A Equipe SimulArroz, da UFSM, participou da programação de dois Dias de Campo Regionais, promovidos pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) nesta safra. Os Dias de Campo tratam da cultura do arroz irrigado e do cultivo da soja em terras baixas, sendo uma das formas de transferência de conhecimento e técnicas agrícolas diretamente aos produtores rurais. O RS, hoje, é responsável por produzir 70% do arroz brasileiro. O Irga realiza dias de campo e roteiros técnicos em todas as regiões orizicolas do RS todos os anos.
A primeira participação da Equipe SimulArroz foi no Dia de Campo Regional da Região Central, realizado no dia 25 de janeiro de 2018. O evento reuniu cerca de 1.100 pessoas na Estação Regional de Pesquisa do Irga, na Barragem do Capané, em Cachoeira do Sul. A equipe da UFSM foi responsável por uma das quatro oficinas técnicas, que tratou do tema “Lacunas de Rendimento na Cultura do Arroz e Soja”.
A segunda participação foi no Dia de Campo Regional da Fronteira Oeste, maior região produtora de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, ocorrida no dia 7 de fevereiro, na Estação Regional de Pesquisa do Irga em Uruguaiana, que reuniu mais de 400 participantes de diversos municípios de diferentes regiões do RS e da Argentina. Neste evento, a Equipe SimulArroz dividiu com o Irga a estação “Manejo de Irrigação e Lacunas de Produtividade na Cultura da Soja”, sendo uma das quatro estações que os produtores e técnicos visitaram.
O tema “lacunas de produtividade”, presente nos dois eventos, é foco de um projeto de pesquisa e extensão da parceria Irga/SimulArroz que visa quantificar as lacunas de produtividade nas culturas de arroz e de soja em terras baixas no RS, bem como identificar os fatores de manejo que estão causando estas lacunas. O projeto teve início na safra 2015/16 e já está no terceiro ano de coleta de dados pelos extensionistas do Irga e integrantes da Equipe SimulArroz espalhadas pelo RS.
Nos eventos regionais, os resultados levantados nos dois primeiros anos do projeto foram repassados a centenas de produtores que passaram por Cachoeira do Sul e Uruguaiana. Um exemplo destes resultados é que as lavouras de alta produtividade de arroz (acima de 180 sacos/ha) nas últimas duas safras no RS (2015/16 e 2016/17) tiveram três práticas de manejo em comum: rotação com soja no verão, semeadura antecipada (até 31/10) e entraram com água no cedo (até V3). Já as lavouras de soja em terras baixas que estão com produtividade abaixo de 35 sacos/ha (média de produtividade de soja em terras baixas no RS nas últimas duas safras) tiveram em comum dificuldade de drenagem, uma camada compactada muito superficial (iniciando na profundidade de até 10 cm), semeadura muito tarde (após 30 de novembro) e dificuldade no controle de plantas daninhas em pré-emergência da soja.
Projeto Lacunas de Produtividade de Arroz e Soja
O projeto Lacunas de Produtividade de Arroz e Soja é uma parceria Irga/SimulArroz que visa identificar, a nível de lavoura, quais são os fatores que estão limitando a produtividade de arroz e soja em terras baixas nas lavouras gaúchas. Com os resultados do projeto será possível indicar aos produtores como eles podem aumentar a produtividade sem aumentar o custo da sua lavoura ou então como os produtores que já tem alta produtividade podem reduzir custos sem reduzir a produtividade. Ou seja, os resultados ajudarão a aumentar a renda do produtor. O projeto também é parte do projeto internacional Global Yield Gap Atlas, que visa identificar lacunas de produtividade e os fatores que causam as lacunas nas principais culturas agrícolas ao redor do mundo, de modo que se construa a intensificação sustentável da agricultura para as futuras gerações. O projeto no RS continua nesta safra e os extensionistas do Irga já estão a campo coletando dados pelo Rio Grande a fora, de modo que se possam identificar novos fatores que podem estar surgindo neste ano.
A Equipe SimulArroz
A SimulArroz é uma equipe multidisciplinar e multi-institucional de pesquisa e extensão em arroz, soja e milho que busca a intensificação sustentável na agricultura. A equipe da UFSM é composta por professores do Departamento de Fitotecnia e do Departamento de Defesa Fitossanitária do CCR, por alunos de graduação em Agronomia e Meteorologia, e por alunos de pós-graduação do Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola (PPGEA) e do Programa de Pós-graduação em Agronomia (PPGAgro) da UFSM. São seis Equipes SimulArroz espalhadas pelas seis regiões orizicolas do Rio Grande do Sul (Equipe SimulArroz Região Central, Equipe SimulArroz Fronteira Oeste, Equipe SimulArroz Zona Sul, Equipe SimulArroz Campanha, Equipe SimulArroz Planície Costeira Interna e Equipe SimulArroz Planície Costeira Externa), em Tocantins, o terceiro estado produtor brasileiro de arroz (Equipe SimulArroz Tocantins) e no Uruguai, em parceria com o INIA. As instituições que fazem parte das Equipes SimulArroz são a UFSM, a Unipampa-Itaqui, a UFPel, o Irga e a Emater/RS-Ascar. A internacionalização da Equipe SimulArroz tem como principal alicerce a participação no projeto internacional Global Yield Gap Atlas (GYGA – http://www.yieldgap.org/), onde é responsável pela determinação do potencial e das lacunas de produtividade de arroz, soja e milho em ambiente subtropical. As ações da Equipe SimulArroz são balizadas por princípios fortemente baseados na ciclagem de nutrientes da lavoura (AGRICULTURA DE SISTEMAS) e na sustentabilidade social, ambiental e econômica da propriedade rural. Busca nas ações de pesquisa e extensão apresentar soluções para a intensificação sustentável da agricultura, de acordo com o que preconiza a FAO, com foco nas demandas do produtor e na entrega de uma agricultura sustentável para as futuras gerações de modo a atrair e manter jovens no campo. A Equipe SimulArroz também apoia e realiza eventos para catalisar a transferência de conhecimento e de tecnologia para o produtor, de modo que produtor e consumidor tenham benefícios. Conta com parceiros públicos e privados e o foco é ajudar a resolver problemas práticos do produtor. Para tanto, a Equipe SimulArroz dá prioridade para conduzir experimentos em lavouras, onde se pode estar em contato direto com o produtor. A divulgação dos resultados das ações de pesquisa e extensão é feita nas redes sociais oficiais SimulArroz no Facebook, Instagram e Twitter.
Com informações da Equipe SimulArroz