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​Entre o Norte e o Sul: evento discute problemáticas que afetam a América Latina



Evento contou com a participação de painelista via videoconferência

Meio ambiente,
desenvolvimento sustentável e dignidade humana foram alguns dos
conceitos-chave abordados, na última terça-feira (24), durante as
duas mesas-redondas que compuseram a programação da primeira edição
dos Diálogos Latino-Americanos (Dila). Com o tema central “Entre o
norte e o sul sociais: diálogos América Latina e Europa”, o
evento contou com a participação de painelistas da Inglaterra,
Portugal, Chile e Brasil. A atividade foi promovida pelo Gabinete do
Reitor, com apoio do curso de Direito, do Programa de Pós-Graduação
em Direito, da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e do UMA –
Universidade Sustentável. O evento começou pela manhã no Salão
Imembuí e prosseguiu à noite no auditório da antiga reitoria.

Pela manhã, na
abertura do evento, o reitor da UFSM, professor Paulo Afonso Burmann,
destacou a importância de a universidade fomentar o debate acerca de
temáticas relevantes para a América Latina. No mesmo sentido, a
coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito, professora
Jânia Maria Saldanha, salientou a convergência do evento com a
proposta do programa, focado na discussão de temas relacionados aos
direitos emergentes da atual sociedade em rede. Já a pró-reitora de
Graduação, professora Martha Adaime, enfatizou a relevância da
promoção de espaços de diálogo com pesquisadores estrangeiros
para o processo de internacionalização da UFSM.

O professor Jaime
Fernando Estenssoro Saavedra, da Universidade de Santiago do Chile,
deu início aos debates da primeira mesa, que tinha como tema central
“Democracia, sustentabilidade e dignidade humana”. Estenssoro
abordou a escassez dos recursos naturais e a crise ambiental como
ameaças à segurança dos Estados Unidos e as implicações deste
cenário para a América Latina. O professor Mohammed Nadir, natural
do Marrocos e pesquisador da Universidade do Porto, em Portugal, deu
sequência à discussão enfatizando a importância dos diálogos
entre o Norte e o Sul sociais. Nadir abordou, principalmente, a
situação dos países do norte da África, apontando para a
fragilidade democrática e a instabilidade política que marcam essas
regiões: “a falência do diálogo norte-sul não apostou numa
política de compreensão e solidariedade ao sul global”, avaliou.

O professor da
Unijuí Daniel Cenci discutiu o impasse entre desenvolvimento e
sustentabilidade, apresentando os diversos sentidos associados a
ambos os conceitos. Já o professor Yves Cabannes, da University
College London, que participou por videoconferência, trouxe à
discussão o intenso crescimento econômico asiático, principalmente
na China, seus impactos para o meio ambiente e a influência na
dinâmica do mundo globalizado. “Temos que olhar para o planeta
como um planeta limitado. O desenvolvimento que acontece na Ásia com
certeza vai afetar a América Latina”, alertou Cabennes.

Já no turno da
noite, o evento teve continuidade com a mesa “Meio ambiente e
desenvolvimento”. O professor Jaime Fernando Estenssoro Saavedra
abriu a discussão abordando as implicações políticas e os jogos
de poder entre o norte e o sul sociais imbricados na questão
ambiental e os desafios da América Latina diante deste cenário.
Apresentando dados demográficos e mapas sobre a produção e consumo
de bens e recursos, Estenssoro argumentou que “o discurso
ecologista e ambientalista do norte é um discurso hipócrita. No
fundo, o que estes países estão buscando em nível global são
soluções para uma crise ambiental gerada por eles próprios, países
desenvolvidos”.

Os professores do
curso de Direito da UFSM Jerônimo Tybusch e Luiz Ernani Bonesso de
Araujo deram sequência ao debate. Abordando a relação entre meio
ambiente, desenvolvimento e política, Tybusch destacou a exploração
de minerais, recursos hídricos e os casos de biopirataria: “Os
países do sul social, hoje, possuem 80% dos recursos naturais, mas
consomem apenas 20%, enquanto que o norte social consome 80%, mas só
produz 20% dos recursos. Esse sistema, numa perspectiva pós-colonial,
continua sendo de exploração e dependência”. Encerrando a
programação, o professor Bonesso propôs uma reflexão sobre a
sociedade brasileira e latino-americana, levando em consideração a
diversidade biológica, de culturas e de direitos, e apresentando um
novo paradigma para o futuro destas sociedades.

Ao avaliar a
realização da primeira edição dos Diálogos Latino-Americanos, o
professor Tybusch, que coordenou o evento, enfatizou a importância
da iniciativa para o estabelecimento de parcerias com pesquisadores
estrangeiros, principalmente da América Latina, visando ao fomento
de debates relevantes para a região e também ao desenvolvimento de
convênios e pesquisas conjuntas. “Que possamos tirar desse evento
uma carta de objetivos de desenvolvimento científico e tecnológico,
além de firmar parcerias e convênios. E que, nas próximas edições,
possamos ampliar os debates, discutindo política, economia,
educação, contribuindo não só para a internacionalização da
universidade, mas também para a formação dos nossos estudantes”.

Texto: Assessoria
de Comunicação do Gabinete do Reitor

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