Nesta sexta-feira (7), o Setor de Planejamento Ambiental, da Pró-Reitoria de Infraestrutura (PROINFRA), divulgou um relatório acerca do abastecimento e da qualidade da água no Campus Sede. Confira abaixo todas as atualizações, além do histórico de cada situação.
Abastecimento
Desde a fundação, a UFSM utiliza água subterrânea para o abastecimento do Campus Sede, possuindo atualmente 18 poços de captação. A maior parte foi perfurada há décadas, quando ainda não havia registros digitais nem a exigência de órgãos ambientais de controle. Com a obtenção de uma licença de operação em 2020, a regularização se tornou necessária.
Desde então, a Universidade vem avançando nessa tarefa de garantir a segurança hídrica e atender às exigências ambientais. Todo o processo iniciou com a licitação, que envolveu uma série de procedimentos burocráticos, como a instalação de equipamentos e contratação de novos serviços, além de prazos extensos.
Em julho de 2023 a UFSM contratou uma empresa especializada na regularização de poços tubulares. Com a execução das atividades, todas as intervenções foram realizadas para assegurar que os poços estivessem em conformidade com as normas ambientais e de saúde.
Em outubro de 2024, o Setor de Planejamento Ambiental finalizou os processos de regularização, com todos os poços em conformidade legal e os pedidos de outorga devidamente protocolados no Departamento de Recursos Hídricos (DRH), aguardando análise. Em apenas 12 meses, o órgão vinculado à PROINFRA conseguiu sanar anos de irregularidades e atender às necessidades urgentes de melhorias, superando desafios significativos com dedicação, empenho e eficiência.
Controle de qualidade da água
Antes de 2024, a UFSM realizava o monitoramento da qualidade da água em parceria com o Laboratório de Análises Microbiológicas (LabMicro), do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Era realizado um número limitado de análises, porém, como o laboratório não possui acreditação, estava impossibilitado de reconhecer resultados por órgãos de controle, como a Vigilância Sanitária.
Para atender integralmente às exigências normativas, além da legislação ambiental, a Universidade precisou se adequar à Portaria GM/MS nº 888/2021, que estabelece os critérios de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano. Essa normativa classifica a instituição como uma Solução Alternativa Coletiva de Abastecimento de Água (SAC) e define as análises obrigatórias e suas respectivas frequências.
Dessa forma, no ano passado, a UFSM iniciou a contratação de serviços especializados para o monitoramento da qualidade da água nos sistemas de abastecimento dos campi de Santa Maria e de Palmeira das Missões, além do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, em São João do Polêsine. Isso garantiu a conformidade com a legislação vigente e a aceitação dos resultados pelos órgãos fiscalizadores.
Frente a isso, atualmente a UFSM está realizando todas as análises exigidas na Portaria 888 do Ministério da Saúde. Isso inclui a leitura diária da concentração de cloro nos poços e em toda rede de distribuição, com pontos de coleta em todos os blocos da Moradia Estudantil e Restaurantes Universitários.
Ações em andamento
Embora seja evidente o empenho da Universidade em se regularizar perante a legislação, ainda existem outras exigências que seguem em processo de atendimento – principalmente no que se refere à vigilância sanitária, em decorrência do surto de rotavírus ocorrido em meados de outubro de 2024. Abaixo, confira as atividades que estão em andamento:
- Desinfecção dos poços: contratação de empresa especializada para a desinfecção profunda de todos os poços, com emissão de laudo técnico. Caso necessário, incluir quaisquer reformas, limpezas e expurgo das estruturas.
- Avaliação estrutural dos poços: Contratação de empresa para elaboração de laudo técnico sobre as condições estruturais dos poços.
- Isolamento de poços contaminados: Todos os poços que apresentaram contaminação na água BRUTA foram lacrados, desligados e isolados da rede de abastecimento.
- Esvaziamento e desinfecção do Reservatório Central.
- Coleta e reanalise nos poços que acusaram contaminação.
- Desinfecção de reservatórios: antes do início das aulas, todos os grandes reservatórios passaram por processos de desinfecção e cloração.
- Monitoramento contínuo: a UFSM está contratando equipe adicional para a leitura e controle da concentração de cloro nos poços e na rede, incluindo fins de semana e feriados.
- Tratamento complementar: Está em fase de elaboração uma licitação para aquisição de um sistema de filtragem complementar ao cloro, destinado à remoção de protozoários, em conformidade com as exigências da Vigilância Sanitária.
- Elaboração de Termo de Cooperação entre UFSM e CORSAN, para dar início às obras de abastecimento de água e coleta de efluentes de todo o campus sede.
“A UFSM tem feito um grande esforço para manter a qualidade da água que vem dos seus poços. Contudo, a legislação do governo do estado impõe que a água para consumo humano na região de Camobi seja fornecida pela Corsan. Conseguiremos a outorga dos nossos poços para consumo não humano, e somos então obrigados a iniciar o processo de abastecimento de água para consumo humano a partir da Corsan em função da legislação, mesmo que a água dos nossos poços seja potável e tratada conforme normas técnicas”, destacou o reitor Luciano Schuch.
Com informações da PROINFRA