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Projeto de criação de galinhas livres de gaiolas conta com uma nova Casa do Ovo

O novo local para processamento de ovos localiza-se em uma propriedade rural no interior de Santa Maria



Com o intuito de impulsionar a venda de ovos de agricultores familiares e garantir uma maior qualidade de produto para os consumidores, o projeto Ovos Coloniais de Galinhas Livres de Gaiolas da Região Central, vinculado à PoliFeira do Agricultor da UFSM, tem, desde o mês de janeiro, uma nova Casa do Ovo, localizada na propriedade do produtor Luiz Adolfo Bier Neto, no Passo do Verde (interior de Santa Maria). A unidade será uma referência em orientações sobre a produção de ovos coloniais de galinhas livres, além de facilitar informações para agricultores, organizações públicas e privadas a respeito de legislação, registro de granja, infraestrutura, manejo, comercialização e mercados.

Casa do Ovo – O trabalhador Luiz Adolfo Bier Neto, que abriga a nova Casa do Ovo, atua na área de avicultura e é produtor de ovos do projeto. Esse é o primeiro local de processamento de ovos individual vinculado a um participante do projeto de Ovos de Galinhas Livres de Gaiolas. Inicialmente, Luiz possuía mil aves; hoje, já estão contabilizadas 2.500 aves. Até o mês passado, ele utilizava a estrutura do Entreposto do Colégio Politécnico para o processamento dos ovos. Agora, ele obteve a autorização do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para ter a própria Casa do Ovo, com a possibilidade de essas etapas serem feitas na sua propriedade rural.

O projeto incentiva a criação de galinhas livres de gaiolas (foto: Júlia Petenon)

O nome de sua marca, “Vó Naná”, é em homenagem à sua avó materna Nair, que o estimulava quando criança a ir para o campo. Foi com esse incentivo que Luiz se aproximou do ambiente rural e se encontrou nele. O tipo de criação do projeto é baseado em um sistema que representa somente 1% da produção mundial, o cage-free. O comprometimento com o bem-estar animal leva os produtores para este tipo de criação de aves. Hoje, na sua Casa do Ovo, um funcionário está encarregado da colheita de ovos durante o dia e outro fica na sala de ovos para processá-los. O ambiente possui equipamentos para controle de temperatura, além de bebedouros e comedouros suficientes para todas as aves.

Ele afirma que o projeto o auxiliou a entrar no mercado de Santa Maria, pelo fato de carregar o nome da PoliFeira, do Colégio Politécnico e da UFSM, o que o fez ganhar credibilidade e aceitação mercadológica. Hoje, seus produtos podem ser encontrados no Supermercado Bella Vista, no Supermercado Royal, no Supermercado Ideal, no Diário Conveniências, no Supermercado Tri, no Supermercado Bertagnolli, em três lojas da Rede Copetti, além de padarias como Kipão, Berinazzo e Felipão, assim como em algumas bancas da PoliFeira. Além disso, também realiza vendas diretas para os consumidores, que é seu principal foco atualmente.

A coordenadora do SIM de Santa Maria, Lidiane Viera Machado, afirma que em 2019, motivado pela perspectiva de uma avicultura colonial saudável e sustentável, o serviço iniciou a regularização das granjas junto à Inspetoria Veterinária, órgão da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. E, paralelamente, ocorreu o processo de registro junto ao sistema do Entreposto de Ovos do Colégio Politécnico da UFSM. Assim, todos os produtores com granjas legalizadas poderiam, dentro das exigências do projeto, ter os ovos inspecionados e certificados neste espaço. Porém, esta foi parte do início do sistema de produção para Luiz Bier, que passou por todas as fases do projeto e agora, de 2022 para 2023, está no processo de certificação da sua própria Casa do Ovo.

