Ir para o conteúdo UFSM Ir para o menu UFSM Ir para a busca no portal Ir para o rodapé UFSM
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

​Alunos índios e reitoria vão elaborar em conjunto projeto para casa do estudante indígena



A construção de um prédio com arquitetura inspirada nas
tradições e costumes indígenas. Este é o desejo manifestado na tarde de
quarta-feira (15) por cinco estudantes indígenas da UFSM durante reunião com
representantes da Administração Central. Realizado na Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis (Prae), o encontro marcou o início das discussões para elaborar o
projeto da futura moradia indígena da universidade. A edificação de um prédio
para abrigar os alunos índios é uma das reivindicações dos manifestantes que
ocuparam a reitoria na semana passada.

Graças à existência da cota D do Vestibular, atualmente a
UFSM tem em seus cursos de graduação 22 alunos provenientes de comunidades
indígenas. A maioria são índios kaingang, os quais também convivem na
universidade com dois índios guaranis e outros dois da etnia terena. Em um dos
blocos da Casa do Estudante Universitário 2, localizada no campus de Santa
Maria, moram 19 estudantes indígenas.

Comunidade indígena da UFSM foi representada por cinco alunos durante reunião na Prae (crédito foto: Lucas Casali)

Após conversas com os outros estudantes indígenas, os cinco
que os representaram na reunião apresentaram as suas sugestões ao reitor Paulo
Burmann e também aos pró-reitores de Assuntos Estudantis, Infraestrutura,
Extensão e Graduação. Entre as ideias apresentadas está a construção de um
prédio no formato redondo, com um espaço no centro voltado para manifestações
culturais.

Os apartamentos, entretanto, teriam uma estrutura
semelhantes aos outros da Casa do Estudante, dispondo em seu interior de
quarto, cozinha, sala e banheiro. Referindo-se ao número de vagas, os
estudantes indígenas presentes na reunião salientaram que se deve projetar um
prédio pensando não só nos alunos de agora, mas também naqueles que vão
frequentar a universidade no futuro.

Embora os kaingangs sejam a etnia indígena com maior
representação na UFSM, os alunos também ressaltaram a necessidade de que o
projeto de moradia não seja ofensivo à cultura de índios de outras etnias, como
a guarani, a terena e outras. Também frisaram que, no anseio de atender as
reivindicações dos índios, deve-se tomar o cuidado para não prejudicar os
estudantes não-indígenas.

Visando a procurar contribuições provenientes de outras
partes do país, as equipes das pró-reitorias de Extensão e Assuntos Estudantis se
comprometeram a pesquisar eventuais exemplos de moradia estudantil indígena em
outras universidades do Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte.

“Para além da moradia estudantil, temos que construir
uma política de atenção aos indígenas”, disse o reitor.

Foram tratados na reunião outros temas relacionados à assistência
estudantil. Entre as demandas apresentadas, está o auxílio-transporte para que
os alunos indígenas viajem até as suas aldeias. Também foi abordada a possibilidade
de estudantes que são pais ou mães viverem com seus filhos na Casa do Estudante
(o que é permitido no caso de crianças de até 12 anos de idade), e de que forma
estas crianças podem usufruir outros benefícios garantidos a seus pais pela
UFSM.

Como resultado da reunião, decidiu-se criar um grupo de
trabalho formado pelos estudantes indígenas e pelos pró-reitores titulares e
adjuntos que participaram do encontro. Este grupo vai tratar do projeto da casa
do estudante indígena e também de outras demandas relativas à assistência
estudantil. A próxima reunião está marcada para a próxima quarta-feira (22), às
14h, na Pró-Reitoria de Extensão.

A expectativa do grupo de trabalho é que o projeto da casa
do estudante indígena esteja concluído até o final deste ano. Depois disso, o
desafio é conseguir recursos para a construção da mesma. Além dos pró-reitores
e dos alunos indígenas, também farão parte do grupo de trabalho alunos da
diretoria da Casa do Estudante Universitário e representantes do Diretório Central
dos Estudantes, da Associação de Pós-Graduandos e do Grupo de Apoio aos Povos
Indígenas.

Vestibular – A Prae
já está analisando como serão acolhidos os próximos alunos que entrarem na
universidade pela cota D do Vestibular. Na próxima edição do concurso, há 20
vagas reservadas para índios, cada uma em um curso diferente. No Vestibular
2014, esta cota tem 112 inscritos no processo seletivo único e outros sete no
processo seriado ­– um inscrito na PS 2 e outros seis na PS 1.

Os candidatos que se inscrevem na cota D são isentos do
pagamento da taxa de inscrição. Para concorrer por esta cota, é obrigatório que
o candidato apresente, antes da realização do Vestibular, documentação que
comprove a condição de índio. Os documentos são avaliados pela Comissão de
Implementação e Acompanhamento do Programa Permanente de Formação de Acadêmicos
Indígenas da UFSM.

No Vestibular, os índios também têm a opção de concorrer
pelas cotas EP1A e EP2A, as quais são para candidatos egressos de escolas
públicas autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. Neste caso, concorrem pela
cota EP1A os candidatos com renda familiar mensal inferior ou igual 1,5 salário
mínimo per capita; se a renda superar
este valor, o candidato deve se inscrever na cota EP2A.

Texto: Lucas
Casali

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-1-17560

Publicações Recentes