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Canteiro Experimental: Murais são finalizados nas salas do Centro de Tecnologia

Projeto de ensino e extensão une arte e tecnologia em intervenções que refletem a interdisciplinaridade do campus



Desde o início de setembro, as salas 132, 234 e 1305 do Centro de Tecnologia estão mais bonitas e coloridas, graças aos novos murais pintados pela equipe do projeto Canteiro Experimental, vinculado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSM. A ação, coordenada pela professora Évelyn Possebon, tem como objetivo expandir o acervo de murais do Centro de Tecnologia e refletir sobre o tema central “Arte e Tecnologia”. Inspirados na obra “Filosofia e Arte”, do professor e artista Cláudio Carriconde, os murais representam a relação dialética entre a arte e o propósito do CT, ao explorar o entrelaçamento, a complementaridade e as contraposições entre arte e tecnologia.

O projeto, que propôs a criação de três novas obras no prédio 7, foi desenvolvido em etapas. O processo criativo incluiu reuniões internas, nas quais os membros puderam sugerir ideias e ilustrações para os murais. Após a fase de concepção, foram produzidas versões digitais com simulações 3D, que permitiram que as artes fossem visualizadas no contexto físico das salas.

Sala 132

A obra na sala 132, de autoria do discente de Arquitetura e Urbanismo do campus de Cachoeira do Sul, Leonardo Brum, combina elementos requisitados pela diretoria do CT ao estilo pessoal do artista. Uma figura feminina ocupa o lado direito do mural, com traços robóticos e cores que já pertencem à paleta da Unidade. O rosto da figura, com circuitos e placas cibernéticas, simboliza o conhecimento, a informação que fluem internamente e visa criar uma conexão visual harmônica.

O fundo azul, cor que permeia todo o Centro, contrasta com o laranja vibrante, cor que destaca a intervenção artística. A composição retrata uma renderização computadorizada da realidade, com paisagens e montanhas sobre uma malha quadriculada, e representa o ambiente digital e as disciplinas tecnológicas. O mural ainda incorpora engrenagens, símbolos das engenharias, e silhuetas de edifícios industriais, alinhando-se à temática central de “Arte e Tecnologia”. Um sol amarelo finaliza a obra, e ilumina o conceito cartesiano predominante no espaço.

A equipe é composta por: Leonardo Brum, Miguel Cescon, Clara Pivetta, Valentina Ceretta  e Yasmin Miron.

Sala 234

Na sala 234, o mural assinado por Miguel Cescon, arquiteto e urbanista egresso do campus de Santa Maria, explora a convergência entre tecnologia, arte e a jornada acadêmica. Ao fundo, quatorze retângulos, dispostos de maneira cartesiana cobrem a parede,  e simbolizam os diferentes cursos do Centro de Tecnologia. O uso de tons suaves de amarelo e branco minimiza o impacto visual e mantém a simplicidade da composição.

Em primeiro plano, uma linha orgânica atravessa as paredes remete à trajetória sinuosa e cheia de transformações do acadêmico durante sua graduação. A tonalidade de azul utilizada evoca a identidade visual da UFSM e do CT e  reforça o caráter institucional da obra. Na extremidade esquerda, a figura de um estudante representa a força de trabalho e o conhecimento adquirido ao longo de seu percurso acadêmico.

A equipe é composta por: Miguel Cescon, Leonardo Brum e Cecília Zanini.

Sala 1305

O mural na sala 1305 resulta da colaboração entre Leonardo Brum e Miguel Cescon. A composição combina as formas orgânicas do mural da sala 234 com elementos realistas inspirados na obra da sala 132. O ponto focal é um par de olhos realistas, que criam uma interação direta com o observador, estratégia que caracteriza o trabalho de Brum.

Duas grandes formas fluidas em azul e amarelo envolvem a composição, enquanto formas triangulares irradiam do centro e guiam o olhar para os olhos presentes no mural. O contraste entre o figurativo e o abstrato é reforçado por uma paleta de cores concisa, composta por amarelo, azul e preto, e que explora o equilíbrio entre arte e tecnologia.

Equipe composta por: Leonardo Brum, Miguel Cescon, Cecília Zanini, Livia Bier e Yasmin Miron. 

Execução e documentação

O processo de execução dos murais foi cuidadosamente planejado. Após a aprovação dos desenhos digitais, a equipe identificou e organizou os materiais necessários, como tintas, pincéis e ferramentas de apoio. A pintura das três obras, prevista para durar três meses, foi organizada em etapas detalhadas, incluindo preparação das paredes, desenho e pintura final.

Dois bolsistas gerenciaram o cronograma e organizaram a equipe de voluntários em funções adequadas de cada etapa no processo de construção dos murais. O progresso foi documentado por meio de fotos e vídeos, com o objetivo de criar um registro completo do projeto e divulgar o trabalho para a comunidade universitária e o público externo.

Ao final dos três meses, será produzido um relatório detalhado, para refletir sobre o processo, destacar os acertos e identificar pontos de melhoria para futuros projetos. Esses registros servirão como material de apoio para alunos e membros futuros do Canteiro Experimental, além de enriquecer o portfólio do grupo.

A união de arte e tecnologia, proposta e executada pelo projeto, não só revitaliza os espaços físicos do Centro de Tecnologia, como também fortalece a interdisciplinaridade e a inovação, pilares centrais do CT-UFSM.

Texto por Marina dos Santos, acadêmica de jornalismo, com supervisão da Subdivisão de Comunicação do CT/UFSM.

Fotos de Arquivo Pessoal.

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