Estudantes estrangeiros matriculados na pós-graduação da UFSM trouxeram para o campus sede debates importantes e curiosidades sobre a cultura do povo africano na Semana da África, que começou na última segunda (22) e segue até a próxima terça-feira (30). Na organização, o evento tem o apoio do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão Direitos Humanos e Mobilidade Humana Internacional (Migraidh) e Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFSM. Na tarde desta quinta-feira (25), ocorreu no Salão Imembuí (localizado no prédio da reitoria) um debate e mostra cultural com o título “Pensar África a partir do olhar holístico”.

Um dos participantes da atividade foi o docente Celestino Joanguete, de Moçambique, que é professor visitante nos cursos de Comunicação Social da UFSM e foi um dos incentivadores para que esse evento acontecesse. A ideia surgiu por meio de um interesse geral dos alunos africanos da universidade em apresentar a cultura e gastronomia do continente, além de promover uma reflexão sobre o panorama atual que envolve a educação e a economia africana. Atualmente, a UFSM conta com 32 estudantes africanos na graduação e outros 46 nos cursos de mestrado e doutorado.

A data de 25 de maio é comemorada na África para marcar o dia em que 32 chefes de estados africanos se reuniram com líderes do movimento de libertação do continente em Adis Adeba, capital da Etiópia, e criaram a Organização de Unidade Africana (UOA). O objetivo foi libertar o continente do colonialismo e do apartheid. Mais tarde, em 2002, a UOA foi renomeada para União Africana (UA). Além de comemorar a descolonização da África, essa data é uma forma de trazer reflexão sobre os desafios que ainda assolam o continente. Em 2023, a associação completa 60 anos de existência.

Marilena Cordeiro Gomes, pós-graduanda de Administração Pública na UFSM e uma das organizadoras do evento, destaca a importância de mostrar o que a África representa: “Muitas pessoas pensam na África como um único país, mas é multicultural, tem mais de 54 países e queríamos mostrar isso. O pessoal tem a ideia que o povo vive na miséria, sempre tem quem ainda tem essa visão, mas a África tem muito mais a falar que isso”, comenta a acadêmica.

Com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e da Pró-Reitoria de Extensão, por meio do Observatório dos Direitos Humanos, a programação da Semana da África terá mais uma atividade na terça-feira (30). Nesse dia, está prevista uma apresentação de projetos do Neabi sobre trajetórias e experiências afro-indígenas, que marca o encerramento da semana cultural. A atividade ocorre às 18h no Centro de Religiões Africanas Ègbé Osun, que está localizado na Rua João Brunhauser, 112, no bairro João Goulart. Será disponibilizado um ônibus, que sairá às 17h em frente à unidade 1 do Restaurante Universitário, para levar o público até o local.

A programação completa da Semana da África pode ser conferida na página do Neabi no Instagram.

Texto: Graziela Machado Rocha, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Foto: Gabriel Escobar, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali