Entre os dias 9 e 13 de maio os estudantes de Arquitetura e Urbanismo da UFSM tiveram a oportunidade de discutir novos modelos de se enxergar o mundo aqui, dentro da nossa Universidade. Tudo isso graças à realização da 11º Oficina Transdisciplinar do Curso de Arquitetura e Urbanismo, que teve como tema “Da Realidade a Utopia”. O evento se dividiu entre palestras e oficinas, que tiveram como objetivo aplicar oito propostas solidas que envolvessem a arquitetura e o urbanismo na realidade de Santa Maria.
Dentre os palestrantes, importantes nomes locais como o arquiteto Luiz Gonzaga Binato de Almeida, produtor cultural do Theatro Treze de Maio; do professor Jaime Stecca, especialista em adminitração de negócios e do artista plástico Braziliano. A presença internacional ficou por conta do professor português João Paulo Cabral Nunes, da Universidade de Coimbra, especializado em em história contemporânea. O evento ainda contou com a presença do Instituto de Planejamento de Santa Maria (IPLAN) e do Grupo Ruas.
Segundo a acadêmica Mariana Almeida, as palestras contribuiram por direcionar os trabalhos, dando um “porquê” às atividades, e por fomentar fomentar a criatividade dos participantes. A também estudante de Arquitetura e Urbanismo Andressa Cassol, acredita que esta edição está diferenciada das demais: “O curso tá propondo coisas diferentes, que normalmente a gente não faz. A gente tá propondo ideias bem utópicas mesmo, que é pra contribuir com a cidade e com todos os moradores que moram aqui. Tanto os estudantes que vem longe quanto o pessoal que mora aqui e que não conhece a história de Santa Maria. Nenhum curso da UFSM que eu tenha conhecimento faz algo parecido”.
O evento contou também com acadêmicos de outros cursos e Universidades, todos dispostos à participar das Oficinas e da formulação das oito propostas, definidas ao final do evento. Aliás, vamos logo à cereja do bolo, e mostrar que propostas foram essas:
Estética e Paisagem Urbana
A transformação da rua Alberto Pasqualini em um “calçadão” permeado de grafites nos edifícios, transformando ela em uma espaço colorido e artístico, com a retirada de postes e diminuição das fachadas dos prédios.
Cultura e Arte Urbana
A criação de pequenos Centros Culturais dentro de contêineres adaptados para as mais diferentes atividades culturais, onde seriam dadas oficinas pelos fomentadores de cultura do município.
Habitação Urbana
A criação de uma quadra adequada para estudantes, podendo ser aplicada em qualquer área próxima aos centros universitários da cidade.
Redescobrindo o Espaço Urbano pelo Turismo
A implementação de um complexo cultural ecológico, que incluiria gastronomia, esportes radicais e áreas de passeio, para uma maior valorização da vegetação e dos morros da cidade usando o seu potencial turístico da maneira adequada.
Espaços Verdes Livres
Criar um sistema de espaços livres, conectando os diferentes fragmentos de corretores verdes da cidade através do Parque Itaimbé, unificando as áreas verdes que estão dispersas. Isso reatrairia o público ao Parque.
Arquitetura Efêmera Para a Educação
Desmembrar o conceito de educação, em lugares fechados, em três grandes polos, divididos em terra (com a valorização das feiras coloniais), cultura (com cinemas itinerantes) e trabalho (com oficinas gratuitas).
Mobilidade Urbana
Priorizar o fluxo para pedestres, colocando os veículos automotores em segundo plano. O Viaduto Evandro Behr, no centro da cidade, seria prolongado, transformando a Rua do Acampamento em um “calçadão” para pedestres.
Patrimônio do Abandono
Traçar uma rota entre os edifícios tombados de Santa Maria, ligando turisticamente todos eles, combatendo o abandono pessoal e cultural destes espaços.
Será que na 12º edição do evento poderemos falar de uma Santa Maria com pelo menos alguma dessas propostas cumpridas? Se olharmos o nome do evento, vamos nos lembrar que sempre podemos ir da realidade à utopia, e da utopia, à realidade. Aguardemos.
Texto elaborado por Mateus de Albuquerque, acadêmico de Jornalismo – Núcleo de Divulgação Institucional do CT/UFSM.