Mais de 900 estudantes de engenharia, que representam 39
instituições de ensino superior do Brasil e da Venezuela, já aceleram os
motores em contagem regressiva para colocar à prova 50 veículos de alto
desempenho – 40 a combustão e 10 elétricos. Os carros estão na cidade de
Piracicaba (SP) para disputar a 13ª Competição Formula SAE Brasil, que ocorre
desta sexta-feira (25) até o próximo domingo (27) no Esporte Clube Piracicabano
de Automobilismo. A competição será disputada por 50 equipes, entre as quais
está a Formula UFSM.
Embora tenha apenas seis anos de existência, a Formula UFSM
já conquistou resultados significativos, o que inclui participação na versão
internacional da Formula SAE, disputada nos Estados Unidos. Organizada de forma semelhante a uma empresa, a equipe conta
atualmente com cerca de 30 estudantes. Parte do sucesso da Formula UFSM
advém da experiência que o seu coordenador, professor Mario Martins, repassa
aos alunos que a compõem. Ele já disputou a versão britânica da competição,
como membro da equipe da Brunel University, e também atuou como juiz da Formula
SAE.
O direito de representar o país nas competições internacionais
será das três equipes (duas da categoria Combustão e uma na dos carros
elétricos) que alcançarem as melhores pontuações na soma geral de todas as
provas que fazem parte da Formula SAE Brasil. As competições internacionais acontecem
nas cidades de Brooklyn (estado do Michigan), de 10 a 13 de maio, e de Lincoln
(estado do Nebraska), de 21 a 24 de junho. Na primeira, há uma vaga para a
melhor equipe brasileira na Combustão; da outra participarão a segunda colocada
na Combustão e a primeira entre os elétricos.
Entre as 50 equipes inscritas na Formula SAE Brasil, o estado
de São Paulo lidera com 19 equipes, seguido por Minas Gerais com sete, Rio de
Janeiro com seis e Santa Catarina com quatro equipes. Paraíba e Rio Grande do
Sul são representados por três equipes cada um. Bahia e Paraná contam com duas
equipes cada. Distrito Federal, Mato Grosso e Sergipe possuem uma equipe cada.
A competição terá, ainda, uma equipe da Venezuela.
Carros – Os
carros Fórmula SAE movidos a combustão têm motores de quatro tempos e
capacidade volumétrica máxima de 610 cm³. Já os elétricos são tracionados por
motores alimentados por baterias de até 600 volts, com autonomia de pelo menos
22 km e potência para atingir velocidade superior a 100 km/h e acelerar de 0 a
100 km/h em menos de 3,7 segundos. A recarga das baterias é realizada em carga
lenta, em uma área com alto nível de segurança, em tomada especial de 220 volts
trifásica.
A construção dos veículos deve obedecer ao regulamento da
competição, disponível no site da seção brasileira da Sociedade de Engenheiros
da Mobilidade (SAE) – www.saebrasil.org.br. O regulamente exige das equipes
(com até 20 integrantes) que se especializem nos variados sistemas que compõem
um carro do tipo fórmula, como powertrain,
freios, direção, suspensão, sistemas elétricos, chassi e segurança.
Provas – Em
Piracicaba, os carros serão avaliados por engenheiros da indústria da
mobilidade, com base em critérios que vão desde a concepção técnica até a
viabilidade comercial. Nesta sexta-feira, os veículos devem passar por provas
estáticas para inspeção técnica e avaliação de custo, design, freios, ruído e tilt table (inclinação). No sábado, os
estudantes farão as apresentações orais de seus projetos e os veículos
enfrentarão provas dinâmicas (prova de aceleração em reta de 75 metros, prova de
estabilidade lateral e volta em pista montada por cones). No último dia, haverá
a prova mais disputada da competição – o enduro de resistência com 22 km,
realizado em uma pista travada – que exige muito dos carros e pilotos.
Com informações da
Companhia de Imprensa