Lidiane relata que, por conta da distância percorrida pelo produtor Luiz Bier até o Entreposto do Politécnico, com as questões de alta e baixa de temperatura e, especialmente, o aumento significativo da produção de ovos, sua equipe, em conjunto com o Colégio Politécnico, fomentou e prestou assistência técnica até seis meses após o pedido de registro (realizado em 16 de dezembro de 2022), para que o produtor pudesse receber o certificado do SIM. Tal ato possibilitou uma logística mais fácil e adequada, uma entrega rápida aos mercados e um ciclo produtivo completo dentro da propriedade, o que, segundo ela, significa ainda mais qualidade e segurança sanitária ao produto final.

A coordenadora comenta que o exemplo de Luiz Bier representa uma inclusão produtiva com segurança sanitária. Dessa forma, mostra que um produtor, dentro das suas possibilidades, consegue adequar suas instalações, estruturas e operações e conseguir a certificação do SIM para o seu produto.

Os ovos do projeto contêm mais vitaminas e proteínas (foto: Júlia Petenon)

Do que se trata – A ideia do projeto surgiu a partir de uma demanda local. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Santa Maria, consomem-se em média 10 mil toneladas de ovos no município por ano, das quais quase 9 mil não são produzidas na região. Boa parte dos ovos que fazem parte da mesa dos santa-marienses vêm de locais com mais de 250 km de distância da cidade, inclusive de fora do Rio Grande do Sul. Para além disso, esses ovos, em sua maioria, são produzidos em granjas industriais, que utilizam insumos e técnicas industriais e criação dos animais em gaiolas para intensificar a produção. O objetivo é que a galinha produza sempre mais, o que faz com que ela acabe por ficar restrita a um pequeno espaço, desconfortável e sem bem-estar animal. O projeto, então, preocupa-se com toda essa situação e com a necessidade de geração de renda para os produtores locais

Nos últimos três anos, o projeto tem buscado incentivar e desenvolver a avicultura colonial, ao apoiar novos produtores, com aspectos técnicos da produção, questões de regulamentação que estão em torno das atividades e, ainda, por meio do Entreposto de Ovos do Colégio Politécnico da UFSM. Este local é onde são processadas as produções de cinco avicultores. Desde o início do projeto, beneficiou cerca de 60 mil dúzias de ovos, e criou redes entre instituições e parceiros, que procuram fomentar a produção local de ovos de galinhas livres de gaiolas.

A iniciativa se destaca pela ênfase ao desenvolvimento regional, por parcerias importantes para a inserção do produto no mercado e busca a consolidação destas atividades como uma alternativa de diversificação de renda para pequenos agricultores. Ao ter em mente a desconstrução da ideia de ovos vendidos exclusivamente em supermercados, o projeto dos ovos tem feito sua caminhada até aqui com apoio de outro projeto da UFSM: a PoliFeira do Agricultor. Além disso, existe uma preocupação com a alimentação alternativa para as galinhas, fora do binômio soja/milho, ao utilizar comidas sem aditivos químicos, com o pensamento no bem-estar animal e na qualidade final dos ovos, que será resultado dos hábitos alimentares das aves. Tudo isso faz também com que o produto final seja mais saudável e nutritivo para a alimentação humana.

No quesito saúde, os ovos de galinhas livres apresentam comprovadamente alta concentração de vitamina D, maior teor de proteínas, duas vezes mais vitamina E, duas vezes mais Ômega 3, 38% mais vitamina A, 15% mais energia vital, maior resistência à penetração da salmonella e têm a cor marcante da gema, além do sabor ser considerado mais agradável. Já para as pessoas que desejam agir com maior responsabilidade em relação aos animais, com criação em ambientes naturais, o projeto dá a garantia de que as galinhas serão mais bem cuidadas do que nas produções de ovos de galinhas em gaiolas. Ao adquirir ovos coloniais com a marca Ovos Coloniais da Região Central, as pessoas também vão contribuir para o fortalecimento da economia local.

Texto: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico

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