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Estudo apresenta dados sobre a evasão nas universidades federais



 

Apresentado durante o XXVI Encontro Nacional de Pró-reitores de Graduação um estudo trouxe dados a respeito da evasão nas Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil. A pesquisa é desenvolvida pelo Grupo de Trabalho sobre Evasão e Retenção junto ao colegiado da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Nacionais de Ensino Superior (ANDIFES) e foi apresentado pelo pró-reitor adjunto de Graduação da UFSM e coordenador do grupo, prof. Raul Ceretta Nunes.

A pesquisa iniciou como um estudo sobre as formas de cálculo da evasão e acabou evoluindo para uma análise quantitativa de oito instituições nacionais entre o período de 2000 a 2011. Sendo elas, a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e a UFSM. Conforme Raul Ceretta, o estudo buscava trazer informações sobre os níveis de evasão em meio a implantação de diversas políticas públicas no ensino superior.

Além de levantar dados gerais sobre evasão nas instituições, a pesquisa também avaliou o abandono dos alunos dentro de cada processo seletivo (vestibular, seriado, Sisu e outros) e cada ação afirmativa (cotas étnicas, sociais, de ensino público e para deficientes). Para o pró-reitor, “separar nesses grupos nos permite ter um panorama geral da evasão por segmentos de alunos”. Entretanto, o estudo ainda não levantou dados especificando as causas dessas evasões, direcionando esta etapa para uma análise quantitativa em nível nacional. Também, não foi finalizado um levantamento individual das instituições; mesmo que, segundo Ceretta, já se tenha uma noção da evasão na UFSM.

Dados sobre a evasão nas Instituições           

Conforme os dados do Grupo de Trabalho sobre Evasão e Retenção, a evasão anual nas instituições nos últimos três anos da pesquisa tem estado em torno de 13%. Uma porcentagem alcançada em 2009, já que anos anteriores se encontravam em torno dos 10%. Segundo o pró-reitor adjunto, os dados já levantados sobre a UFSM apontam que a porcentagem de evasão da universidade esteja também próxima dos 13% da atualidade.

Já entre os processos seletivos, observou-se uma proximidade dos números gerais com os do vestibular e uma porcentagem bem inferior nos sistemas seriados. Por outro lado, o sistema Sisu (implantado em 2009, mas avaliado a partir de 2010) apresentou no primeiro ano uma taxa duas vezes maior que a evasão geral. Conforme Ceretta, pode-se supor que a elevada taxa corresponda mais a um excesso de mobilidade acadêmica do que um abandono; já que muitos alunos, que ingressaram em universidades afastadas, depois voltaram as proximidades de sua cidade. Além disso, após uma queda da taxa do Sisu em 2011 para 15,55%, o grupo crê na possibilidade de uma estabilização da evasão pelo processo em torno do mesmo percentual do vestibular.

Em relação ao abandono entre cotistas e não cotistas, observou-se que no processo vestibular, a porcentagem de evasão dos cotistas foi inferior nos três primeiros anos levantados (2005, 2006 e 2007). Porém, a partir de 2009, a evasão de cotistas chegou a quase o dobro da taxa dos não cotistas (21,51%) e, mesmo com uma queda significante nos anos seguintes, tem se mantido superior. No sistema Sisu, observou-se que no primeiro ano de analise a evasão de não cotistas foi quase três vezes superior aos dos cotistas (46,91% contra 17,40%). Número que baixou em 2011 para 23,97%.

Já respectivamente sobre cada ação afirmativa, analisou-se uma predominância, em 2010, de evasão por cotas para ensino público no sistema Sisu. Estando a reserva com porcentagem de 17,40%. Isso veio a mudar em 2011, quando as cotas étnicas tiveram e uma porcentagem de 57,14% de abandono contra a taxa de 10,60% no ensino público. Segundo Ceretta, esta elevada diferença de taxas pode estar influenciada pela quantidade de estudante em cada cota; já que, mesmo havendo menos alunos nas étnicas, eles representam mais nas porcentagens.

No vestibular, durante os primeiros dois anos, as taxas de evasão se mantiveram mais baixas que a porcentagem geral, também havendo uma predominância das cotas de ensino público. Isso veio a mudar em 2008, devido a uma grande evasão na reserva para deficientes (40% no ano), e em 2009, com aumento na reserva para ensino público (61,81 % no ano). Entretanto, acompanhando quedas nas porcentagens entre todas as cotas, prevê-se uma aproximação dessas a taxa geral de 13%.

Segundo o pró-reitor adjunto, mesmo que a implantação dessas políticas educacionais tenha demonstrado, inicialmente, um aumento do abandono; não se pode culpá-las como instigadoras de evasão. Isso acontece porque é comum que os programas tenham certa desestabilização nos primeiros anos de implantação; mas que venham depois a se estabilizar. Já sobre a pesquisa, ele ressalta que há uma incompatibilidade de data de adoção das ações afirmativas entre as universidades; o que exclui os dados em algumas dependendo do ano. Além disso, nem todas as instituições tinham as mesmas formas de ingresso. Conforme Ceretta, “Na amostra tem instituição com 100% SISU e outras com quase 100% vestibular e seriado. A forma de cálculo foi cumulativa, ou seja, as variáveis ingressantes, matriculados e concluintes correspondem ao somatório de todas, mantido o segmento analisado.”.

Expectativa do estudo

Tendo superado a análise nacional, o estudo visa se direcionar para uma segunda etapa na qual pretende compreender a evasão dentro de cada instituição. Conforme Ceretta, o ideal do estudo seria chegar a uma análise por curso e até por turma, o que, entretanto, demandaria uma maior participação do corpo docente. Dessa forma, uma pesquisa mais apurada possibilitaria delimitar melhor as causas da evasão, o que contribuiria para uma reação mais efetiva.

Porém, algumas ações já vêm sendo aplicadas, muito demandadas a partir da instituição do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O programa prevê alcançar uma taxa de conclusão média nos cursos de graduação em torno dos 90%, e para isso institui diversas medidas. Como a ampliação dos programas de apoio aos estudantes e da assistência estudantil, além da qualificação dos cursos (formação continuada dos professores, auto-avaliação e reestruturação de currículos) e de uma maior orientação a futuros e novos ingressos (programas em escolas de ensino médio, feira das profissões e aulas de reforço).

Foto: Ítalo Padilha.

Repórter: Laíssa Sardiglia – Acadêmica de Jornalismo.

Edição: Lucas Durr Missau.

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