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​Pesquisa com uso de bactérias fixadoras de Nitrogênio comprova aumento na produção de milho e trigo



O alto custo
enfrentado pelos produtores para aquisição de fertilizantes nitrogenados e o
risco ambiental que o produto traz às lavouras, levou o professor Doutor Thomas
Newton Martin, do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), a iniciar uma pesquisa sobre o uso de bactérias fixadoras de
nitrogênio em culturas como aveia, azevém, cevada, milho e trigo. Os primeiros
resultados apontaram aumento de produtividade.

A pesquisa, que iniciou há dois anos, envolve quatro alunos
de pós-graduação e seis de graduação do curso de Agronomia. Em uma área de
cerca de três hectares – na própria UFSM. Nesse período foram realizados 12
experimentos em nível de campo e outros 6 em laboratório.

– A bactéria promove a fixação do nitrogênio para a planta
além de funcionar como um bioativador enzimático para o crescimento. A cultura
do milho obteve a resposta mais positiva com 30% de aumento na produção,
seguido do trigo que variou entre 11 e 25% – afirma Martin.

Os resultados foram divulgados em dois Dias de Campo
organizados pelo grupo de pesquisa. O primeiro deles ocorreu em outubro do ano
passado e, o segundo – que reuniu cerca de 200 pessoas – em março desse ano. Os
avanços científicos estão disponíveis em dissertações, trabalhos de conclusão
de curso e artigos científicos em revistas científicas especializadas.

Como é feita a
inoculação
– A bactéria Azospirillum brasilense vem em um inoculante
líquido e/ou turfoso desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). Para cada quilo de sementes são adicionados apenas
2,5ml do produto. A semeadura deve ser realizada em um prazo de até 24h,
período estimado para a bactéria aderir à semente e formar uma “película protetora”
que carrega a bactéria.

Entre as vantagens da inoculação com as bactérias fixadoras
de nitrogênio está a redução de custos de produção, porque substitui a adubação
mineral nitrogenada e de mão-de-obra nas lavouras.

Em experimentos com aveia e azevém verificou-se que a
inoculação com a bactéria confere a mesma produção de matéria seca da forragem
que áreas com aplicação de 66 kg ha-1 de nitrogênio (150 kg Ureia
aproximadamente) e isso representa a redução no custo de produção de até R$
210. Além disso, o sistema tradicional exige do produtor que ele faça a
aplicação de nitrogênio duas vezes ou mais vezes, atividade essa que é
minimizada pelo uso da bactéria – explica Martin.

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