O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Imaginário
Social (GEPEIS) promove nos dias 24 e 25 de novembro, na UFSM, a quinta edição do
encontro Ouvindo Coisas. Neste ano, o
evento apresenta a temática: “Que cidade temos e que
cidade queremos?”. 

Valeska Fortes de Oliveira, coordenadora do Grupo, explica a
busca em promover o assunto: “A escolha se deve ao ano das eleições municipais
e por estarmos vivendo um tempo de muitas informações e correrias, barulhos,
ruídos, onde não temos dedicado um tempo – espaço para estranhar nossos
comportamentos, práticas e as políticas da vida em comum que se dá na cidades”.

O encontro acolhe quatro grandes
eixos temáticos: “Imaginário e Arte”, “Imaginário e Educação”, “Imaginário e
Urbanidades” e “Imaginário e Saúde”. Os participantes vivenciarão
palestras, mini-cursos, rodas de
conversa, intervenções artísticas e apresentação de trabalhos, com professores,
artistas e alunos de diversas universidades do país.

Os estudos na linha do imaginário mostram-se de grande
importância para a pesquisa e prática em educação, explica a professora
Valeska: “Nossa lente vai nas significações imaginárias, nos sentidos e
significados construídos e abandonados ao longo do trajeto de vida. No olhar,
por exemplo, das questões cotidianas, chamamos atenção para as minúcias, para
os detalhes, para os movimentos ou as inércias que um olho apressado, sem uma
olhar atento e sensível e uma escuta também capaz de perceber uma estética do
vivido, muitas vezes, não percebe. Olhar com a lente do imaginário é também
olhar os mitos, os ritos, os símbolos que se atualizam nos tempos com os
sujeitos e as formas de viver. Também os
estudos do imaginário social, como movimentam com a ideia de instituinte,
propõem ainda a ideia de criação metodológica e de pensar em outros movimentos
para a educação seja ela a formal ou a informal.”

O encontro é um projeto de experimentação e experiência
formativa do GEPEIS, que existe há 23 anos na UFSM. O Ouvindo Coisas
se apresenta como um evento provocativo aos modelos tradicionais. O foco não é
no “falar”, mas no “ouvir”, na troca, no diálogo. “A palavra se centra,
circula, volta e ainda é provocada a mostrar uma síntese do debate coletivo no
final para os outros grupos. As formas sempre foram muito criativas, desde
encenação, até mesmo a produção de um material audiovisual. “ Valeska ainda
reafirma a diferenciação do evento. “ Não trabalhamos com a idéia de um evento
de massa. Queremos sim a participação de
muitos, mas aqueles dispostos ao desassossego, ao movimento da micropolítica
que inventa outras formas de estar no espaço da universidade e, neste ano, no
espaço da cidade. Outras formas de viver a universidade e a cidade.”

As inscrições para o 5º Ouvindo Coisas – A instituição
Imaginária da Cidade vão até dia 30 de setembro. As informações, inscrição de
trabalhos e programação do evento você acessa no site.