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Incubadora Social da UFSM lança edital nesta segunda-feira



Na noite desta segunda-feira (22), a Universidade Federal de Santa Maria, por meio da Pró-Reitoria de Extensão (PRE), deve lançar o edital para inscrição de projetos na Incubadora Social. O evento de lançamento do edital está previsto para 19h e será realizado no prédio da Prefeitura de Santa Maria, no centro da cidade.

João Rodolpho Amaral Flores, pró-reitor de Extensão da Universidade e um dos idealizadores do projeto, conta que a fundação de uma incubadora social é uma ação consequente de ideias discutidas ao longo de muitos anos por professores da UFSM. "Nós começamos, em 2006, a pensar em criar um projeto institucional que originasse uma incubadora. Inicialmente, conversamos com alguns colegas aqui dentro da Universidade, com alguns outros que foram atuar na Unipampa e tiveram por lá experiências em termos de incubadora, e que posteriormente vieram atuar na UFSM".

De acordo com João Rodolpho, as discussões sobre o projeto da Incubadora Social foram retomadas quando, juntamente com a profesora Caroline Goerck, atual coordenadora do curso de Serviço Social, a UFSM encaminhou ao Programa de Apoio à Extensão Universitária do Ministério da Educação, o Proext, um projeto que previa apoio e incentivo a empreendimentos social e ecologicamente responsáveis idealizados por pessoas ou grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Com a aprovação do projeto do curso de Serviço Social no Proext, a ideia da fundação de uma incubadora social tornou-se ainda mais palpável. Diante disso, a comunidade acadêmica passou a discutir a proposta ideal para a Incubadora Social da UFSM. "As primeiras discussões foram realizadas através da nossa Câmara de Extensão e dos parceiros dos centros de ensino. Buscamos criar algo que nos mostrasse que realmente existia a possibilidade de fundar essa instituição que pretende apoiar pessoas que têm interesse em organizar o seu negócio, melhorar o seu produto, para que elas possam participar de um mercado que é competitivo", diz João Rodolpho.

A UFSM no seio de sua comunidade

O pró-reitor de extensão da UFSM relata que, assim como a criação da Incubadora Tecnológica, a criação da Incubadora Social é um projeto que exige empenho e dedicação. Porém, ele percebe que o público pretendido, os objetivos e mesmo o êxito da Incubadora Social são bastante diferentes. "Na Incubadora Tecnológica, geralmente os empreendedores estudam dentro da Universidade, são jovens que desenvolvem alguma pesquisa ao longo de seu estudo e que logo que se formam buscam parcerias com empresários emergentes. Isso quando não são eles mesmos que propõem uma empresa e são, então, incubados pela Universidade. Na Incubadora Social provavelmente trabalharemos com pessoas que não passaram pela universidade, são pessoas da comunidade. Isso com certeza altera significativamente nossas estratégias de trabalho".

Segundo João Rodolpho, o evento de lançamento do edital da Incubadota Social demarca o início de um grande, inovador e importante projeto para as comunidades das cidades sede da UFSM: Santa Maria, Silveira Martins, Palmeira das Missões e Frederico Westphalen.  Seu grande diferencial, de acordo com João Rodolpho, está em sua inserção direta na rotina de comunidades nem sempre contempladas pelas ações da Universidade. “Esse projeto é uma ação fundamental para desfazermos um pouco esse estigma que existe de que a universidade é uma instituição elitista, fechada. Houve muitas modificações nos últimos anos. Com a Incubadora Social, pretendemos quebrar esse estigma de que fomos criados para atender determinado setor da sociedade”. Para o pró-reitor, transformações como a implantação do REUNI e a implementação do sistema de cotas denunciam que a universidade tem buscado interagir cada vez mais com a comunidade, proporcionando-lhe melhorias em sua qualidade de vida.

Para ele, a fundação da Incubadora Social vem confirmar esse anseio da comunidade acadêmica de se inserir de fato no cotidiano da sociedade que a cerca e a mantém. João Rodolpho afirma que o intercâmbio entre os conhecimentos científicos produzidos na universidade e os conhecimentos empíricos obtidos na vivência em sociedade são os fatores que, somados, tornarão os empreendimentos incubados pela UFSM produções diferenciadas nos mercados em que estiverem inseridas.

Linhas de atuação foram definidas de acordo com características locais

O foco de atendimento da Incubadora Social são pessoas em situação de vulnerabilidade social que desenvolvem atividades de artesanato, de cultura, de razão natural ou produção de economia popular e solidária, mas que não têm uma tecnologia em termos de conhecimento agregado em seu produto. O objetivo da Incubadora Social é auxiliar as pessoas ou grupos de pessoas a gerirem seus negócios em situações em que ainda não há uma empresa organizada nem mesmo uma ideia organizada sobre o mercado onde essa atividade está inserida.

