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Doutoranda da UFSM produz longa sobre a chegada de tambores afro-uruguaios no lado brasileiro da fronteira

Com roteiro e direção assinados pesquisadora Adriana Gonçalves Ferreira, a produção aborda a visão feminina do candombe



Foto colorida horizontal de quatro músicos, homens e mulheres, com tambores de tamanhos e formatos diferentes. Todos estão com chapés de palha, pinturas no rosto e roupas típicos pretas com uma espécie de gola e botas pretas. A imagem usa um fundo infinito na cor roxa.
Candombeiros, músicos que tocam os diferentes tipos de tambores usados no cadombe, ritmo afro-uruguaio

Com musicalidade, dança e histórias para celebrar, o longa-metragem “Tambor Sem Fronteiras” promete tocar o coração do público em 2026. A produção aborda a chegada de tambores afro-uruguaios no lado brasileiro da fronteira e a visão feminina do candombe, uma expressão cultural de origem africana reconhecida pela Organização das Nações Unidas pela Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade. 

Iniciadas em 2015, as gravações do longa ocorreram nos municípios gaúchos de Bagé, Santa Maria, Porto Alegre e Santana do Livramento, e nas cidades uruguaias de Rivera, Vichadero, Melo e Montevidéu. A previsão de lançamento do Tambor Sem Fronteiras é primeiro trimestre de 2026.

O longa-metragem, que conta com recursos da Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo) a partir do Edital Sedac LPG 16/2023 – Audiovisual – Complementação de Longa Metragem, é uma realização da Finish Produtora, de Santa Maria. O roteiro e a direção do audiovisual são assinados pela publicitária, cineasta, mestre em Patrimônio Cultural e doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Adriana Gonçalves Ferreira. 

A equipe do longa-metragem conta com Christian Ludke (direção executiva), Evandro Rigon (direção de produção), Luciano Santos (diretor de arte), Lívia Thomas (bailarina), Jean Mendes (coreografia), Rafael Rigon (direção de fotografia), Thiago Ribeiro (assistente de direção de fotografia), Matheus Leite (coordenador de trilha sonora original) Elisa Friedrich (identidade e concepção visual), Lufe Bollini (montagem), Silvia Cheron (financeiro), Luana Desconsi (tráfego e administrativo). 

Inspiração para o longa

Conforme a roteirista e diretora de Tambor Sem Fronteiras, a ideia surgiu a partir da aquisição de um jogo de tambores usados no candombe, um gênero de música e dança afro-uruguaio, pelo ponto de cultura Pampa Sem Fronteiras, em Bagé, e, também, da militância no cinema de fronteira. Para a bageense Adriana Gonçalves Ferreira, que tem descendência uruguaia, as vivências pessoais na fronteira foram essenciais para que se conectasse de maneira profunda com o candombe e os lugares onde essa cultura é celebrada. 

“O encantamento pelo candombe é algo inexplicável. Para mim, tudo que vem da cultura afro é forte. É sentimento e liberdade. O tambor transcende limites e o candombe não exclui ninguém. É uma cultura de união e força a qual admiro e me submeto aos aprendizados com o povo afro-uruguaio. Candombe é um sentir”, afirma. 

O longa-metragem contou com diversas equipes, sendo a primeira formada a partir do Edital Sedac Cultura Viva. O projeto também passou pelo Laboratório Sur Fronteira na categoria work in progress no Festival Internacional de Cinema da Fronteira. Com a aprovação da iniciativa em parceria com a Finish no Edital Sedac LPG 16/2023 – Audiovisual, em 2024, uma nova equipe de trabalho foi organizada para produzir o longa sobre o candombe.

“Recebemos a notícia (da aprovação) com muita alegria. Para nós, foi a constatação da descentralização da política direcionada ao audiovisual gaúcho. Essa conquista também representa a abertura de espaço para uma mulher do interior e da fronteira no cinema gaúcho e no cenário brasileiro, assim como a queda das barreiras geográficas no contexto da produção no Estado. Nosso objetivo é dar visibilidade para os tambores afro-uruguaios, a cultura da fronteira e o candombe. E com esse recurso, estamos fazendo isso – conclui Adriana. 

Entre os assuntos abordados pelo longa-metragem, estão a presença do candombe na fronteira, a relação entre uruguaios e brasileiros que admiram essa expressão cultural, a representação feminina neste contexto e a fabricação de tambores como política pública, entre outros pontos.

Nessa narrativa, alguns elementos e grupos se destacam, como o pampa, que é essencial da narrativa fronteiriça e a origem da Grillos Candomberos, fundada em 2015 e que inspirou o surgimento de novos grupos de candombe em municípios gaúchos. 

 

Candombe

Caracterizada pela dança e o uso de três tambores (piano, repique e chico), o candombe é uma expressão cultural de origem africana popularmente conhecida em países da América Latina. 

Simbolo de resistência e lembrança da diáspora africana, essa cultura se consolidou como importante contribuição do povo negro no Uruguai, sendo celebrada em encontros realizados nas Salas de Naciones (casa de reuniões com normas específicas na qual era tocado o candombe), nas ruas e em datas festivas como o carnaval, quando é promovido o famosos Desfile de Llamadas, anualmente em Montevidéu. 

Desde 2006, o candombe tem uma data no calendário uruguaio: 3 de dezembro. Por conta das letras políticas, de protesto e reflexão sobre as desigualdades sociais e raciais, essa expressão cultural também foi reconhecida pela Unesco, em 2009, como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade.  

Acompanhe os bastidores dessa produção nos perfis @tamborsemfronteiras no Instagram e no Facebook.

Com informações da Assessoria do longa Tambores Sem Fronteiras
Fotos: Divulgação

Foto colorida horizontal de oito tambores deitados, posicionados de forma circular. Ao centro, uma fogueira.
Aquecimento do couro do tambores usados do cadombe
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