A eletrônica de potência está em computadores, carregadores de bateria e sistemas de alimentação ininterrupta. Ela é a interface entre diferentes fontes de energia. Buscando compartilhar os avanços dessa ciência com toda a comunidade acadêmica, diversos pesquisadores da área se reuniram no Centro de Tecnologia da UFSM, entre os dias 22 e 25 de outubro, para a 10ª edição do Seminário de Eletrônica de Potência e Controle (SEPOC), organizada pelo capítulo sulbrasileiro e o ramo estudantil do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). O evento contou com palestras, minicursos, apresentações de trabalho e painéis de debate. O tema central das atividades foi a geração e a distribuição de energia.
O principal objetivo do SEPOC é oferecer uma interação entre o meio acadêmico e a indústria, de forma a fomentar uma discussão a respeito das últimas tecnologias de ponta lançadas no âmbito da Eletrônica de Potência e Controle. O Seminário contou com painéis que abordaram os assuntos de processamento de energia e sistemas de potência, qualidade e operação de geração distribuída e sistemas inteligentes de redes inteligentes. Dentre os palestrantes estiveram Huai Wang (professor e pesquisador da Universidade de Aalborg, na Dinamarca), Matthias Radecker (professor do Instituto Fraunhofer, na Alemanha), María Inés Valla (professora da Universidade Nacional de la Plata, na Argentina) e Osvaldo Ronald Saavedra Mendez (professor da Universidade Federal do Maranhão).
Além deles, também esteve presente o Diretor-Presidente da EMBRAPII, Jorge Almeida Guimarães, que apresentou sua palestra “O papel da EMBRAPII no fomento à P&D e inovação no Brasil: Oportunidades para a universidade e a indústria”. Ele destacou o papel da academia para os avanços científicos da área de Eletrônica de Potência: “A inovação está em muitas empresas, bem como em grupos de pesquisas qualificados em universidades pelo mundo. A conexão harmoniosa entre esses dois polos gera os resultados que precisamos para o futuro.”
Outra atividade realizada durante a SEPOC foi a visita técnica aos laboratórios de ensaio do Instituto de Redes Inteligentes (INRI), que recentemente foi criado na UFSM. O professor do Departamento de Processamento de Energia Elétrica, Leandro Michels, explicou o objetivo da atividade: “Abrimos as portas e demonstramos o que o laboratório faz, tanto para a comunidade da própria universidade como para a comunidade externa. Serviu para explicarmos como funcionam os ensaios e testes que realizamos aqui.”
Pela magnitude do evento, o diretor do INRI, José Renes, considera que a organização do evento superou grandes desafios. Ele falou sobre a importância da presença de pesquisadores estrangeiros e o status internacional do seminário: “É uma oportunidade de participar de um evento tão grande que está bem aqui, ao nosso alcance.” A fala completa o relato do professor Michels, sobre o feedback dos visitantes aos laboratórios do INRI: “Recebemos vários pesquisadores e eles ficaram impressionados por termos uma estrutura de laboratório equivalente aos grandes centros mundiais, aos países que geralmente são formadores de tecnologia.”
O professor José ainda destacou os números da 10ª edição do SEPOC: “Foram aproximadamente 40 alunos na organização do evento, mais de 150 trabalhos aprovados para apresentação e cerca de 150 mil reais de investimento entre organizadores e patrocinadores.” Ele ainda explicou que a realização de um evento científico na UFSM é uma grande economia de recursos: “Se fôssemos levar esse número de alunos e professores para participar de um evento fora do país, os gastos com passagem, estadia e demais encargos seriam estratosféricos e inviáveis para a universidade.”
O estudante de Engenharia Elétrica, Tiago Lazzari, foi um dos organizadores do evento. Para ele, a experiência o trará bons frutos: “Ajuda principalmente na interação e na capacidade de resolver problemas inesperados com rapidez.” Igor Barbosa, que está no sexto semestre do mesmo curso, participou do SEPOC pela primeira vez. Ele acredita que o evento agregou em sua formação acadêmica: “É uma oportunidade única. Contribui muito, principalmente com conhecimentos técnicos específicos.” Já Diogo Brum, que participou do seminário em anos anteriores, ressaltou a evolução do evento: “A visibilidade está cada vez maior, bem como a quantidade e qualidade das palestras e trabalhos apresentados.”
Para mais informações, consulte o site do evento ou de organizadores, como o IEEE UFSM.
Texto por Lucas Gutierres, acadêmico de Jornalismo. – Núcleo de Divulgação Institucional do CT/UFSM.