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Lançada a segunda edição do guia de recomendação de adubação de videiras da campanha gaúcha

A iniciativa é desenvolvida pelo Gepaces, vinculado ao Departamento de Solos e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFSM.



Ao final de outubro, o Grupo de Estudos de Predição de Adubação e Potencial de Contaminação de Elementos em Solos (Gepaces) lançou a segunda versão do guia intitulado “Recomendação de Adubação para Videiras em Produção na Campanha Gaúcha”. A campanha é a segunda maior região produtora de vinhos do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes do país. Nesta versão do informativo, há orientações sobre o manuseio técnico adequado para a adubação de vinhedos, com o objetivo de tornar o processo produtivo mais qualificado, barato e sustentável ao vitivinicultor. Além de estudantes, docentes e pesquisadores da UFSM, o projeto é desenvolvido em parceria com outras instituições de ensino do Brasil, dos Estados Unidos, da Itália, do Canadá, de Portugal e do País de Gales, e conta com o apoio da Vinícola Salton.

Conforme conta o coordenador do grupo, Gustavo Brunetto (professor do Departamento de Solos e do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFSM), o guia surgiu a partir da necessidade de compilar informações importantes para os técnicos e produtores rurais de forma concisa, didática e simples. Isso porque, até 2021 (ano de lançamento da primeira versão do guia), os estudos desenvolvidos pelo Gepaces eram divulgados apenas por meio de artigos científicos, livros e outros tipos de materiais acadêmicos, que são acessíveis somente a quem está inserido neste contexto. Nesse sentido, a primeira versão do guia abordou questões ligadas à calagem, à nutrição e à adubação do solo, sendo este último tópico aprofundado na segunda edição.

Agora, os vitivinicultores receberão dados sobre os níveis adequados de nutrientes para os solos e as folhas das videiras, bem como a respeito das épocas mais indicadas para a aplicação desses produtos e se realmente precisam aplicar certos nutrientes e fertilizantes em seus vinhedos. “Ele [o produtor] vai conseguir observar o que há no solo dele por meio de uma análise do que tem na folha. Se os números estiverem abaixo dos valores do boletim, ele aplica; se não estiverem abaixo, ele não vai aplicar”, explica Brunetto.

Tal preocupação é necessária para que se mantenha a qualidade do vinho e, para isso, é preciso que haja um guia indicativo como este desenvolvido pelo Gepaces, pois cada região de produção de vinho possui tipicidades específicas, que podem sofrer alterações se a adubação não for feita da maneira correta. No caso deste estudo, os indicativos são pensados principalmente para a produção de vinhos na campanha gaúcha, objetivando elevar a produção, tanto quantitativa, quanto qualitativamente.

Maior sustentabilidade

Justamente por definir com precisão o manejo adequado da adubação, o guia acaba por ajudar os vitivinicultores a tornar suas produções mais sustentáveis, sem haver desperdício de nutrientes e agrotóxicos. “Se não há essa recomendação que nós estamos propondo, o produtor vai aplicar muito fertilizante por ano, chegando a um ponto em que o solo não tenha como reter todo esse excesso, e acabe ocasionando uma contaminação de solo e também de água”, esclarece Brunetto.

Somado a isso, o professor explica que a vitivinicultura é uma das poucas atividades que ajuda a manter a vegetação do bioma pampa, quando seu manejo é apropriado. Portanto, ao seguir as indicações do guia, o produtor garante a menor emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, a melhor manutenção de água do solo e a menor perda de nutrientes dos vinhedos.

Próximos passos do projeto

Para 2024, o Gepaces pretende preparar a terceira edição do guia, que contará com recomendações voltadas especificamente às dosagens adequadas para aprimorar a qualidade dos vinhos produzidos na região da campanha. Com o grau de detalhamento que se pretende alcançar, Gustavo Brunetto afirma que esta será a primeira recomendação do Brasil a determinar qual será a qualidade do vinho. “Estamos gerando conhecimento que não é existente em vários outros países do mundo. Isso se deve muito à atuação da UFSM, e também aos colaboradores e a toda essa cadeia, formada por alunos de graduação, alunos de pós-graduação e vários professores e pesquisadores”, conclui.

O Gepaces também tem a intenção de auxiliar os vitivinicultores a estimar a quantidade de uvas que serão produzidas, ajudando-os a organizar de modo mais eficiente a comercialização de sua mercadoria, tornando todo o ciclo de produção mais efetivo. Está programado para breve um novo lançamento do projeto nesse sentido.

Texto: Laurent Keller, estudante de Jornalismo e voluntária da Agência de Notícias

Arte gráfica: Daniel de Carli

Edição: Lucas Casali

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