“Nós precisamos levantar uma bandeira
por Santa Maria”. A afirmação do professor Paulo Afonso Burmann, reitor da
UFSM, hoje (31) pela manhã, dá o tom do posicionamento assumido pela universidade
em relação ao movimento favorável à abertura do Hospital Regional de Santa
Maria. O reitor reuniu-se, nesta segunda-feira, com representantes do Fórum de
Imprensa e Gestão de Santa Maria. Na próxima sexta-feira (4), a gestão da UFSM
promove um encontro com prefeitos e lideranças políticas da região, visando ao
fortalecimento das articulações em prol da abertura do hospital.
Promovida a partir de uma iniciativa
do Fórum de Imprensa de Santa Maria, a reunião desta manhã teve como principal
pauta a sensibilização dos veículos de comunicação com vistas a uma campanha de
apoio para a abertura imediata do Hospital Regional. Com capacidade para 250
leitos, as obras do novo hospital foram concluídas em setembro de 2016, com um
investimento de R$ 45 milhões, mas até agora ainda não há uma data prevista
para o início dos atendimentos à comunidade. O Hospital Regional de Santa Maria
foi projetado para ser o primeiro hospital público estadual de média e alta
complexidade.
Integrante do comitê pró-Hospital
Regional, o reitor da UFSM reforçou, hoje, o interesse da universidade em
assumir a gestão do complexo hospitalar, via Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (Ebserh). De acordo com Burmann, a abertura do Hospital Regional é
do interesse direto da UFSM, já que os novos leitos representariam uma
alternativa à superlotação do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
Burmann lembrou que, com o fechamento
de mais de 100 leitos na região, por falta de repasses de recursos pela
Secretaria Estadual de Saúde, a situação do Husm agravou-se: “Não há leitos
suficientes. É uma situação dramática e desumana com os pacientes e com as
equipes que atuam no hospital. Essa conjuntura nos leva a retomar a discussão
sobre o Hospital Regional. Esse Hospital precisa abrir”, afirma o reitor. Desde
maio deste ano, quando atingiu 400 leitos, o HUSM é considerado um hospital de
grande porte. O Hospital Universitário é o único da Região que oferece 100% de
atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O reitor lembrou, também, que as
negociações entre a universidade e o Governo do Estado já vinham ocorrendo
desde 2014, inclusive com um termo de cooperação técnica firmado entre as duas
partes ainda em vigor. Na época, o acordo previa a cedência do patrimônio do
hospital à universidade. Hoje, esta exigência foi subtraída e a proposta da
UFSM é de um acordo de cessão de uso ou permuta por imóveis federais. O reitor
sinalizou em direção à cedência do prédio do antigo Hospital Universitário, no
centro de Santa Maria, onde o Governo poderia acomodar diversos serviços,
desonerando o Estado dos custos com locação de imóveis na cidade.
Outros locais também foram mencionados
pelo reitor, como passíveis de serem inseridos na negociação, como a área do
Estado ocupada hoje pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro),
no distrito de Boca do Monte, e um lote federal, próximo à UFSM, onde poderia
ser instalado um parque de exposições para Santa Maria. As tratativas, contudo,
diante de uma sinalização positiva do Estado, ainda devem ser aprovadas pelos conselhos
superiores da universidade.
100% SUS – A defesa do caráter público do Hospital Regional também foi um
dos pontos reforçados no encontro com a imprensa. Para Burmann, o novo complexo
hospitalar precisa estar completamente integrado ao sistema público regional de
saúde. “Como um hospital público, ele deve oferecer, no mínimo, 80% do
atendimento via SUS”, observa Burmann.
Além disso, o reitor lembrou que a
instituição que assumir a gestão do Hospital Regional deve responsabilizar-se,
também, pelo gerenciamento do Hemocentro Regional, hoje em uma situação de instabilidade.
Atualmente, o funcionamento do Hemocentro vem sendo mantido graças à atuação de
28 servidores da UFSM, o que resultou, para a universidade, em um inquérito
civil movido pelo Ministério Público Federal. “Nós vivemos um dilema, se
tirarmos os servidores para cumprir a lei, o Hemocentro fecha”.
Mobilização – Além do encontro com a imprensa, onde houve um acordo por uma
postura editorial comum aos veículos de comunicação locais, no sentido de
reforçar a urgência da abertura do Hospital Regional, a reitoria da UFSM também
promoverá, na próxima sexta-feira (4), uma reunião com prefeitos, secretários
de saúde e demais lideranças políticas regionais, visando à construção de uma
estratégia coletiva para a sensibilização do Governo do Estado.
Texto: Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor