A partir do início do próximo ano, a Prefeitura pretende instalar 90 lombadas eletrônicas e pardais distribuídos em 47 pontos da cidade. O objetivo do projeto é eliminar as lombadas físicas (quebra-molas) que prejudicam o deslocamento de viaturas policiais, ambulâncias e bombeiros. A expectativa é de que o edital de licitação para a escolha da empresa que alugará os equipamentos seja concluído logo.
Além disso, um dos principais projetos previstos para a melhora do trânsito da cidade é a obra de duplicação da Faixa Velha (RS-509), um assunto que tem tomado a atenção, principalmente dos estudantes e servidores da UFSM e de quem mora ou trabalha no bairro Camobi. A obra anunciada em novembro de 2011 tem enfrentado inúmeros entraves que a impedem de sair do papel. O último surgiu no início de setembro: a previsão era assinar o contrato para o início da duplicação até o fim de agosto, mas ainda havia a necessidade da contratação de uma empresa para supervisionar a obra, uma exigência do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Enquanto a duplicação permanece como projeto, o trânsito do centro da cidade para o bairro Camobi mantém-se mais lento, principalmente, em horários de pico. Segundo o atual coordenador do curso de Engenharia Civil da UFSM, especialista em Sistemas de Transportes e doutor em Mobilidade Pública, professor Carlos Félix, alguns fatores colaboram para o congestionamento diário. Além do aumento do número de veículos nos últimos anos, da rótula da av. João Luiz Pozzobon com a BR-158, que é um interruptor na continuidade do movimento e do semáforo da faixa velha que, apesar de necessário, torna o transito mais lento, também “aumentaram muito nos últimos tempos os acessos à rodovia, tanto da parte comercial, como de vários condomínios que estão sendo criados ao longo da faixa”, destaca o professor.
O fluxo de veículos vindos da av. João Luiz Pozzobon em direção à Camobi é muito intenso por ser um trecho duplicado, “chegamos a uma rótula, onde há uma interrupção, com tráfego intenso de caminhões da BR-158 e o estouro em uma pista simples, ao menos até a igreja do Amaral, que é a parte para ser duplicada […]. As duas faixas da av. João Luiz Pozzobon, mais a BR-158, nós convertemos três em uma, é claro que aquilo lá vai estar permanentemente congestionado”, afirma Carlos Félix.
O professor ainda adverte que a UFSM precisa estar preparada para a duplicação. “Nós vamos ter mais carros acessando aqui dentro, nós temos que ter condições […]. Não podemos proibir os carros, é preciso oferecer alternativas de forma que o transporte público seja mais atrativo, além de bons caminhos para o pedestre para que a gente minimize a necessidade do uso do carro”, coloca Félix. O professor destaca a importância de associar as questões internas da UFSM com o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, saber quais são as propostas para o entorno da universidade e conjuntamente determinar soluções no tráfego como um todo, da UFSM, da cidade e da região.
Já o pró-reitor de Infraestrutura da Universidade, prof. Valmir Brondani, assegura que a quantidade de veículos que acessam a instituição não deverá mudar com a obra, e que a UFSM já fez a sua parte para diminuir o transtorno no trânsito do bairro Camobi. “Nós reformamos completamente a av. Roraima desde a Faixa Velha, passando pela Faixa Nova, até o nosso pórtico. Toda reformulada com a colaboração do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT). Abrimos dois acessos, um passando atrás do hospital e outro pela parte oeste da UFSM. A nossa parte interna está pronta, o que não está acontecendo é a contrapartida da Prefeitura, que é pavimentar os dois novos acessos”, observa o pró-reitor.
A entrada auxiliar na Faixa Nova (RS-287) possibilita um caminho alternativo à instituição. Porém, pela falta de pavimentação da rua, o acesso não conquista a preferência de quem precisa ir à universidade diariamente. Segundo o doutor em Mobilidade Pública, professor Carlos Félix, a estrada não é própria para um tráfego de deslocamento contínuo e deveria ser convertida, no mínimo, em uma via de bom acesso, o que significa corrigir as questões de curva, de planimetria e de altimetria. Ter um traçado viário muito melhor e com mais segurança.
A grande solução para o trânsito de Santa Maria, na visão do pró-reitor de Infraestrutura da UFSM, é priorizar o transporte coletivo: “Eu gostaria que nessa duplicação que estão fazendo, tanto na faixa nova, como na faixa velha já estivesse prevista faixa exclusiva para ônibus […] Ônibus não pode ficar em engarrafamento, deve passar direto, o trânsito de Santa Maria deve dar preferência ao transporte público.”, pondera Valmir Brondani.
Ele também alerta quanto ao transtorno que a obra, que é extremamente necessária, vai ocasionar no fluxo das duas faixas durante o período de duplicação, que deverá durar mais de um ano. “Vai aumentar o tráfego na Faixa Nova e vai diminuir na Faixa Velha. Nós vamos passar por um período extremamente conturbado para chegar à Universidade ano que vem, pela intervenção que vai haver nessa duplicação”, conclui Brondani.
Foto: Ítalo Padilha.
Repórter: Franciele Varaschini – Acadêmica de Jornalismo.
Edição: Lucas Durr Missau.