O que parece apenas uma brincadeira de infância ganhou um novo significado para os estudantes do quinto semestre de Engenharia de Produção (CT/UFSM). A atividade proposta pelo Professor Marcelo Battesini, do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, no âmbito da disciplina “Projeto de Experimentos” (DPS1131) consiste em construir, lançar e analisar aviões feitos de diferentes tipos de papel. Mais do que mera diversão, os estudantes registram dados como tempo de voo e desempenho dos modelos. Conforme explica o professor, “os alunos fazem a coleta de dados de forma lúdica, aprendendo mais da análise estatística;”.

A ideia de coleta de dados com avião de papel surgiu há oito anos, quando o professor buscou trazer para sua disciplina uma metodologia de ensino de “sala de aula invertida”: trata-se de uma metodologia que propõe a inversão da prática tradicional da sala de aula. Nessa proposta, cada grupo desenvolve um modelo de avião de papel; o protótipo que ficar mais tempo voando é o vencedor. Segundo o professor, a competição estimula a criatividade: “Há uma série de aprendizados que não se teria com eles dentro da sala de aula. Eles têm um envolvimento maior, porque há uma certa disputa.” explicou o professor.
Na divisão de funções, cada integrante ficou responsável por uma, desde a dobradura e arremesso até a cronometragem e organização das planilhas. Os grupos testaram hipóteses, analisaram variáveis e aplicaram cálculos estatísticos como médias, desvios padrão e testes comparativos. Foram usados três tipos de papéis: sulfite amarelo, sulfite branco e reciclável. Depois dos lançamentos, os dados foram transportados para planilhas e analisados com ferramentas estatísticas. No fim, as equipes concluíram que o sulfite amarelo apresentou o melhor resultado, o que surpreendeu os estudantes e mostrou a importância de validar hipóteses na prática.
Em meio à competição saudável, surgiram ajustes de estratégia e até risadas com as jogadas mais performáticas. Yollanda Souza, estudante do curso de Engenharia de Produção, destacou que a prática foi uma oportunidade de sair da rotina e compreender melhor os conteúdos: “Foi um jeito diferente e divertido de aprender a parte técnica”.
Além do aspecto técnico, a atividade trouxe leveza ao aprendizado. Segundo o professor, a metodologia vem se repetindo ao longo dos anos e repetidamente recebe elogios dos alunos. Os estudantes também relataram que a experiência os tirou da rotina tradicional das aulas expositivas e aproximou a teoria da prática: “Por termos feito na prática e ter coletado os dados, a gente sabe o que está analisando e o que estamos fazendo”, afirma a estudante Ludmylla Santos. A atividade permitiu que os alunos compreendessem como as variáveis – tipos de papel e o modo de arremesso – impactam o desempenho do avião, facilitando a fixação de conceitos trabalhados em sala de aula.
Lançar avião de papel deixou de ser apenas uma brincadeira e passou a ser uma ferramenta de ensino, provando que até tarefas simples podem revelar complexidades e insights relevantes para a formação profissional.
Texto e foto por Lia Guerreiro, acadêmica de jornalismo, com supervisão da Subdivisão de Comunicação do CT/UFSM
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