
A valorização ambiental vai além da preservação de florestas, rios e animais. Ela também está presente no aproveitamento consciente dos espaços naturais que fazem parte do cotidiano. Isto é o que o projeto de extensão Valorização ambiental e social por um viés educativo sensorial, vinculado ao Grupo de Pesquisa Ciênciaemflor, busca realizar por meio de atividades com o “Guia de um observador/a”.
O grupo Ciênciaemflor é vinculado ao Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e desenvolve ações de letramento científico e ambiental. Além das pesquisas, o grupo também realiza atividades de extensão, como o projeto de valorização ambiental e social por meio de experiências sensoriais. Nele, participantes são convidados a observar a natureza e estimular os sentidos como forma de reconhecer e valorizar os ambientes naturais.
O projeto de extensão surgiu em 2023, com foco no Parque dos Morros de Santa Maria. Mesmo sem poder visitar o local fisicamente, as atividades eram realizadas objetivando a valorização ambiental, sensorial e cativando a comunidade para olhar esse espaço e tentar sentir um pouco do que se tem lá, com texturas, cheiros e imagens. A proposta, segundo a coordenadora do projeto e professora do Departamento de Metodologia do Ensino, Cadidja Coutinho, é fazer uma imersão no parque mesmo sem estar fisicamente nele.
Em 2024, o projeto passou a integrar o Território Imembuy, ampliando tanto suas ações quanto os materiais produzidos. O Guia de um Observador/a é um desses materiais e tem papel central nas atividades sensoriais voltadas à valorização ambiental e social.
Guia de um Observador/a

O Guia do Observador/a é um livrinho usado durante as atividades em espaços ao ar livre, como o Jardim Botânico da UFSM e a praça de Silveira Martins. O material propõe etapas de observação e registro das percepções sensoriais dos participantes.
“Ele tem a intenção de estimular os sentidos, trabalhar o pertencimento através do uso dos sentidos, para se conectar com a gente mesmo, com o presente e com o entorno, prestar atenção nas coisas que na maioria das vezes passam despercebidas, como sentir os cheiros e as texturas. Ele explora um pouco da arte também, porque pede para fazer uma colagem e um poema no final”, relatou a integrante do grupo, gestora ambiental e mestra em educação, Stefania Gorski.
As orientações do guia pedem às pessoas para registrar suas primeiras impressões do local, o que as remete e como se sentem. Depois, começa a aventura de sentir o local, observando os sons que estão presentes, as cores que determinado ambiente possui e também as texturas, como quente ou frio das superfícies que são observadas durante a atividade. Além de coletar materiais da natureza durante as observações.
O final da atividade de observação é marcado pelo compartilhamento das percepções de cada participante, a criação de um poema vertical e a montagem de uma colagem com os elementos do ambiente que foram coletados durante as observações. “Nesse momento, essa questão do uso dos sentidos, acaba despertando memórias também da infância das pessoas, acabam acessando lugares afetuosos internos. Então sempre quando vem um retorno para nós no final, a gente faz sempre uma roda para falar como foi a experiência. E sempre é muito positivo.”, destacou Stefania.
Outras ações do grupo Ciênciaemflor
Além do trabalho com o Guia de um Observador/a, o grupo Ciênciaemflor realiza atividades com escolas da região, adaptadas a diferentes faixas etárias. Algumas das atividades são realizadas com livros, contando histórias sobre valorização ambiental, e no final da atividade, são produzidos materiais referentes à história trabalhada. Alguns desses produtos desenvolvidos são músicas com palavras que remetem à natureza. Também são realizados microcurtas, gravações audiovisuais em que os estudantes produzem com falas e encenações referentes as histórias. Para finalizar, esses produtos são assistidos e as experiências compartilhadas, conforme relatou a coordenadora, Cadidja.
O grupo também mantém o podcast Ciência é Pod, disponível no Spotify, originado de projetos vinculados aos editais Prolicen e Fien da UFSM.
Ciênciaemflor e o Território Imembuy
O Território Imembuy é uma iniciativa da Pró-reitoria de Extensão (PRE) da UFSM que busca o desenvolvimento da região central do Rio Grande do Sul a partir das iniciativas da universidade na certificação da Quarta Colônia e de Caçapava como Geoparques Mundiais da UNESCO.
O Ciênciaemflor contribui para esse desenvolvimento realizando as atividades em escolas dessa região, focando na educação ambiental. A vinculação ao Território Imembuí também ajuda o crescimento do grupo, com fomento à bolsas, auxílio em materiais gráficos e transporte para a realização das atividades. O grupo também realiza atividades utilizando o Espaço Pertencer, uma sala no Espaço Multidisciplinar Silveira Martins destinada para a utilização de projetos extensionistas da UFSM.
Para conhecer mais sobre o Ciênciaemflor, basca acessar o perfil no Instagram @cienciaemflor.
Texto: Milena Gubiani, estudante de Jornalismo e voluntária da Agência de Notícias
Fotos: Paulo Baraúna, estudante de Desenho Industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista