Integrado ao Observatório de Direitos Humanos (ODH) da UFSM, o Grupo de Trabalho em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (GT-SSAN) reúne projetos de pesquisa e extensão voltados à promoção do direito à alimentação adequada. A iniciativa funciona como um “guarda-chuva” que articula ações para além do combate à fome, abordando temas como qualidade nutricional, sustentabilidade, educação alimentar e políticas públicas de longo prazo.
Segundo Rita Pauli, coordenadora do grupo, os trabalhos desenvolvidos no GT-SSAN apoiam a produção de alimentos orgânicos em hortas urbanas e periurbanas, por meio do Programa de Extensão Hortas Comunitárias em Santa Maria: segurança alimentar e economia solidária. A atuação se dá em 4 hortas agroecológicas comunitárias, na Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM) e dentro da UFSM, produzindo e levando conhecimento ambiental para a comunidade como ferramenta de inclusão social e promoção da alimentação saudável.
Outro marco importante entre as atividades do GT foi a realização do primeiro Fórum Estadual de Agricultura Urbana e Periurbana fora de Porto Alegre. Com o apoio do GT-SSAN, Santa Maria sediou a edição de 2023 e, no ano passado, ajudou a levar o evento para Pelotas. A descentralização desses encontros é uma estratégia para fortalecer as práticas de agricultura urbana e periurbana em também no interior do estado.
Além disso, o grupo abraça a dimensão ambiental da segurança alimentar, por meio do uso de técnicas sustentáveis que reforçam a relação entre saúde humana, cuidado com o solo e preservação do meio ambiente, aliado à educação ambiental.
Juntos pela segurança alimentar
Composto por pesquisadores, extensionistas e estudantes de diversas áreas como saúde, nutrição, ciências agrárias, ciências sociais e educação, o GT-SSAN realizou um mapeamento das ações em segurança alimentar e nutricional dentro da UFSM. Isso permitiu identificar os centros e departamentos onde se concentram as iniciativas de pesquisa e extensão na área, como destaca a coordenadora do GT-SSAN Rita Pauli: “temos também uma vertente ambiental muito importante dentro do GT-SSAN, porque se tem essa preocupação e sabemos que as duas coisas andam juntas. A promoção da alimentação saudável não está desconectada de outras áreas como nutrição, educação alimentar e a sustentabilidade.”
Economia solidária como aliada da segurança alimentar
Outro eixo do GT-SSAN é a atuação junto à economia solidária. O grupo colabora com o Projeto Esperança/Cooesperança, empreendimento misto que envolve numerosos participantes do meio rural e tem um importante papel na produção e comercialização de alimentos saudáveis.
Em 2024, o grupo organizou atividades com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, além de Paulo Pimenta, na época Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Brasil e Ministro da Reconstrução. Conforme a coordenadora do GT, para esse ano há planos de convidar novamente o hoje Deputado Federal Paulo Pimenta e a atual Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçando a importância da economia solidária no combate à insegurança alimentar.
Recentemente, o GT-SSAN também se reuniu com secretarias municipais de Santa Maria, buscando articular a implementação da Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). A criação da câmara é considerada fundamental para que o município esteja apto a participar de editais e políticas públicas voltadas à segurança alimentar.

A representatividade do GT-SSAN é reforçada pela participação ativa em orgãos como o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), garantindo a comunicação entre universidade, poder público e comunidade de Santa Maria.
Com uma atuação articulada e multidisciplinar, o GT-SSAN demonstra que a promoção da segurança alimentar e nutricional vai muito além da distribuição de alimentos, ela exige políticas públicas, educação alimentar e compromisso ambiental. Ao reunir universidade, comunidade e poder público, o grupo busca articular e fortalecer a construção de estratégias para garantir o direito humano à segurança alimentar e nutritiva.
Texto e fotos: Rafael Rintzel, estudante de Jornalismo e estagiário da Agência de Notícias
Edição: Pedro Pereira, jornalista