Tecnologia,
parcerias público-privadas, políticas de educação e ciência foram os principais temas
tratados pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e
Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, em palestra na sexta-feira (23) durante o I Ciclo Institucional Permanente sobre a Docência na UFSM (Ciped). O evento,
promovido pelo Centro de Educação e pela Pró-Reitoria de Graduação, ocorreu nos dias 22 e 23 de março, no auditório Wilson Aita, anexo ao Centro de
Tecnologia (CT), no campus sede da UFSM.
Graduado em Engenharia Elétrica pela
PUC-MG, Mario Neto Borges comentou sobre o papel do CNPq, o qual
precisa ajudar a desenvolver o país de maneira eficiente e rápida. Ele
salientou que, com muitos esforços, o CNPq vem convencendo o governo da importância da ciência. Trazendo dados relativos à exportação e à importação
brasileiras, ele apontou que o Brasil precisa começar a investir em criar
tecnologias e máquinas para serem importadas. “Nós somos bons em pesquisar e
produzir conhecimento, artigos e papers, mas não em transformar conhecimento em
produtos e soluções para gerar riqueza”, ressaltou.
O presidente aproveitou a palestra para
divulgar os novos projetos do CNPq. Entre eles, o Projeto de Pesquisa em Educação Básica (PPEB), que será lançado em parceria com os estados, e uma nova bolsa,
a de Empreendedorismo Inovador.
Além
disso, Neto anunciou a volta do Prêmio Jovem Cientista, na sua 29ª edição.
O prêmio, que havia sido interrompido nos últimos três anos, já está com as
inscrições abertas que podem ser feitas aqui.
Ele ressaltou, ainda, a
importância do Doutorado Acadêmico Industrial (DAI), projeto que entrou em
vigor em agosto do ano passado. Essa nova modalidade de doutorado é feita em
conjunto com uma indústria ou empresa. Os discentes possuem dois orientadores,
um professor ligado à instituição de ensino e um técnico da indústria ou da
empresa. A primeira turma tem previsão de formar em 2022.
Na rodada de perguntas, mediada pelo diretor do CT, Tiago Marchesan, e antecipada devido a falta de energia elétrica no local, o presidente foi questionado a respeito da
educação e financiamento de projetos que não tem ligação com ciência e
tecnologia. Quando indagado sobre a evolução da inteligência artificial, tema
do seu doutorado na Universidade de Huddersfield na Inglaterra, ele apontou que
essa tecnologia não causará o desemprego e, sim, irá gerar mais. Trazendo o
exemplo da Alemanha, país no qual a Indústria 4.0 gerou muitos empregos, Neto
disse que a evolução da tecnologia não gera desemprego, ela muda a forma de
emprego.
Texto e foto: Laura Coelho de Almeida, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: João Ricardo Gazzaneo