O professor do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Mario Fernando de Mello, decidiu adotar metodologias de aprendizado diferenciadas na disciplina de Sistemas de Produção, do curso de Engenharia Química. Recentemente, ele propôs simular uma linha de produção em sala de aula, com o objetivo de fixar os conhecimentos dos alunos através de uma atividade prática. Além disso, ele já fez uso do conceito de “aula invertida”, onde os estudantes assumem protagonismo no processo de aprendizagem, diversas vezes no semestre.
Conversamos com o professor Mario, que explicou como funcionaram essas atividades e quais suas motivações para aplicá-las em sala de aula. Confira a entrevista:
NDI: Como funcionou a simulação de uma linha de produção em sala de aula?
“Montamos um fluxo de produção na própria sala de aula, utilizando materiais diversos, como copos plásticos, para simular como isso funciona nas empresas. Contávamos o tempo e, posteriormente, os alunos precisavam explicar o que fizeram para melhorar a eficácia do fluxo”.
NDI: Qual foi a receptividade dos alunos com essa atividade?
“Eles adoram esse tipo de aula. Ninguém dorme, não há conversas paralelas, eles não se dispersam. Eu só vejo vantagem nisso, e sempre que possível tento utilizar metodologias que fujam das tradicionais aulas expositivas”.
NDI: O Sr. utilizou outra metodologia prática nessa disciplina?
“Eu costumo usar também o que os pedagogos chamam de ‘aula invertida’. O aluno recebe o assunto da aula e têm de preparar o material e apresentá-lo para os colegas. A aprendizagem se dá no momento em que ele apresenta, sendo a tarefa do professor mediar, acrescentar e questionar o grupo durante a apresentação. Desse modo, a interação é muito maior e todo mundo fica mais atento”.
NDI: O Sr. acredita que atividades práticas em sala de aula ajudam na aprendizagem dos alunos?
“Não tenho dúvidas. É comprovado por pesquisas científicas que aulas expositivas têm em torno de 30% de retenção do conhecimento e aprendizado por parte dos alunos. Em aulas com atividades práticas, essa retenção chega a 75%, podendo chegar a 90% em alguns casos. Mesmo que ele ainda seja necessário em alguns casos, eu vejo que o modelo tradicional está se esgotando. As vivências, as experiências e as dinâmicas mudam completamente a aprendizagem”.
NDI: O Sr. recomenda que outros professores utilizem esse tipo de atividade em sala de aula?
“Com certeza. É claro que existem disciplinas mais teóricas, mas é aí que entra a criatividade dos professores para conseguir aplicar uma metodologia que envolva mais os alunos. É um desafio também para nós. Uma coisa é ter sua aula preparada, executá-la e ir embora. Outra coisa é instigar os alunos a achar problemas e discutir a matéria. Isso, de certa forma, obriga o professor a estar sempre atualizado. Os dois lados ganham.
Confira um registro em vídeo da atividade.
Para mais informações, contate o professor Mario pelo e-mail: mariofernandomello@yahoo.com.br
Texto por Lucas Gutierres, acadêmico de Jornalismo. – Núcleo de Divulgação Institucional do CT/UFSM.