A revista internacional Olive Oil Times publicou, em
setembro, reportagem sobre um artigo publicado neste ano na revista científica
Journal of Nutritional Biochemistry pela doutoranda Camila Simonetti Pase, do Programa de Pós-Graduação em
Farmacologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
O artigo fará parte da tese de Camila, com orientação da
professora Marilise Burger e colaboração de outras alunas da Universidade, como
Verônica Dias e Angélica Teixeira, além da contribuição de dois professores da
Universidade de Milão, Marco Riva e Alberto Panerai.
A reportagem baseada no artigo destaca os benefícios do
consumo do óleo de oliva durante a gestação para o feto, com repercussões
favoráveis ao longo da vida. Com o título em português “Uma dieta enriquecida
com óleo de oliva durante a gestação pode beneficiar o feto ao longo da vida”,
o texto pode ser acessado aqui.
O estudo teve início em 2011, durante o doutorado sanduíche
da aluna Angélica Teixeira, e como não houve tempo de concluir as análises,
Camila Pase continuou os estudos no laboratório Farmatox, coordenado pela
professora Marilise Burger, no Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFSM,
e depois foi para Milão e finalizou o trabalho, o qual faz parte da sua tese.
O grupo de pesquisa Farmatox já investigava a influência do
consumo de diferentes tipos de ácidos graxos (gorduras trans) sobre o
desenvolvimento de diferentes doenças, incluindo doenças do movimento, perda de
memória, distúrbio bipolar e dependência a drogas aditivas.
Segundo Marilise, que atualmente faz pós-doutorado em Madri,
Espanha, como o óleo de oliva, bastante utilizado na Europa e na dieta mediterrânea,
apresenta um perfil favorável de ácidos graxos, além de compostos
antioxidantes, resolveu-se analisar se o seu consumo durante o período
perinatal (por volta do quinto mês de gestação) pode exercer alguma influência
sobre o status oxidativo e expressão
de neurotrofinas protetoras na idade adulta. Essas neurotrofinas estão
relacionadas com a redução do desenvolvimento de doenças neurodegenerativas e
psiquiátricas.
Os experimentos foram realizados com ratas prenhes, que
receberam uma dieta enriquecida com óleo de oliva durante o período da gestação
e lactação, e após o nascimento, os filhotes receberam dieta controlada até a
idade adulta.
A professora relata que os resultados obtidos mostraram que
a dieta reduziu os danos oxidativos, bem como houve aumento da expressão de
neurotrofinas (BDNF e FGF-2) no hipocampo e córtex destes animais na idade
adulta. Isso reforça a ideia de que o consumo de uma dieta saudável durante o período inicial de
desenvolvimento pode exercer influência benéfica ao longo da vida, tanto da gestante
quanto do feto.
Sabrina Cáceres, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Foto de capa: revista Olive Oil Times