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UFSM celebra a entrada em órbita do primeiro nanossatélite brasileiro



*Luciane Treulieb

No dia 19 de junho de 2014, às 16h11min
(horário de Brasilia), a UFSM protagonizou um fato histórico: foi lançado o
primeiro nanossatélite brasileiro a entrar em órbita. Da base localizada na
cidade de Yasny, na Rússia, o foguete Dnepr levou para o espaço 37
nanossatélites, entre eles o NanoSatC-BR1, desenvolvido pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).

O NanoSatC-BR1, ou Nanossatélite
Científico Brasileiro 1, partiu com missões científicas e
tecnológicas
. O dispositivo, que tem o formato de um cubo de 10 centímetros
de aresta e no qual estão inseridas placas de circuitos eletrônicos, testará a
resistência à radiação desses componentes eletrônicos e coletará dados para
pesquisas científicas, principalmente sobre distúrbios na magnetosfera (o
campo magnético do planeta).

O lançamento

A delegação brasileira que foi
à Rússia era composta por quatro pessoas: o
professor Nelson Jorge Schuch, coordenador do Programa NanosatC-BR; Otávio
Durão, gerente do projeto na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP); e dois
acadêmicos de Engenharia Elétrica da UFSM, Leonardo Zavareze da Costa e Tális
Piovezan.

“Viajar e presenciar todo o
processo de lançamento foi algo muito surpreendente. Algo que nos deixou muito
felizes foi, na chegada da base de lançamento, verificar que a bandeira do
Brasil estava presente. Isso é algo que nos toca, pois sentimos que estávamos
numa espécie de igualdade com outros 17 países, e que tínhamos um objetivo em
comum, que era o desenvolvimento tecnológico dos nossos países, ou seja,
desenvolver novas tecnologias e novas soluções para os ambientes espaciais”,
celebra Tális.

De dentro da sala de
conferências, através de um vídeo, a equipe do projeto que estava na Rússia
acompanhou o lançamento. Após aproximadamente uma hora e meia, eles receberam a
informação, que veio de uma estação terrena holandesa, de que o satélite estava
“vivo”- ou seja, estava devidamente operando:

“Demora um pouco pra perceber o
que se está presenciando. Acho que só depois que se recebe a ligação e se ouve
que sim, o satélite está em órbita transmitindo sinais, que cai a ficha e se
percebe o sucesso do projeto”, comenta Leonardo.

O pioneirismo da UFSM e a possibilidade de criação de um polo aeroespacial em Santa Maria

Na coletiva de imprensa
realizada no Gabinete do Reitor da manhã desta terça-feira (24), o professor
Schuch falou sobre a experiência de protagonizar um importante momento para o
desenvolvimento aeroespacial:

“Para mim é uma honra fazer
parte deste momento histórico da UFSM. Eu sou formado na primeira turma de
Física da UFSM, então, se não existisse esta Universidade, eu provavelmente não
seria físico e não estaria aqui”.

Ainda segundo o professor
Schuch, a UFSM tem na sua gênese a inovação, por ser a primeira Universidade
Federal localizada em uma cidade do interior do Brasil, e não em capitais. O
professor João Baptista Martins, coordenador da Santa Maria Design House (SMDH), reafirmou
essa ideia:

“Santa Maria sempre teve o dom
de ser pioneira. A quantidade de países que trabalham e que atuam com pesquisa
aeroespacial dá para contar nos dedos, são muitos poucos. A equipe que eu
represento, da SMDH, desenvolveu um chip que está lá em órbita, dentro do
satélite, a 600km de altura, e, diga-se de passagem, é o primeiro chip
brasileiro a estar em órbita, transmitindo dados. Isso é muito emocionante”.

De acordo com o Reitor Paulo
Burmann, o sucesso no lançamento do nanossatélite trouxe alegria e orgulho para
a Universidade e só foi possível graças à contribuição de vários pesquisadores
e estudantes, já que a UFSM se constitui num celeiro de recursos humanos
direcionados para pesquisa, ciência e tecnologia.

Para o professor Schuch, o
grande objetivo deste projeto é capacitar recursos humanos para o Programa
Nacional de Atividade Espacial (PNAE). Para isso, segundo ele, são selecionados
vários alunos, de diferentes cursos que estejam ligados aos diversos
subssistemas do programa espacial de nanossatélite (Engenharias, Física,
Computação), e formam-se esses acadêmicos, desde a iniciação científica, para a
pesquisa aeroespacial.

Para o diretor do Centro de
Tecnologia, Eduardo Rizzatti, o êxito obtido com o lançamento do nanossatélite
demonstra “a importância de alavancarmos e darmos força para o espírito
empreendedor dos pesquisadores que temos vinculados à ciência e à tecnologia na
Universidade”.

O Reitor Paulo Burmann destacou
também que o sucesso no lançamento do nanossatélite é um argumento a mais para
que se crie um polo aeroespacial em Santa Maria:

“A nossa expectativa é que as
relações com o Inpe sejam estreitadas, atendendo aos interesses do
desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Esse fato inédito, histórico para a
UFSM, para o Inpe e para o país, fortalece o conjunto de justificativas para
que criemos em Santa Maria um polo aeroespacial, que, somado à criação do curso
de Engenharia Aeroespacial, que deverá entrar em atividade no próximo ano,
constituem dois elementos estratégicos pra o fortalecimento desses argumentos”.

Futuro

Adriano Petry, chefe do Centro
Regional Sul do Inpe, considera que as portas estão abertas para que o projeto seja
continuado :

“Estamos celebrando o sucesso
do lançamento, mas esse é só primeiro nanossatélite científico brasileiro a ser
lançado, o trabalho não acaba aqui. Esse é um trabalho em continuidade, em que
a interação e a parceria com a Universidade é fundamental , e todos os outros
atores, pessoas físicas e instituições, também contribuem para desenvolver cada
vez mais a ciência espacial”.

O professor Schuch revela que o
NanoSatC-BR2 já está sendo desenvolvido, com o dobro do tamanho deste
primeiro, e que possibilitará missões científicas mais sofisticadas:

“Se tudo der certo, lançaremos
o BR2 nos Estados Unidos, em setembro de 2015”.

Em um cenário nacional em que a
área espacial está carente de recursos e investimentos , Petry destaca que
trabalhar com nanossatélites é uma alternativa barata, viável, em que se
consegue acessar o espaço e fazer experimentos com custo inferior a 1% do valor
de um satélite de grande porte.

No entanto, em paralelo a ações
de satélites de pequeno porte, o Inpe também está desenvolvendo um satélite de
grande porte, em parceria com a China, para monitoramento do recursos naturais.
Petry revela que é um projeto de grande orçamento, com muito mais capacidades
e potencialidades de monitoramento de fronteiras e recursos naturais, e que deverá ser lançado em uma base chinesa
em dezembro deste ano.

Mais informações sobre o NanoSatC-BR1 e o Programa NanosatC-BR podem ser obtidas no site do projeto: http://www.inpe.br/crs/nanosat/

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-1-15294

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