias: Jessica Mocellin, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

 

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