Na tarde de segunda-feira (7), integrantes do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva (Nepesc) e do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial Noroeste Colonial (Nedet), dando sequência ao projeto da pesquisa-ação intitulada “Articulando saberes e práticas no contexto indígena Kaingang: uma contribuição da Universidade Federal de Santa Maria na construção coletiva de espaços de intervenção para o desenvolvimento sustentável”, desenvolveram intervenções junto à comunidade da Terra Indígena do Inhacorá (São Valério do Sul). As ações tiveram como eixos norteadores a construção de oficinas como a “Cartografia da aldeia” e “O pensamento cultural Kaingang sobre saúde”.
As atividades foram desenvolvidas na Escola Indígena e contaram com a participação de aproximadamente 80 pessoas, dentre elas indígenas da comunidade e liderança, professores indígenas, não indígenas, alunos da Escola Marechal Cândido Rondon, profissionais da saúde da aldeia e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), professores e estudantes da UFSM.
As oficinas e rodas de conversas aconteceram com a mediação/coordenação das professoras Alice Jahn e Maria da Graça Soler, além da bolsista CNPq/Nedet Elaine Marisa Andriolli, duas bolsistas do curso de Enfermagem e três estudantes voluntários do curso.
O dia na aldeia e trocas de saberes culturais teve como objetivos integrar a equipe do projeto Nedet/Nepesc com a comunidade indígena; conhecer o espaço/lugar e o território cultural; refletir e debater sobre a diversidade cultural; conceitos de saúde no pensamento Kaingang e as práticas de cuidado adotadas e, também, as demandas dos indígenas para as próximas intervenções coletivas.
Das ações, debates e troca de conhecimentos, os indígenas socializaram a produção cartográfica, com a localização dos espaços de construções coletivas da vida em comunidade; problematizaram sobre saúde e as práticas culturais adotadas, além de elencar os assuntos/temáticas que desejam discutir com os integrantes do projeto e Equipe de Saúde Indígena, como ervas e plantas medicinais, comidas/alimentos típicos da cultura Kaingang. Também enfatizaram a importância de debater e aliar os saberes indígenas do “Kuiã, parteiras e dos Kofá” no fazer dos profissionais da saúde, no sentido de valorizar e revitalizar as práticas tradicionais indígenas como parte de uma atenção diferenciada.
A inserção nos espaços culturais é sempre pautada no diálogo e respeito à diversidade cultural, com abordagens e temáticas voltadas à problematização e demandas solicitadas pelos atores sociais. A avaliação dos envolvidos é de que o trabalho desenvolvido junto à comunidade indígena Kaingang mostra caminhos e possibilidades concretas da inserção acadêmica em espaços territoriais repleta de singularidades e riqueza cultural.
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