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Entrevista com a Chapa 2 para a reitoria da UFSM

Professora Martha Adaime, vice-reitora, e professor Tiago Marchesan, diretor do CT, representam a situação



A Agência de Notícias entrevistou as duas chapas à reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As mesmas perguntas foram encaminhadas por e-mail para as representações das campanhas no dia 29 de maio. As questões tratam de temas como assistência estudantil, acessibilidade, crise climática,  gestão de pessoas, combate ao preconceito, multicampia e ingresso. 

A Chapa 2 para a reitoria é composta pela professora Martha Adaime, do Departamento de Química do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), e pelo professor Tiago Marchesan, do Departamento de Eletromecânica e Sistemas de Potência do Centro de Tecnologia (CT). A candidata a reitora, Martha, é vice-reitora e já foi pró-reitora. O candidato a vice, Tiago, é diretor do CT pela segunda gestão.

Acompanhe as respostas da Chapa 2.

Professor Tiago Marchesan e professora Martha Adaime compõem a Chapa 2
Professor Tiago Marchesan e professora Martha Adaime compõem a Chapa 2

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Embora a UFSM invista em ações afirmativas para o ingresso de estudantes, os índices de evasão entre cotistas ainda são relevantes. Quais são as propostas da sua chapa para fortalecer as ações de permanência estudantil?   

 

CHAPA 2 – São dois enfoques. O primeiro é o tradicional, de continuar investindo na expansão e qualificação de infraestruturas de apoio, tais como o Benefício Socioeconômico (BSE), o Restaurante Universitário (RU) e a Casa do Estudante (CEU), inclusive criando uma unidade de atenção psicossocial 24/7 na CEU e mais vagas para calouros. No entanto, mais do que ampliar estruturas, é necessário integrá-las e criar sinergia entre órgãos internos e externos, como Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) e outras redes de apoio. Essa integração deve envolver não apenas estudantes em vulnerabilidade, mas todo o corpo discente, além de técnicos e docentes. Pesquisas que realizamos indicam que a atuação de orientadores, coordenadores e professores pode ser decisiva na permanência dos estudantes. Por outro lado, docentes relatam carência de preparo para lidar com situações extremas. Isso demonstra que, mais do que criar novas estruturas, é hora de descentralizar ações e disseminar conhecimento, promovendo trilhas de formação e práticas de cuidado. A rede de apoio começa na sala de aula, e a UFSM deve estar fortalecida para amparar os docentes e os estudantes nesta tarefa.

 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – A casa do estudante apresenta fragilidades, como a gestão da ocupação dos apartamentos, a manutenção da infraestrutura e a convivência entre os moradores. Qual a proposta para melhorar a moradia estudantil?

 

CHAPA 2 – A moradia estudantil é um símbolo do compromisso da UFSM com a permanência. Mais de dois mil estudantes dependem dessa estrutura para estudar, viver e se formar. Em 2023, iniciamos uma nova etapa na gestão da moradia, com o ingresso por meio de editais, o que permite a implementação de políticas mais específicas de acesso, apoio e permanência. Além de ampliações e criação de vagas específicas, como a moradia indígena, também estamos no processo de implementação de melhorias com a criação de um setor específico de manutenção. Agora, vamos avançar ainda mais. Propomos duas ações centrais: (1) qualificar e criar novos espaços de acolhimento para calouros, acompanhando as mudanças no perfil dos ingressantes; (2) implantar, já no primeiro ano de gestão, uma unidade de atenção psicossocial 24h, voltada ao cuidado e bem-estar da comunidade residente. Sabemos que o cuidado começa no cotidiano. Por isso, também vamos investir em atividades de lazer, cultura e esporte, garantindo um ambiente saudável, inclusivo e de desenvolvimento para todas e todos. Permanência se constroi com estrutura, escuta e ação.

 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – A acessibilidade na UFSM apresenta avanços, mas ainda é deficitária em vários aspectos, como os acessos externos e internos dos prédios, a disseminação das LIBRAS entre a comunidade universitária e o combate ao capacitismo. Qual a proposta da sua chapa para a acessibilidade?

