A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) conquista aporte financeiro para dois projetos inovadores que têm o potencial de impulsionar a indústria brasileira e elevar a competitividade do país no cenário global. Os projetos intitulados “Desenvolvimento e avaliação de revestimentos à base de nanopartículas de óxidos metálicos para melhoria do desempenho de matrizes de forjamento,” coordenado pelo docente do departamento de engenharia mecânica, Cristiano José Scheuer, e “DENOFMA: Desenvolvimento de novas ferramentas cimentícias para metalurgia do pó,” coordenado pelo docente do departamento de estruturas e construção civil, Erich David Rodriguez Martinez, receberão, respectivamente, o aporte da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) de R$ 3.943.748,75 e R$ 3.992.181,60.
Esses projetos se destacaram na Chamada Pública de PD&I 01/2023 – Projetos de Matrizes para Forjamento – Linha IV – do Programa Rota 2030.
O Programa Rota 2030, criado pelo Governo Federal, tem como objetivo a elaboração de uma política industrial de longo prazo para o setor automotivo e de autopeças, incentivando o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras nesse segmento. A iniciativa Rota 2030 abre oportunidades para empresas do setor automotivo investirem em pesquisa e aplicação de novas tecnologias, consolidando um modelo fabril competitivo e alinhado com os padrões globais de produção de veículos automotores.
O setor ferramenteiro é um dos grandes destaques do programa Rota 2030. Coordenada pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), com coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras mais Competitivas tem o objetivo de solucionar as dificuldades de ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica, capacitando a cadeia de ferramental de produtos automotivos para atingir competitividade em nível mundial.
Os projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) são conduzidos em colaboração com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e empresas da cadeia automotiva. A seleção de projetos é realizada por meio de chamadas públicas ou encomendas tecnológicas, garantindo que as melhores ideias e soluções sejam financiadas e desenvolvidas. A chamada pública que resultou no financiamento desses projetos foi aberta em junho deste ano pela Fundep, disponibilizando um total de até R$ 15 milhões em recursos para projetos de pesquisa e inovação, visando elevar a competitividade da indústria brasileira de matrizes para forjamento.
Ambas as propostas da UFSM que foram contempladas estavam inscritas no “Eixo 3: Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Disruptivos”, focados em atividades tecnologicamente inovadoras e com potencial de diferenciação para a indústria brasileira em nível global. A liberação dos recursos aprovados será realizada conforme as entregas previstas no plano de trabalho e cronograma de desembolso. Os itens financiáveis incluem material permanente, equipamentos de infraestrutura básica de informática, material de consumo, serviços de terceiros, despesas de mão de obra, transporte, bolsas de pesquisa, custos administrativos de gestão e taxas de ressarcimento por utilização de infraestrutura, entre outros.
Scheuer atua como docente nos cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Mecânica da UFSM e é membro do grupo de Tecnologia e Mecânica dos Materiais (GMat). A iniciativa coordenada por ele conta com a colaboração da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), além da participação de oito empresas que fazem parte da cadeia produtiva de veículos automotores. Também envolve uma startup especializada em soluções de engenharia de superfícies baseadas em nanotecnologia.
Martinez, também docente na graduação e pós, participa do Grupo de Estudos em Materiais Compósitos de Matriz Cimentícia (GEMASC) e do Grupo de Metalurgia do Pó e Tratamento Térmico (GMAT) e coordena o projeto DENOFMA da UFSM associado ao Instituto Hercílio Randon (IHR). Ele destaca a importância dessa representação dos projetos como um marco significativo para a indústria brasileira: “Ao unir conhecimentos acadêmicos e expertise tecnológica, o projeto visa transformar a forma como as ferramentas são fabricadas, promovendo não apenas a inovação, mas também o aumento da competitividade da indústria nacional. Com este projeto, estamos diante de uma oportunidade única para impulsionar a indústria automotiva brasileira rumo a um futuro mais sustentável, econômico e inovador.”
O prazo para assinatura do Acordo de Parceria para a execução desses projetos é 03 de dezembro de 2024.
