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Animais abandonados no campus: o que fazer?



O abandono de animais domésticos nos campi universitários tem
se tornado frequente. Atualmente, no campus da UFSM, há em torno de 60 cães e
gatos, segundo dados da Vigilância da instituição. Neste ambiente, o animal se
instala com facilidade, porque encontra uma ampla área verde e grande
circulação de pessoas que fornecem água, alimento e carinho.

No entanto, a permanência de cães e gatos na universidade
representa um problema de saúde pública que compromete o bem-estar das pessoas,
e dos animais por viverem em um local inadequado. É crescente o número reclamações,
registrados na Ouvidoria, de pessoas atacadas por cães e gatos no campus. Além
disso, os resíduos dos alimentos dados aos cães se espalham pela universidade,
principalmente no entorno do Restaurante Universitário (RU), o que contribui
para a proliferação de ratos e bactérias. O restaurante tem sido multado por
esse motivo.

Em busca de soluções efetivas para resolver o problema, o
Projeto Zelo realizou o 2º Encontro Sobre Animais Abandonados no Campus da UFSM
nesta terça-feira (14), em parceria com o Gabinete do Vice-Reitor e o Hospital
Veterinário Universitário (HVU). O
encontro promoveu palestras durante a manhã e a tarde, confira a programação.

O professor Alexander Welker Biondo, do Departamento de
Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ministrou a primeira
palestra do evento.

Biondo relatou a experiência na UFPR e defendeu a criação de
uma política que regulamente as ações de combate ao abandono. “O que nós tentamos fazer
lá foi criar uma política na universidade. É o que está sendo feito aqui, com a
abertura de um dia inteiro voltado para o problema. O próprio vice-reitor está presente.
Criar uma política que tenha ações continuadas sobre os animais, não apenas
quando o problema aparece”, declara Biondo, que é ex-diretor do Departamento de
Pesquisa e Conservação da Fauna na Prefeitura de Curitiba.

Essas ações devem se basear em quatro pilares: a educação, a
castração, o combate aos maus tratos e a adoção. O professor ressaltou a
importância da denúncia: as pessoas flagradas abandonando animais domésticos
devem ser denunciadas para que haja punição. Em segundo lugar, a adoção é
considerada o ato mais adequado e eficiente para que os cães e gatos sejam
retirados do campus e acolhidos em um lar.

Durante a tarde, o professor Everton Behr, do Departamento
de Zootecnia da UFSM, ministrou uma palestra sobre outra consequência deste
problema. A ameaça que os animais domésticos representam às espécies nativas do
campus. Segundo Behr, existe predação de espécies nativas, já ameaçadas de
extinção no Rio Grande do Sul, por cães e gatos. A UFSM tem aproximadamente 190
espécies de aves, 38 de répteis, 25 de mamíferos e 20 anfíbios
cadastrados.

A coordenadora do Projeto Zelo, Liandra Portella, afirma que
a organização do encontro é importante para promover a educação continuada,
pois a falta dela é a principal causa do abandono de animais. “Como disse o
palestrante, se nós não educarmos o nosso grupo, que é do curso superior,
formado por pessoas adultas, onde nós vamos começar isso?”, enfatiza.

A próxima realização do Zelo será a construção de uma praça
de alimentação para os cães em um local afastado dos restaurantes. Liandra pretende
se reunir com a Pró-Reitoria de Infra-Estrutura na próxima semana para viabilizar
a ação. “A ideia é que o local não disponha de alimentos em excesso para não
atrair ratos ou outros oportunistas, para que as pessoas possam alimentar os
cães e retirar os resíduos. E que, se possível, também sirva de abrigo para os
cães”, explica.

Texto e fotos: Paola Brum, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência
de Notícias da UFSM

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