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​Motivos atribuídos por mulheres ao abuso de substâncias psicoativas



Recentemente, foi aprovada
pela banca de avaliadores a dissertação de mestrado “Motivos atribuídos por
mulheres ao abuso de substâncias psicoativas”. Em seu estudo, a mentora e
doutoranda em Enfermagem, Keity Siepmann Soccol buscou entender quais são os
motivos que levam as mulheres a consumir drogas que agem sobre o sistema nervoso central. O tema seguiu
indagações sobre trabalhos realizados pela mentora já na Graduação. Segundo
ela, o enfoque se deu a partir da constatação de que a maior parte dos estudos
sobre o assunto é realizada com o público masculino, embora sejam as mulheres
as mais afetadas pelo uso de tais substâncias.

O estudo
apresenta uma abordagem qualitativa de natureza fenomenológica realizada no
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e drogas (CAPS Ad) “Caminhos do Sol” de
Santa Maria. As participantes foram mulheres, na faixa etária de 25 a 56 anos,
que abusam de substâncias psicoativas e que ali realizam tratamento. Por meio
de entrevistas e depoimentos, pôde então ser feita a análise e a interpretação
de cada caso em particular.

Os resultados
apontados pela dissertação trazem questões complexas e razões bem distintas das
atribuídas aos homens, frente à procura por substâncias psicoativas. Enquanto
que a parcela masculina não aponta um fator desencadeante especial, as
mulheres, em geral, buscam as drogas depois de passar por eventos significativos
e fases marcantes da vida.

Na análise
compreensiva dos fatos, desvelou-se a influência da família, companheiros e
amizades tanto para o início do uso de substâncias psicoativas, como no abuso e
recaída. A maioria dos casos é descrito como consequência de um sofrimento
intenso do passado e questões relacionadas desde a infância. Outras histórias,
que tiveram início ainda na adolescência, associam a droga à necessidade do
indivíduo se inserir em um grupo social. Além disso, a pesquisa ainda apresenta
relações familiares conflituosas e a prevalência de fatores afetivos como estopim
para o abuso de substâncias psicoativas. Agressões, dificuldades financeiras,
perda por morte, infertilidade e aposentadoria, também foram identificadas como
fatores desencadeantes.

O estigma social em
relação às mulheres é bastante expressivo, sendo, muitas vezes, julgadas como
amorais e incapazes de cuidar da família e dos filhos. Em razão disso, grande
parte delas faz uso de substâncias psicoativas às escondidas e não procura
ajuda especializada para deixar o vício. Segundo Keity, diante do papel social
que apresenta frente à sociedade, a mulher sofre muito preconceito e prefere a
negação e a ocultação dos reais problemas.

Os programas de
reabilitação para mulheres ainda são poucos e a mentora do estudo ressalta que
se fazem necessárias ações e campanhas de
conscientização conjuntas com a sociedade. Espera-se que a dissertação auxilie
na atuação e capacitação dos profissionais de saúde, para que esses possam
planejar estratégias de cuidado de acordo com as necessidades do cotidiano das
mulheres. Keity deseja que o projeto “saia do papel” e já prevê a realização de
algumas ações, como rodas de conversa e apoio a mulheres afetadas pelo uso de
substâncias psicóticas. 

* Tainara Liesenfeld, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social

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