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Juca nas Escolas: programa da UFSM trabalha a Agenda 2030 na região da Quarta Colônia

Alunos de Relações Internacionais visitam escolas para apresentar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU



foto colorida horizontal de uma sala de aula, às escuras, com um telão mostrando a logo da ONU e outra logo não identificada. Há alunos sentados de costas
Palestra apresentada na E.E.E.B. Dom Erico Ferrari, em Agudo, no dia 16 de agosto

Homenageando o apelido de infância do Barão do Rio Branco, um dos diplomatas mais importantes da história do Brasil, o Juca nas Escolas foi criado para aproximar a política externa brasileira dos jovens cidadãos da Quarta Colônia. O programa iniciou há pouco mais de um ano, em julho de 2022, e vem crescendo exponencialmente. Coordenado pelo professor Günther Richter Mros, a equipe do Juca é formada por 20 participantes que realizam três ações de extensão. O programa promove, por meio de discussões sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, uma forma de instigar o pensamento crítico e o compromisso social entre estudantes de escolas de ensino médio e fundamental da região.

Desde o início do projeto, o Juca já realizou ações de extensão em oito dos nove municípios da Quarta Colônia. Ao todo, foram nove palestras apresentadas, sendo oito em escolas de ensino médio e uma em escola de ensino fundamental. Durante as atividades, os alunos aprendem conceitos da política externa brasileira e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, sendo então instigados a refletir sobre como essas práticas afetam a comunidade em que estão inseridos. O coordenador do programa, Günther Richter Mros, afirma que o Juca é um projeto de extensão “raiz”. “A gente vai e bota o pé no barro, faz diferente da extensão que é só para divulgar pesquisa. Nós precisamos retornar para a sociedade o que é investido no nosso trabalho”, declara o professor. 

A equipe do Juca é formada por estudantes dos cursos de Relações Internacionais e História, mas o programa é aberto a todos os estudantes da UFSM com interesse em participar. O estudante de Relações Internacionais Victor de Lima Maffini cresceu na Quarta Colônia e tem um apego especial pelo programa. “Poder retribuir o carinho que eu sinto pela terra de uma forma mais prática, ajudando nas escolas, contribuindo para a educação da região é muito importante. Isso sempre me motivou bastante, me faz brilhar o olho”, relata o estudante.

foto colorida horizontal com um grande grupo de jovens em pose para a câmera, alguns em pé outros agachados, ao fundo uma casa de paredes marrom claro e árvores
Alunos do Colégio Riachuelo visitaram a Casa Popular Eficiente no tour do primeiro cine-debate

Além das palestras, o Juca também realiza a organização de cine-debates e a produção de materiais didáticos sobre política externa e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os cine-debates são realizados no prédio 67, em uma parceria com o Cine-Clube da Boca, como uma forma de promover a troca de conhecimento e despertar o debate entre os alunos. Os materiais didáticos que serão produzidos irão fazer referência aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, envolvendo discentes e docentes de vários cursos da UFSM. 

A origem do Juca 

O Juca nas Escolas, nos moldes que existe hoje, ainda é um projeto muito recente, mas a iniciativa já existia há muito tempo. Em 2015, ainda no início de sua carreira como professor da UFSM, Günther Richter Mros idealizou o projeto para promover palestras sobre a política externa brasileira em escolas públicas em Santa Maria. Nesta época, foram realizadas algumas palestras com explicações sobre os conceitos e definições existentes na área da política internacional, como forma de aproximar os estudantes da área e mostrar que esta é uma política pública que também os afeta. O projeto era desenvolvido em parceria com a Coordenadoria Regional de Educação, mas precisou ser interrompido devido ao afastamento do doutorado do professor coordenador.

Desde a sua volta para as salas de aula, em 2019, Günther falou frequentemente com seus alunos sobre aquele projeto que havia sido interrompido, mas que ainda fazia seu olho brilhar. Assim, os estudantes de Relações Internacionais Jordana Puntel e Thiago Noschang, contagiados pela ideia, buscaram reativar o projeto. Em 2022, os alunos, junto do professor, foram convidados pelos responsáveis do Comitê de Educação dos Geoparques, Maria Medianeira Padoin e Jorge da Cruz, para participar de uma reunião em Ivorá. Durante a reunião, a equipe entrou em contato com diversos secretários de Educação dos municípios e vinculou o projeto ao Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus). Assim, renasceu o Juca nas Escolas, com novas ações e temáticas envolvidas no projeto.

Durante a reformulação, a equipe ainda não sabia exatamente como moldar o projeto para acompanhar o novo cenário global. Pensando que a política externa é uma política pública como qualquer outra, que não deve ser limitada apenas ao governo, a equipe decidiu que a promoção dos ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, seria a temática central do projeto. Assim, o Juca passou a fomentar a implementação da Agenda 2030 e dos ODS na região da Quarta Colônia, como forma de contribuir para promoção da agenda internacional. “O que se decide lá em Nova Iorque [na ONU] vai influenciar diretamente o Quintal da Dona Maria, ou do Seu José, aqui na Quarta Colônia”, explica o professor. 

