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Manifestações realizadas em todo país repercutem em Santa Maria



 

Desde o dia 11 de junho, diversas manifestações tomaram conta das ruas de uma das mais importantes capitais do país: São Paulo-SP. O motivo da série de manifestações é a proposta de aumento de 20 centavos do valor da tarifa de ônibus da cidade, que passaria de R$ 3 para R$ 3,20. Embaladas pela força das manifestações paulistanas, diversas outras capitais e cidades do interior fazem movimentos de protesto contra aumento das passagens e de pedido a uma boa organização e administração no país.
 
Em Santa Maria, essas manifestações são pensadas por grupos distintos. Um dos principais é o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que está presente em protestos estudantis e que acompanhou, presencialmente, a reunião do Conselho Municipal do Transporte (CMT), no último dia 10. No encontro, a Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU) informou que trará, para uma reunião marcada para o dia 8 de julho, a planilha de cálculo e que um novo aumento será proposto. 
 
Perguntado sobre o assunto, Alex Monair, um dos representantes da atual gestão do DCE, afirma que a partir da reunião, o Diretório entrou em contato com os conselhos dos Diretórios Acadêmicos dos cursos da UFSM. Juntamente com os DAs, ocorreu uma discussão sobre o transporte público e a mobilidade urbana. Decidiu-se, assim, fazer atividades para que a discussão sobre esses assuntos seja colocada para a população que usufrui desses meios. Como afirma Alex, “O momento é de colocar a discussão na cidade”. 
 
As manifestações locais 
Na tarde da última terça-feria (18), o primeiro ato de convite para as futuras mobilizações foi feito. O local de encontro foi a Praça Saldanha Marinho e os presentes se distribuíram para a entrega dos panfletos. 
 
Na tarde desta quinta-feira (20), por volta das 17h, está marcada uma reunião com fala de entidades, seguimento do processo de panfletagem e construção de cartazes, na Saldanha Marinho. Há a probabilidade de ocorrer um ato de manifestação nesse dia, após o debate aberto com a população, que propõe uma mudança na forma de pensamento da população e uma conscientização sobre o tema “Mobilidade Urbana”.
 
E, no sábado (22), às 10h, está marcada uma concentração para a “Marcha pelo transporte público e contra o aumento da tarifa”. O trajeto será divulgado pelo DCE nos dias mais próximos ao evento. A ideia é passar por pontos importantes do centro da cidade, mas sem a intenção de interromper o trânsito local. CLIQUE AQUI para acessar o link do evento, que é organizado nas redes sociais.
 
Refletindo sobre a mobilidade Urbana
O professor e coordenador do Curso de Engenharia Civil da UFSM, Carlos Felix, falou sobre a mobilidade urbana. Felix é responsável pelo Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PDMU) na cidade. Esse plano busca avaliações e soluções no que diz respeito à mobilidade de pessoas na cidade. 
 
Carlos acredita que deve haver uma mudança do modelo como a mobilidade é vista. Diz que o carro individual acaba sendo um pensamento egoísta e que um país ou uma cidade que pensa no futuro deve investir em um transporte coletivo de qualidade. A qualidade deve se mostrar presente em quesitos como conforto, custo de tarifa e tempo de deslocamento. “O uso de transporte individual é insustentável”, afirma o professor. 
 
Santa Maria é uma cidade em plena atividade adulta, com demografia que consta uma população abundantemente jovem (estudantes e trabalhadores que vão dos 15 aos 19 anos) e de trabalhadores (faixa etária que gira em torno dos 50 anos). Além disso, a cidade apresenta polos muito espalhados, fazendo com que o cidadão precise se deslocar quilômetros para chegar ao seu destino de estudo ou de trabalho. Esse fato justifica a necessidade por um transporte coletivo de eficácia, afirma o professor. Entretanto, o mesmo afirma que há muito mais estímulo para o transporte individual, como a queda do IPI nos automóveis, que gera uma maior compra de veículos individuais.
 
Felix também ressalta a importância no modo do pensamento atual. Hoje, a sustentabilidade é uma questão chave para as discussões. Trata-se muito do tema ambiente e tenta-se juntar esse com o fator da economia. Segundo o professor, o modo de pensar o transporte tem que mudar também, a prioridade deve ser dada a fatores sociais e ambientais. É nesse sentido que o professor acredita que a onda de manifestações se justifica, pois os políticos ainda pensam de uma forma retrógrada, voltados ao lucro econômico, quando o pensamento deveria ser outro.  “Os movimentos estão na quebra do paradigma”, afirma.
 
O aumento da tarifa
Sobre a tarifa, o professor ainda afirma que o cálculo é feito em relação aos salários de funcionários públicos, o gasto com os combustíveis e fatores como a compra de novos veículos coletivos (ônibus, no caso de Santa Maria) e a manutenção dos mesmos, sendo os dois primeiros, os que mais pesam na conta, respectivamente.
 
Para Felix, o governo deve investir no que é relevante para população, gastar os "bilhões dos estádios em segurança, transporte, educação e saúde", exemplifica. Garantir um transporte público de qualidade é necessário e a mudança do modo de pensar deve ocorrer, passando do individual para o coletivo.
 
Repórter: Guilherme Gabbi – Acadêmico de Jornalismo.
Edição: Lucas Durr Missau.
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