Representando a UFSM, o aluno Henrique dos Santos Felipetto, do curso de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico, conquistou o 2° lugar em uma das premiações científicas mais importantes do país: o Prêmio Jovem Cientista, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em sua 26ª edição, o prêmio teve como tema “Inovação tecnológica nos esportes”.
A relação dos vencedores foi anunciada hoje (27), em Brasília. Henrique foi um dos três contemplados na categoria “Estudante do Ensino Superior”. Sob a orientação do professor Adão Robson Elias, ele concorreu com o projeto “Sistema de auxílio à navegação com monitoramento e orientação remota adaptado para o treinamento de atletas cegos em pista de atletismo”.
O projeto proporciona a atletas cegos as condições de se orientar em uma pista de atletismo sem a necessidade de um atleta-guia correndo junto com ele. Neste sistema, o atleta cego corre com um aparelho de posicionamento global (GPS) semelhante ao usado para a localização de veículos. Este dispositivo envia informações sobre o seu posicionamento a um computador que tem mapeadas as coordenadas geográficas da pista de atletismo. O atleta então ouve por fones de ouvido do treinador (ou de outra pessoa que o acompanha) as orientações das direções para onde se deslocar.
Por exemplo, o treinador pode alertar o atleta de que ele está prestes a sair de sua raia, ou do momento em que ele entra em uma curva ou em uma reta. Este sistema também proporciona ao treinador outros controles de telemetria, como a velocidade do atleta e o ritmo dos seus batimentos cardíacos. Para realizar todas essas operações, não é necessário que o treinador esteja junto da pista de atletismo. Ele pode estar inclusive em uma sala fechada distante, bastando que esteja com o seu computador.
O professor Adão Robson Elias relata que, ao experimentar a tecnologia, alguns dos atletas cegos declararam: “Agora eu estou livre, eu não me sinto mais amarrado”, ou seja, não dependiam mais do atleta-guia para correr.
O projeto começou em 2007, quando o professor fazia o seu pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Hoje ele é docente do Colégio Politécnico, onde leciona no curso tecnólogo em Geoprocessamento e no Mestrado Profissional em Agricultura de Precisão.
Além do bolsista Henrique Felipetto, também colaboraram no projeto dois professores de educação física da Unicamp: Edison Duarte e José Júlio Gavião de Almeida. Muitos dos testes do projeto foram realizados também naquela instituição paulista.
Por esta conquista, a premiação será de R$ 12 mil. Todos os contemplados recebem bolsas de estudo do CNPq, e laptops são atribuídos aos seus orientadores e suas instituições de ensino. Os prêmios serão entregues em dezembro pela presidente Dilma Rouseff, em solenidade no Palácio do Planalto.
Formação na UFSM – Outro agraciado com o Prêmio Jovem Cientista foi o professor Luiz Fernando Martins Kruel, que recebeu menção honrosa. Ele tem mestrado e doutorado em Ciência do Movimento Humano pela UFSM. Hoje é professor de educação física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Criado em 1981, o Prêmio Jovem Cientista visa a estimular a pesquisa, revelar talentos e investir em estudantes e profissionais que procuram alternativas para os problemas brasileiros. Os temas escolhidos a cada ano buscam soluções para desafios do país.
A relação dos contemplados e outras informações encontram-se na página www.jovemcientista.org.br.