O curso de Licenciatura Intercultural Indígena, do Campus da UFSM em Frederico Westphalen (UFSM/FW) realizou no último sábado (7) o evento “Compartilhando Saberes: Integração Cultural”. O evento ocorreu dentro das dependências do campus, com o objetivo de celebrar a presença indígena na universidade, fortalecendo a interculturalidade, a resistência e os laços entre os povos originários na UFSM.
O encontro iniciou-se às 8h com um café da manhã realizado no Restaurante Universitário. Na sequência, ocorreu a abertura oficial do evento. Estiveram presentes: a coordenadora do curso, professora Aline Ferrão Custodio Passini; os coordenadores locais do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade), Ricardo Cocco, Sara Sales e Nélio Campos (dos municípios de Frederico Westphalen, Redentora e Tenente Portela, respectivamente); o representante do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) na região Sul, Douglas Jacinto da Rosa; o cacique da aldeia indígena Goj Veso, de Iraí (RS), Isaías da Rosa Kaigõ; o vice-cacique da terra indígena Guarita (RS), Joel Ribeiro; a representante da Comissão Nacional de Educação Indígena, Daniela Sales; e o diretor do campus, Braulio Otomar Caron.

Após a abertura, o Projeto de Desenvolvimento Institucional Agenda 2030 e o Programa de Educação Tutorial (PET) Educom Clima, da UFSM/FW, promoveram uma oficina de fotografia com os alunos presentes, para apresentar noções básicas da fotografia, divulgar os cursos de Jornalismo e Relações Públicas e as atividades exercidas pelo PET.
A programação da tarde começou com a visita às instalações da UFSM/FW. Na sequência foram realizadas atividades no Laboratório de Informática, com o professor Gonzalo Prudkin. Para finalizar as atividades foi realizado um lanche coletivo entre os participantes.
A importância do encontro
Esse evento marcou um passo importante para aprimorar os laços entre a comunidade acadêmica e a comunidade indígena, reforçando o papel da universidade na promoção da educação intercultural. Douglas Jacinto da Rosa, representante do MPI na região Sul, destacou que a data simboliza um avanço sem precedentes para os povos indígenas da região. “A universidade está observando as realidades indígenas. Ela, como representante do Estado, pode atuar em contextos historicamente ignorados. Isso representa a interculturalidade na prática, com povos indígenas ocupando fisicamente a universidade, construindo novos começos”, afirmou.
Para Isaías da Rosa Kaigõ, cacique da aldeia Goj Veso, de Iraí, a vivência universitária representa uma oportunidade única para professores e alunos indígenas. “Eles vão sair daqui com outra mentalidade, com um pensamento voltado à educação de qualidade para os nossos filhos. Agradecemos à universidade por essa oportunidade tão importante para qualificar nossos alunos”, declarou.
Joel Ribeiro de Freitas, vice-cacique da terra indígena Guarita, lembrou que a educação escolar indígena ainda é recente no Brasil e que há muitos desafios de acesso à formação. “A UFSM está proporcionando um momento histórico. Esse intercâmbio é essencial, tanto levando a universidade para dentro do território quanto trazendo os alunos para conhecerem o campus. É uma oportunidade de ampliar os horizontes, interagir com a gestão universitária e buscar melhorias. Esperamos que esse programa continue”, disse.
Sobre o curso
O Curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFSM/FW é destinado à comunidade indígena Kaingang, tem duração de oito semestres letivos e é ofertado em regime de alternância. Na turma em andamento, são realizadas aulas nas terras indígenas Kaingang de Iraí, Inhacorá, Guarita e Muliterno, no Rio Grande do Sul, e no Campus da UFSM/FW, para cem estudantes matriculados no curso.
A graduação é ofertada pelo Parfor Equidade, ação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O programa busca habilitar professores em licenciaturas específicas para que atendam redes públicas de educação básica ou redes comunitárias de formação por alternância, que ofertam educação escolar indígena, quilombola e do campo, educação bilíngue de pessoas surdas e educação especial inclusiva.
Texto e foto: Divisão de Divulgação Institucional da UFSM/FW