Estima-se que são cultivados com acácia-negra
aproximadamente 115 mil hectares, em 15 mil propriedades rurais,e outros 30 mil hectares, em empresas
produtoras de tanino. A produção de acácia-negra está concentrada na área
compreendida entre Nova Petrópolis, Santa Cruz do Sul, Herval e Santana da Boa Vista,
distribuída em cerca de 100 municípios gaúchos. O mercado para este produto é superior a R$ 250 milhões anuais,
distribuídos em 23% para casca, 41% para madeira energia e carvão e 36% para madeira celulose, este
último, exclusivamente para a exportação.
Devido à redução da área com novos
plantios, a equipe do professor Dilson Antonio Bisognin, do Departamento de
Fitotecnia, desenvolve programa de melhoria da qualidade genética e fisiológica das mudas de acácia-negra
destinadas ao reflorestamento em parceria com a Sociedade Extrativista de Tanino de Acácia (SETA). O grupo trabalha
com dados de sete anos de avaliaçãoe pesquisa com 155 procedências de acácia-negra, introduzidas
da Austrália, inicialmente para selecionar plantas mais bem adaptadas dentro
das melhores genética, segundo dados de altura e volume comercial e diâmetro a altura do peito.
As mudas selecionadas, representativas
da variabilidade genética introduzida, serão a base para o estabelecimento de
um programa de produção de sementes e mudas de alta
qualidade genétic e fisiológica.
O pesquisador que coordena o projeto, o
professor Bisognin, salienta que o projeto prevê o estabelecimento de um
programa contínuo de produção de sementes e mudas e a definição de um esquema de
melhoramento genético de acácia-negra.
As plantas selecionadas serão utilizadas
para estabelecer áreas de produção de sementes e mudas de melhor qualidade,e proporcionar a
recombinação genética entre essas plantas para a obtenção de materiais
melhorados.
A condução de novos ciclos de
recombinação e seleção possibilitam a identificação
de plantas matrizes para a produção massal de mudas por miniestaquia, explica o
pesquisador.
No mês de julho, foi firmado um acordo
de Parceria para a Pesquisa e Desenvolvimento
Científico e Tecnológico entre a FATEC, UFSM e a Sociedade Extrativista de
Tanino de Acácia, com o apoio do Núcleo de Melhoramento Propagação Vegetação e Plantas (MPVP), do Departamento de
Fitotecnia do Centro de Ciências Rurais. A iniciativa tem proporcionado reconhecimento
do trabalho do professor Bisogni e da FATEC, que propiciaa disseminação do conhecimento que se
une à demanda de mercadoeà pesquisa desenvolvida
na Universidade, o que torna seu papel de suma importância para a ampliação e a expansão do saber em todos os
sentidos.
Texto e fotos: Kelly Martini, jornalista da Assessoria
de Imprensa da FATEC