De acordo com João Rodolpho, a Incubadora Social contemplará três linhas de atuação: empreendedorismo cultural, agroindústria familiar e economia popular e solidária. Essas três linhas foram selecionadas levando-se em conta, fundamentalmente, características da cidade de Santa Maria. A vasta produção cultural, que é uma particularidade do município; a grande demanda de alimentos na região e a contribuição que cursos da UFSM dão para a excelência na produção desses alimentos e o histórico da cidade com o cooperativismo e com a economia solidária foram balizas na escolha das áreas de inserção da Incubadora Social da UFSM.

O que não impede, porém, que nas demais cidades sede da Universidade sejam realizadas alterações nessas linhas de atuação. O principal objetivo é atender as comunidades em suas necessidades mais evidentes. João Rodolpho afirma: "Não será um projeto onde a Universidade estabelece as regras. É a comunidade quem diz do que precisa. Acredito que esse diálogo com a comunidade é o que vai manter o projeto".

Buscando esse diálogo, a estrutura funcional da Incubadora Social prevê a criação de um conselho da comunidade, que poderá intervir diretamente nas linhas de atuação, sinalizando o atendimento ou não das reais demandas da comunidade. Além desse conselho da comunidade, o regimento da Incubadora Social prevê a formação de uma coordenação executiva, um conselho deliberativo, uma secretaria executiva e de equipes técnicas em incubação – que são aquelas que darão o suporte para treinar e preparar as pessoas para que elas virem empreendedores sociais e constituam a sua empresa social.

As equipes técnicas contarão com uma gama de profissionais e estudantes das mais diversas áreas, a fim de capacitar os empreendedores da maneira mais completa possível. "Nós vamos ter uma equipe multidisciplinar para atender a cada um dos empreendimentos", revela João Rodolpho. Para o professor, um dos diferenciais da Incubadora Social é a composição das equipes, que não contará apenas com docentes. "Esse projeto será uma forma de interação entre docentes, servidores, graduandos e pós-graduandos", conta.

Apoio e incentivo integral aos interessados

Com o lançamento do edital nesta segunda, a Incubadora Social abrirá definitivamente suas portas para a comunidade. Para tanto, será oferecida aos interessados toda a estrutura necessária para que a seleção seja realizada de maneira justa e igualitária.

João Rodolpho afirma que o primeiro contato com a Incubadora Social poderá ser realizado via telefone, para facilitar o acesso da comunidade ao projeto. Além disso, dois servidores da Universidade estarão disponíveis para orientar os interessados no uso das tecnologias de comunicação necessárias para a submissão dos projetos, no preenchimento dos documentos e formulários de inscrição, e também na produção dos projetos de empreendedorismo. "Muitas vezes a pessoa pode ser apenas alfabetizada, ou nem mesmo alfabetizada, mas ela desenvolve uma tecnologia social. No projeto da Incubadora Social isso não caracteriza problema nenhum".

A partir da seleção, que deve ter seus resultados definitivos divulgados no mês de janeiro de 2013, os empreendedores serão preparados pelas equipes técnicas de incubação para que em março do próximo ano venham atuar na Universidade. Hoje, já existe o projeto da construção de um pavilhão no Parque de Exposições da UFSM, justamente para abrigar a Incubadora Social e seus empreendimentos. Enquanto isso não ocorre, todos ficarão alojados nas casas de apoio do Centro de Eventos da Universidade.

Os empreendedores selecionados em Silveira Martins, Frederico Wetsphalen e Palmeira das Missões terão ainda a possibilidade de incubação à distância, já que os campi da UFSM sediados nessas cidades criarão núcleos de incubação. O pró-reitor de Extensão da Universidade conta que tecnologias como o Moodle auxiliarão as equipes técnicas no acompanhamento dos empreendimentos incubados à distância.

Inserção efetiva e transformadora

Desta maneira, a UFSM vai se preparando para ampliar e melhorar o atendimento à comunidade que a mantém. Para João Rodolpho, as universidades não podem deixar de criar projetos para atender aquilo que é de interesse social. Segundo ele, a extensão universitária nos últimos anos, especialmente na UFSM, tem se concentrado neste foco que é menos atendido, que é menos olhado por parte das políticas públicas.

Para isso, é necessário que a instituição se adapte às necessidades e características de sua comunidade. "As pessoas têm que receber capacitação e informações conforme elas têm possibilidade de entender", diz João Rodolpho. A Incubadora Social da UFSM vem consolidar o processo de inserção efetiva e transformadora da Universidade na vida de sua comunidade.

Repórter:

Fernanda Arispe – Acadêmica de Jornalismo.

Fotos:

Julia do Carmo – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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