 

CHAPA 2 – UFSM avançou em acessibilidade nos últimos anos. E continuará avançando. Nos últimos anos, realizamos investimentos em entradas adaptadas, calçadas, elevadores, banheiros e mobiliário. Ainda longe do ideal, mas dentro do possível. Mesmo com limitações orçamentárias e prédios antigos, atuamos com reformas pontuais e revisão dos padrões construtivos para que novas obras já atendam às normas de acessibilidade. Fortalecemos a Coordenadoria de Assuntos Educacionais (CAED), contratamos profissionais de LIBRAS e temos implementado práticas acessíveis em canais institucionais, como o site da UFSM. Agora, o compromisso é seguir ampliando essas conquistas. Vamos fortalecer a atuação da Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra), da CAED e de todos os setores pedagógicos e administrativos envolvidos, buscando políticas permanentes de acessibilidade. Precisamos avançar muito na formação continuada de docentes e técnico-administrativos, para que também estejam habilitados a enfrentar os desafios da acessibilidade no seu fazer diário, desde comunicações administrativas a práticas pedagógicas. A acessibilidade plena talvez não seja viável no curto prazo, mas é possível seguir avançando.



AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Os eventos climáticos extremos fazem parte da realidade atual e o Sul do país é vulnerável. Em 2024, mais de 95% do Rio Grande do Sul foi afetado por enchentes históricas, que provocaram uma série de problemas, inclusive na UFSM. De que forma a sua gestão, caso vença, irá lidar com o tema?


CHAPA 2 – O principal item da nossa proposta dentro desse contexto é a criação do Escritório de Conexões Ambientais, que integrará demandas sociais, pesquisas da UFSM sobre desastres climáticos e órgãos de fomento. As universidades são o berço da ciência, e esta iniciativa unirá pesquisadores e estudantes em ações que começam a partir das demandas da sociedade atingida por vulnerabilidades e avançam para soluções científicas aplicadas. A integração de diferentes áreas e a articulação com órgãos de fomento também é fundamental nesse contexto. No cotidiano da UFSM, nosso foco é fortalecer ações sustentáveis em cada unidade, com protocolos institucionais e reestruturação dos Planos Diretores. As diretrizes envolvem beneficiamento de resíduos, uso racional e reuso da água, tratamento de efluentes, energias renováveis, consolidação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), mobilidade sustentável e capacitação de servidores para projetos e licitações sustentáveis. Nosso compromisso é garantir que a sustentabilidade seja um princípio permanente em todas as decisões administrativas da universidade. Mais ações específicas estão expostas no nosso plano de Gestão, item Saúde e Meio ambiente.

Atual vice-reitora, Martha Adaime, concorre pela Chapa 2

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – O regime híbrido de trabalho é considerado uma conquista para a classe dos técnico-administrativos, embora haja divergências sobre sua aplicação. Como a sua chapa pretende conduzir essa discussão?

 

CHAPA 2 – A pandemia trouxe desafios, mas também abriu oportunidades para mudanças institucionais. Uma delas foi o trabalho híbrido e remoto. De certa forma,  práticas desse tipo já eram comuns entre os docentes, para desenvolver atividades como a elaboração e correção de trabalhos, provas e projetos. Com a pandemia, esse tipo de atuação se estendeu de maneira abrupta para outras atividades. As salas de aula precisaram se tornar virtuais, assim como os setores administrativos precisam funcionar em outra modalidade de trabalho. Para os técnico-administrativos, foi também a transição de um modelo rígido de controle do ponto eletrônico para um modelo flexível, voltado para o desenvolvimento de processos e atividades. Atualmente 100% dos processos estão digitalizados. O desafio agora é qualificar e simplificar os fluxos de trabalho, garantindo eficiência, responsabilidade e bem-estar. Seguiremos atuando para consolidar esse novo modelo, respeitando as especificidades de cada setor e colaborador. O objetivo é construir um ambiente de trabalho saudável, produtivo e alinhado às transformações do mundo do trabalho, em benefício do desenvolvimento institucional.

 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – A recomposição de vagas por meio de concursos públicos enfrenta limites em áreas como comunicação e acessibilidade. Sua proposta contempla estratégias para lidar com essa questão? Quais seriam elas?

 

CHAPA 2 – A recomposição de vagas nas áreas de comunicação e acessibilidade é um grande desafio, limitado por regramentos federais. A UFSM, junto à ANDIFES, tem atuado para reverter esse cenário, mas tem encontrado resistências quanto à retomada de contratações pelos meios tradicionais. Atualmente, com a Medida Provisória N. 1.286/2024, que prevê a transformação de cargos vedados e extintos do plano de carreira dos servidores técnico administrativos em educação em cargos amplos, poderemos contratar analistas educacionais/área de acordo com nossas necessidades. A expectativa da UFSM é que os códigos de vaga sejam recebidos no 2º semestre/2025, e que o provimento possa ocorrer no decorrer de 2026. Repor cargos vedados é um compromisso dessa gestão. Seguiremos lutando por isso e criando soluções que garantam a comunicação institucional inclusiva, estratégica, acessível e articulada com os desafios do presente.

