O último sábado (21) foi um dia
especial para o município de Caçapava do Sul. O grupo de pesquisa Patrimônio
Natural, Geoconservação e Gestão da Água (Pangea), vinculado ao Programa de
Pós-graduação em Geografia (PPGGeo) e ao Departamento de Geociências da UFSM,
com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (PRE), promoveu o “geo.dia”, ou “dia da
geodiversidade”, para celebrar o reconhecimento oficial daquele município como
“capital gaúcha da geodiversidade”, título concedido pela Lei Ordinária Estadual
14.708, de 15 de julho de 2015.
Além do grupo da UFSM, o evento foi
organizado e executado por docentes e acadêmicos da Unipampa de Caçapava do Sul
(curso de Geologia), do Núcleo de Estudos em Paleontologia e Estratigrafia (Nepale)
da UFPel, do Grupo de Pesquisa em Geomorfologia e Meio Ambiente, também da UFPel,
além das secretarias municipais de Educação e Cultura/Turismo da prefeitura de
Caçapava do Sul.
Em uma base central, na Praça Rubens da
Rosa Guedes, as equipes das universidades e do executivo municipal promoveram
atividades como exposição fotográfica, focalizando o patrimônio natural local;
oficinas de escavação de fósseis e confecção de réplicas, com ênfase nas garras
da preguiça-gigante, encontradas no município; atividade de caça ao tesouro
(geocaching), onde o tesouro era uma série de informações sobre os cactos
nativos da região; mostra de rochas e de imagens de satélite 3D dos
geomonumentos de Caçapava do Sul; entre outras atrações.
Da praça, pela manhã, partiu uma
caminhada até o Forte Dom Pedro II, construído com blocos de rochas graníticas,
e até a Chácara do Forte, local onde esses blocos arredondados ocorrem
naturalmente. As atividades contaram com participação ativa e intensa da
comunidade local e de grupos de visitantes.
Da praça central, partiram diversas
excursões, utilizando veículos da Unipampa/Caçapava e da Secretaria Municipal
de Educação, além de veículos fretados por visitantes de Pelotas e Santa Maria,
totalizando mais de 300 participantes. Foram duas excursões para o Parque
Municipal da Pedra do Segredo, uma pela manhã e outra à tarde, onde as pessoas
receberam informações sobre geologia e ecologia, e onde puderam participar de
uma oficina de escalada em rocha com professores-montanhistas e com a equipe
gestora do local.
Excursões para as Pedras das Guaritas,
conjunto de cerros reconhecidos como uma das “maravilhas turísticas” do Rio
Grande do Sul, e para a localidade de Minas do Camaquã, símbolo dos diversos
ciclos de extração de cobre no Estado, ocorreram à tarde.
Nesses locais, os participantes receberam
informações sobre o patrimônio natural local, conversaram com antigos
funcionários da mineração e visitaram uma litoteca organizada por estudantes
caçapavanos do ensino médio na Associação dos Moradores das Guaritas.
O “geo.dia” foi uma iniciativa de
geoconservação e extensão universitária pioneira no Rio Grande do Sul,
integrando a comunidade caçapavana às universidades que estudam e aprendem com
a natureza da região, especialmente no âmbito das geociências.
Colaboração e fotos: André W. Borba


