A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) obteve bons resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) referente a 2012, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na segunda-feira (07). Dos 17 cursos que participaram do Enade 2012, nove obtiveram conceito máximo, 5; três obtiveram conceito 4; três ficaram com conceito 3; um curso obteve conceito 1; e um curso ficou sem conceito. O levantamento foi feito pela Procuradoria Educacional Institucional da UFSM, cuja responsável é Ivete Maria Klein Lunkes. O resultado pode ser conferido aqui.
Para o pró-reitor de Graduação, Orlando Fonseca, o resultado dos cursos da UFSM avaliados reflete o cuidado histórico da Instituição para com a qualidade do ensino. Segundo ele, apesar de dificuldades pontuais e problemas que transcendem o processo avaliativo – boicote dos alunos, por exemplo –, no somatório geral a UFSM tem-se mantido entre as melhores universidades públicas do país. “Destaque-se neste quadro de boas avaliações as excelentes colocações dos cursos de Direito e Jornalismo do campus Frederico Westphalen”, salienta.
Já a posição do curso de Jornalismo do campus-sede, que ficou com conceito 1, preocupa o pró-reitor. Ele lembra que, de acordo com a Portaria 40 do MEC, o curso deverá passar por diligência, com a perspectiva de não poder oferecer novas vagas no próximo vestibular, e no caso de repetir nota inferior a 3 no próximo ciclo, ser fechado.
Em avaliação anterior, curso de Jornalismo obteve conceito 5
O resultado negativo do Jornalismo contrasta com a avaliação anterior, em 2009, quando o conceito obtido foi 5 e a nota, a maior do país. O resultado deste ano é atribuído ao boicote dos alunos. “É uma decisão pessoal e política do aluno. O formando tem três alternativas: não ir fazer prova e ficar irregular junto ao Inep, podendo não receber o seu diploma; ir fazer a prova e responder as questões, passando pelos critérios de avaliação do Enade ou ir à prova, assinar e entregar em branco", explica a coordenadora da época e atual coordenadora substituta do curso, Viviane Borelli.
Dos 24 inscritos para a prova, 21 compareceram e três justificaram a ausência. O curso não possui os dados sobre quantos efetivamente fizeram a prova, porém, informalmente, apenas cinco alunos disseram à coordenação que responderam as questões. A professora lembra que os alunos estavam cientes dos riscos de um boicote, pois o tema Enade foi pauta em reuniões sobre monografia e formatura.
Viviane salienta que o resultado não reflete a qualidade do curso, que é usado como referência pelo Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo devido ao ótimo conceito no Enade de 2009. As avaliações internas contínuas também têm atestado a qualidade da graduação. Ela conta que em função da aplicação de questionário para todos os alunos no ano passado, o curso teve seu currículo reestruturado neste ano, entrando em vigência em 2014. Todas as reuniões de Colegiado de Curso, em que a avaliação é tema recorrente, contam com representação estudantil.
Diante desse contexto, a coordenação vai recorrer ao MEC para pleitear que as provas dos alunos que aderiram ao boicote sejam desconsideradas no cômputo final da nota do curso. A coordenadora, Laura Storch, salienta que a recuperação da nota dependerá de um esforço conjunto dos docentes e alunos do curso, com o apoio da Universidade.
O Enade é um teste do governo federal que avalia redes de ensino públicas e privadas. A cada três anos, o MEC aplica o Enade para um mesmo conjunto de cursos. Ao todo, dez cursos de bacharelado (administração, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo) e seis que conferem diploma de tecnólogo (gestão comercial, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais) foram avaliados no Enade 2012.
Foto: Luciele Oliveira – Acadêmica de Jornalismo.
Repórter: Ricardo Bonfanti.