 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS –  Casos de racismo, xenofobia e LGBTfobia ainda são comuns na Universidade, assim como na sociedade em geral. Para além de campanhas educativas, o que sua gestão pretende fazer para lidar de forma efetiva com esses problemas?

 

CHAPA 2 – Nos últimos anos, a UFSM desenvolveu diversas políticas institucionais sobre temas variados, que resultaram em ações concretas como a Casa Verônica, o Observatório de Direitos Humanos e outras iniciativas relevantes, como o próprio Neabi. O que conecta as diferentes políticas elaboradas nos últimos anos não é o conteúdo de cada uma, mas principalmente a forma como foram construídas: por meio de processos coletivos baseados no diálogo com a comunidade. A prática tem mostrado que, quando esse diálogo não acontece ou não é efetivo, os resultados são limitados. Por isso, assumimos o compromisso de construir uma política étnico-racial com ações estruturantes voltadas à promoção da equidade e à valorização da diversidade. Esse processo será conduzido com ampla participação e troca com diferentes atores, entidades e grupos de referência, tanto internos quanto externos à UFSM. A legitimidade e a profundidade dessa construção garantem um conjunto de ações consistentes, que servirão de base para efetivar a expansão, qualificação e integração dos diferentes setores e esforços já existentes em uma rede de apoio que estará preparada para responder aos múltiplos aspectos de um tema tão complexo.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – As realidades dos campi fora de sede são completamente distintas às de Santa Maria. Os campi enfrentam especificidades em relação ao acesso a serviços administrativos e apoio às atividades acadêmicas. De que maneira sua proposta pretende aprimorar a integração e oferecer suporte tanto em termos administrativos quanto nas áreas finalísticas (ensino-pesquisa-extensão-inovação)?

CHAPA 2 – Multicampia é tema complexo e estratégico para a UFSM. Amplia nosso alcance, mas impõe desafios ligados ao distanciamento físico. Diferente de outras instituições, a UFSM não nasceu multicampi – ela se tornou. Isso exige esforço contínuo para unificar o pertencimento institucional, tanto em Santa Maria, quanto em Frederico Westphalen, Palmeira das Missões e Cachoeira do Sul. Mudanças simbólicas, como a substituição da sigla Cesnors pelo nome “Campus da UFSM” e o destaque no site da instituição para o nome de cada cidade ajudam a fortalecer a multicampia. Mas precisamos avançar. É necessário criatividade e investimento. Avançamos com a oferta de moradia estudantil, RU, espaços de convivência e serviços digitais. Um campus inteiro foi construído em Cachoeira do Sul, exigindo recursos e muita negociação. Nesse contexto, temos estabelecido parcerias locais e ampliado o acesso a editais e oportunidades. Ainda assim, há desafios: ampliar ações de cultura, lazer e esporte; aproximar setores administrativos; e reduzir assimetrias entre o campus sede e os demais. Nosso compromisso é seguir fortalecendo cada campus como parte essencial da UFSM, com equidade, estrutura e pertencimento.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – A UFSM ampliou seus processos seletivos tanto para graduação como pós-graduação, incluindo o retorno do vestibular depois de 10 anos. Mesmo assim, ainda enfrenta problema de preenchimento de vagas em alguns cursos. Qual a proposta para o ingresso?

CHAPA 2 – Mais do que ampliar processos seletivos, a UFSM tem transformado esses processos para se adaptar às novas realidades. A retomada do vestibular e do ingresso seriado foi resultado de amplo diálogo com a comunidade, envolvendo visitas e debates nas unidades de ensino sobre pré-ingresso, ingresso, permanência, diplomação e pós-diplomação. A implementação dessas mudanças está sendo feita de forma gradual e responsável, permitindo avaliações e ajustes ao longo do tempo. Esse processo também impulsionou a revisão de currículos e a criação de novos cursos, como Ciência de Dados e Inteligência Artificial, em Cachoeira do Sul. Todas as mudanças nasceram do protagonismo de cursos, departamentos e unidades, respeitando suas especificidades. O papel da Reitoria é justamente esse: criar espaços de escuta e construir soluções coletivas. Nosso compromisso é consolidar essas mudanças e ampliar ações como a JAI Mirim e o REDE Básica,  desenvolvendo novas estratégias de integração com as escolas e fortalecendo a escolha vocacionada, ao mesmo tempo em que fortalecemos a presença da UFSM junto ensino médio e a escolha do ensino superior como opção para um futuro melhor.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – O vestibular é um dos principais meios de ingresso na UFSM, mas há debates sobre como torná-lo mais alinhado à democratização do acesso. Como sua candidatura propõe lidar com essa questão?

