Não poderia ser de outra forma. Ao som de boa música erudita, encerrou-se o XXVII Festival Internacional de Inverno da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O palco do Theatro Treze de Maio recebeu, no último domingo (5), o concerto com a participação dos professores que ministraram oficinas durante a semana anterior.
Desde a última reabertura do Theatro, há 15 anos, o encerramento do Festival acontece no palco da cultura. Segundo a diretora do Theatro, Ruth Sopher Péreyron, foi muito tranquilo receber o recital, contando com o apoio da Coordenadora do Festival, professora Vera Vianna. Os instrumentos são trazidos pelos professores. Os poucos que não poderiam ser carregados já estavam preparados com algumas horas de antecedência ao início do evento.
Com as cadeiras lotadas, foi possível confirmar o que a retirada com antecedência dos 350 ingressos disponibilizados na bilheteria do Treze de Maio indicava. Segundo Ruth, percebe-se, anualmente, o aumento do público no encerramento.
Na plateia, encontrou-se um público muito diversificado. Como as estudantes de Estatística, Cristine e Bruna, que foram prestigiar o encerramento pela primeira vez. Com o objetivo de conhecer um pouco de música erudita e instrumentos musicais, as jovens ocuparam cadeiras na terceira fileira, bem perto do palco. “É algo que nós não somos acostumados a ouvir, então é legal vir conhecer”, afirma Cristine.
Dona Maria Catarina Schneider se deslocou do bairro Camobi juntamente com o marido e os dois filhos para acompanhar o concerto. Não é a primeira vez que a família acompanha o encerramento do Festival, mas dessa vez Catarina diz ter vindo especialmente pelo filho mais novo, com o intuito de identificar interesse pela música erudita, já que o jovem tem um gosto especial por piano. Para ela, apesar de não se ter um conhecimento aprofundado sobre a música erudita, o gênero conta muita história.
Ao contrário do jovem que busca conhecer o instrumento, Everton Diego Nunes Cardoso, já assumiu sua opção pelo piano. O estudante de música veio de São Paulo para participar, pelo segundo ano consecutivo, da programação do Festival em Vale Vêneto durante a semana. Segundo Everton, a experiência foi muito boa. Ele conheceu professores, alunos e houve uma troca de conhecimentos que agrega muito, não apenas para o currículo, mas para a carreira. E para o encerramento, o estudante aposta, alguns minutos antes do início da apresentação que “com certeza vai ser um grande espetáculo, como foi o ano passado”.
Também estava na plateia Tania Maria Sauzen, que diz ter retornado ao Theatro para o encerramento por ter achado interessante a experiência do ano anterior. O interesse de Tania pela música erudita vem de casa, já que sua mãe era soprano. “Me criei ouvindo ela cantar ópera. Gosto de música em geral, e gosto muito de música erudita”. Apesar de não atuar numa área relacionada à música, Tania lamenta que em Santa Maria ainda existam poucos eventos desse tipo, que trazem música erudita. Os dois eventos que acontecem em paralelo no distrito de Vale Vêneto (Festival Internacional de Inverno da UFSM e Semana Cultural Italiana de Vale Vêneto), “além de preservar a cultura, dão a oportunidade para que apareçam novos talentos”, justifica Tania.
Às 20 horas, começou o espetáculo. Foram duas horas de música erudita, com a participação de 16 músicos e seus instrumentos, mais a percussão corporal de Fernando Borba, que brincou com a plateia para encerrar a noite de uma maneira descontraída. No palco do Theatro Treze de Maio e sob o aplauso do público, o Festival se despediu, para retornar no próximo ano.
Repórter:
Patrícia Michelotti – Acadêmica de Jornalismo.
Edição:
Lucas Durr Missau.