Nas atividades desenvolvidas, a equipe adapta os ODS à realidade local, como uma forma de conscientizar os alunos acerca dos problemas da região. Assim, o Juca motiva mudanças na Quarta Colônia, mostrando que todos temos um papel a cumprir no desenvolvimento sustentável do planeta. Thiago, um dos idealizadores da nova versão do Juca, fala sobre a satisfação de contribuir com o projeto: “Hoje no Juca eu sou muito feliz, de estar com a equipe, ver os resultados e cada dia crescer mais. Tudo isso prova que a extensão é fundamental, não basta a gente ter o ensino e pesquisa na universidade, a gente precisa diminuir a distância entre a universidade e a sociedade”.

Ações de extensão

Hoje, o Juca conta com 3 ações de extensão focadas na disseminação e na fomentação da Agenda 2030: as palestras, os cine-debates e os materiais didáticos. No último ano, o Juca realizou nove palestras em oito municípios da Quarta Colônia, sendo duas em Dona Francisca. São João do Polêsine é o único que ainda não recebeu nenhuma ação, mas no dia 30 de agosto, o Juca fará sua primeira visita ao município e assim completa sua primeira passagem pela região.

A última palestra apresentada foi na Escola Estadual de Educação Básica Dom Ivo Ferrari, em Agudo, no dia 16 de agosto. A ação foi a primeira do segundo semestre de 2023, onde a equipe apresentou o curso de Relações Internacionais e a situação do município quanto à promoção do Desenvolvimento Sustentável. A palestra foi organizada a partir de uma rotina já conhecida pelos participantes. Durante a semana de preparação, a equipe se separou em grupos de pesquisa e apresentação. Assim, eles realizaram a pesquisa sobre a relação dos ODS com a cidade de Agudo e depois ensaiaram a apresentação. Neste dia 16, a estudante de Relações Internacionais Maria Luiza Seffrin apresentou sua primeira palestra no projeto. “Foi tenso, teve um nervosismo, mas foi muito gratificante ver o que eu aprendo todo dia na faculdade sendo explicado para pessoas que não tem contato com esse assunto”, relatou a estudante. 

foto colorida horizontal com um grupo de alunos sentados em um auditório. À frente uma mulher e um homem em pé, de frente para os alunos, e atrás um telão
Os ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis e 12: Consumo e Produção Responsáveis foram discutidos no segundo cine-debate do Juca

Além das palestras, o Juca também promove cine-debates, em parceria com o Cine-Clube da Boca, para aproximar os alunos das diversas áreas do conhecimento. Cada sessão do cine-debate traz curtas ficcionais e documentais, com temáticas que envolvem os ODS escolhidos. Além da sessão, os alunos também fazem um tour pelo campus, para conhecer centros e outros locais da universidade que abrigam os conteúdos debatidos. A atividade é focada em despertar a curiosidade e incentivar que os alunos sejam mais ativos, instigando o debate e questionamentos a partir das questões levantadas durante a sessão. 

O estudante de Relações Internacionais Thiago Noschang explica que a equipe planeja realizar nove cine-debates ao longo do ano, em datas fixas. Até o momento, já foram realizados dois cine-debates, porém com escolas privadas de Santa Maria. “Levar as escolas da Quarta Colônia [para o campus] está sendo um grande desafio. Então, para não perder as datas, entramos em contato com escolas de Santa Maria que já tinham mostrado interesse no Juca e combinamos com eles”, explica Thiago. E o próximo cine-debate já tem data marcada. No dia 31 de agosto o Juca irá receber o Instituto São José, para discutir os ODS 13: Combate às Alterações Climáticas, e 15: Vida na Terra, e também levar os alunos em um tour pelo Jardim Botânico.

Um dos objetivos do projeto também é realizar a produção de materiais didáticos e manuais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os manuais serão produzidos em conjunto com discentes e docentes de vários cursos da UFSM e, após a sua finalização, serão entregues às escolas públicas da Quarta Colônia. Por hora, o Juca realiza a produção de conteúdos para as redes sociais sobre os ODS e outros assuntos da política externa brasileira, como forma de disseminar conhecimento sobre a área. A equipe também planeja a produção de materiais didáticos em parceria com o projeto Rede Básica, vinculado à Coordenadoria de Tecnologia Educacional.

Ainda no segundo semestre de 2023, a equipe espera tirar do papel mais uma ação de extensão. Para incentivar a participação dos alunos da Quarta Colônia, serão desenvolvidas gincanas para engajá-los na Agenda 2030. A ação deve estrear no município de Nova Palma, com a intenção de tirar os alunos do passivo.

A estudante de Relações Internacionais Isadora Brand está na equipe desde o início do projeto, em 2022, e acompanhou todo o crescimento do Juca. “É muito trabalho, mas ao mesmo tempo compensa porque é uma coisa que eu gosto de fazer. Falar sobre Relações Internacionais para a comunidade e mostrar como é o nosso dia a dia, é o melhor pra mim. Mostrar que nosso curso não está tão longe, esse é o legal do Juca, a proximidade com a comunidade”, relata a estudante. 

Até o final deste ano, o Juca nas Escolas deve abrir um processo seletivo para dar boas vindas a novos membros. Todos os estudantes da UFSM, independente do curso, podem contribuir com o projeto. Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site e nas redes sociais do Juca. 

Texto: Luísa Monteiro
Fotos: SDE/PRE – Luísa Monteiro e acervo do Juca nas Escolas

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