O Rio Grande do
Sul tem três áreas protegidas em sua costa: a Estação Ecológica do Taim, localizada entre
Rio Grande e Santa Vitória do Palmar; a Lagoa do Peixe, em Mostardas; e o
Parque Estadual de Itapeva, em
Torres. O professor Cassio Arthur Wollmann, do curso de
Geografia da UFSM, escolheu a primeira reserva para elaborar, com seus alunos, o primeiro atlas climático de uma reserva ambiental no Brasil.

A ideia de
estudar o Taim, área
administrada pelo Instituto Chico Mendes, surgiu no
doutorado, mas o projeto exigiria recurso para aquisição de equipamento para
aferir o clima. A solução foi submeter a proposta ao edital voltado para recém-doutor da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS).

Entre março de
2013 e março de 2015, a
equipe realizou estudo climatológico. Quase 270 mapas foram obtidos daquela
região, caracterizada por ser um banhado e ponto de parada e de reprodução de
aves migratórias do continente
americano, do Canadá à Patagônia.

Além disso, a área tem
clima preservado há milhares de anos, pois não sofre com a
interferência humana – ponto que diferencia dos demais estudos neste campo. Em Santa Maria, por
exemplo, os dados são coletados da estação meteorológica da UFSM.

Características
peculiares foram notadas durante o período de aferição, como a presença de
dunas com diferença climática muito grande em relação às do litoral. Mas o
resultado mais interessante é a variação de quase 50° C no ano. “Durante o inverno,
você pode ter temperatura de -7° C. No verão, facilmente se registram 42°C. São quase 50°C de diferença num ambiente
pequeno, em torno de 20 km”,
constata Wollmann.

Curiosidades

O nome Taim é
inspirado no canto da ave símbolo do Uruguai, a tarran, que também vive na
reserva.

A Estação Ecológica
se tornou reserva em 1986. Entretanto, desde a década de 1970 já havia a intenção
de preservar a faixa de terras localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim.

Texto: Luana Mello,
acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias da UFSM