CHAPA 2 – O vestibular é um dos meios de acesso ao ensino superior. Para além do vestibular, a UFSM tem ampliado e diversificado suas formas de ingresso. Junto com o vestibular, uma das principais mudanças é o ingresso seriado, que aproxima a universidade das escolas públicas e privadas desde os primeiros anos do ensino médio, inclusive em regiões periféricas e cidades do interior – uma estratégia concreta de democratização. Além disso, também foram feitas mudanças envolvendo criação de vagas específicas para pessoas com deficiência, indígenas, pessoas transgênero e atletas de alto rendimento, ampliando as possibilidades de ingresso para grupos historicamente excluídos. Essas estratégias em curso são fruto de amplo diálogo com a comunidade acadêmica e refletem um compromisso institucional com a inclusão. Mais do que implementar essas mudanças, nosso objetivo é acompanhar, avaliar e aprimorar continuamente essas políticas, garantindo que seus resultados sejam justos, eficazes e ajustados às necessidades da sociedade. Democratizar o acesso é um processo permanente – e a UFSM seguirá nessa direção.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – A extensão universitária tem papel central na articulação da universidade com a comunidade externa. Como sua gestão pretende valorizar e ampliar projetos de extensão, especialmente em regiões vulneráveis e nos territórios onde a UFSM está inserida?

CHAPA 2 –  A valorização da extensão tem sido uma marca da UFSM. A Pró-Reitoria de Extensão, antes com estrutura limitada, foi fortalecida e passou a contar com coordenadorias específicas, como as de Cultura e Arte e de Desenvolvimento Regional e Cidadania. O fomento a projetos tem respondido a demandas reais da sociedade – desde comunidades vulneráveis até setores produtivos e governos. Iniciativas como o Geoparques exemplificam essa atuação. Para o futuro, os principais desafios são ampliar e qualificar a inserção da extensão nos currículos e aumentar os recursos disponíveis, incluindo bolsas, transporte e materiais. Para além disso, o foco estará em consolidar e integrar ações em diferentes áreas, como saúde, educação, cultura e meio ambiente, sempre mantendo o alinhamento aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Também trabalharemos para, em conjunto com a comunidade acadêmica, fomentar a criação de articuladores de extensão nas diferentes unidades de ensino, colégios e campi fora da sede, buscando reconhecer as forças de cada um e fortalecer os vínculos institucionais da UFSM com órgãos como conselhos municipais, associações, movimentos sociais e entidades de classe. 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – A UFSM tem três estruturas no centro de Santa Maria: a Antiga Reitoria, a Casa do Estudante e o Antigo Hospital. Cada um está em um estágio diferente. Enquanto a Antiga Reitoria tem sido recuperada e dado espaço para a extensão, a CEU I carece de mais atenção e ainda não há uma definição para o Antigo Hospital. Qual a proposta para tais espaços?

CHAPA 2 –  A Antiga Reitoria e demais estruturas são espaços estratégicos para a UFSM. A mudança dos cursos para o campus sede foi um processo longo e, para muitos, desafiador. A partir de então, a requalificação desse prédio tornou-se uma prioridade institucional. Seguiremos investindo esforços e recursos para melhorar a infraestrutura do prédio, com o objetivo de ampliar a atuação da Incubadora Social e consolidar o Hub de Inovação Social, reforçando assim, nosso compromisso com a geração de renda e a economia solidária em territórios vulneráveis. A Antiga Reitoria será um espaço permanente de escuta e articulação com a sociedade, onde demandas comunitárias se transformam em ações de extensão. Esse novo olhar e novas funções para o prédio resultaram de um processo profundo de diálogo, como deve ocorrer em todas as decisões institucionais – especialmente nas que envolvem aspectos sensíveis para a comunidade. O mesmo princípio orientará o debate sobre outros espaços importantes da UFSM, como a CEU I e o Antigo Hospital, para que possamos construir, coletivamente, soluções que fortaleçam a universidade.

Respostas e fotos encaminhadas pelas candidaturas à Agência de Notícias

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