Professoras e representantes da UFSM participaram, no final de novembro, de uma roda de conversa proposta pelo Comitê Gaúcho Impulsionador do Movimento #ElesporElas, marcando o lançamento do projeto em Santa Maria. O debate, realizado no Salão Imembuí da Reitoria, fez parte da gravação do programa Papo Reto, da TV Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, disponibilizado nesta semana no Youtube. O programa pode ser conferido abaixo.
Participaram do debate a professora Márcia Paixão, do Centro de Educação (CE), o Pró-Reitor Adjunto de Extensão, professor Ascísio dos Reis Pereira, a assistente social Ângela Souza, integrante do coletivo Marias Bonitas Fazendo História, e a advogada Luciana Lauermann, representante do Comitê Gaúcho #HeforShe. Na ocasião foram debatidas questões de gênero, políticas institucionais para proteção das mulheres da universidade, a participação dos homens na luta contra o machismo, além do debate a respeito das ações que o Comitê irá desenvolver na UFSM.
Através de parcerias com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, universidades, empresas e sociedade civil, o movimento HeForShe atua no sentido de desenvolver ações que garantam engajamento de todos na causa das mulheres, principalmente por entender que é um problema da sociedade como um todo e não apenas responsabilidade das mulheres atuarem pela mudança da lógica de opressão.
Durante a primeira rodada de perguntas, foram levantadas pelos participantes da mesa também outras questões referentes a opressão étnico-racial e de classe, visto que no último período a universidade e os estudantes negros e negras vem sofrendo uma série de ataques racistas e fascistas manifestadas nas paredes da instituição. Ângela destacou durante sua fala que não é possível realizar um debate sobre gênero sem debater também o racismo. “É um momento que para além de se pensar as políticas de gênero devemos pensar também nas políticas de permanência de negras e negros na universidade”.
Nesse sentido, Luciana frisou a importância da criação de mecanismos de punição para esses casos de racismo na universidade. De acordo com ela, a punição, além de ser repreensiva, deve ser também educativa, de modo a prever uma reeducação do sujeito que comete tal ato de preconceito.
Outras propostas de ações, a serem realizadas pelo Comitê HeForShe na UFSM, foram colocadas na discussão. Uma delas é a criação de uma política institucional que dê conta de conscientizar os alunos, professores, técnicos e terceirizados a respeito da opressão a mulher, de modo a educar e prevenir a ocorrência de casos de opressão dentro da universidade.
Para o professor Ascísio, “a perspectiva é construir uma nova consciência”, é conseguir com que os homens entendam seus privilégios e recuem para andar lado a lado com as mulheres na luta contra o machismo e outras formas de opressão como racismo e lgbtfobia.
Além desses desafios existem muitos outros, como minimizar casos de violência de gênero na universidade, atingir os estudantes e trazê-los para o debate e, principalmente, trabalhar na conscientização de toda comunidade para além do arco. Para isso algumas ações, atividades, eventos, palestras e afins serão pensadas para que seja possível o diálogo com toda comunidade e para que o debate sobre opressão de gênero seja mais aprofundado.
Para participar do movimento ou saber mais, acesse o site do projeto.
Confira o vídeo do programa Papo Reto:
Fonte: Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor
Foto: Mariana Flores