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Vozes e saberes negros estão em pauta no Copene Sul 2025

Evento sediado na UFSM destaca produções acadêmicas, culturais e políticas de pesquisadores(as) negros(as) do Sul do Brasil



Foto horizontal. Mostra um auditório com filas de cadeiras em forma de degraus, semelhante a um cinema. Ao centro, uma mulher de costas (de cabelo escuro, vestindo blusa e saia verdes) desce uma das escadas da plateia. No palco, tendo ao fundo a logo marca do Copene, cinco pessoas estão sentadas em poltronas em torno de uma mesa.
A UFSM recebe pela primeira vez o Copene, cuja abertura ocorreu nesta quarta-feira (15) no Centro de Convenções

O 7º Congresso de Pesquisadores Negros e Negras da Região Sul (Copene Sul) movimenta a UFSM desta quarta-feira (15) até o próximo sábado (18). O evento, promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Negras, acontece pela primeira vez na instituição e reúne cerca de 700 participantes do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Com o tema “Resistências ao sul do sul: tecendo as cosmopercepções para o bem-viver”, o congresso celebra a produção acadêmica negra e a valorização de múltiplos saberes.

Professor da Licenciatura em Dança da UFSM e integrante da comissão organizadora, Jesse Cruz destaca que trazer o Copene para Santa Maria representa muito mais do que sediar um congresso. “A UFSM tem uma história de luta, de existência e de resistência, então para nós é um prazer muito grande receber toda a comunidade do Sul do Brasil aqui no coração do Rio Grande. Trazer o evento para cá é demarcar um território”, conta.

Durante a manhã, a programação contou com apresentações culturais e a conferência de abertura, que reforçou o papel do evento como espaço de memória, reconhecimento e ocupação. “Pensar o sul do sul é pensar que, no extremo sul, estamos aqui, estamos pensando e estamos produzindo”, relata Jesse.

À tarde, as atividades seguiram com mesas-redondas, painéis, oficinas e exposições, que abordaram temas como saúde, território quilombola, educação e expressões artísticas. Entre os trabalhos apresentados, Rafaela Carvalho dos Santos, estudante da Licenciatura em Dança, trouxe seu projeto Flamenco Negro, que busca resgatar a presença e o protagonismo negro dentro da dança flamenca, expressão tradicional da Espanha que mistura canto, música e movimento corporal.

Foto horizontal. Mostra em primeiro plano, à esquerda, um tambor de madeira de cerca de um metro de altura, enrolado em cordas. À direita e ao fundo, estão oito pessoas em pé (todas elas desfocadas). Uma mulher à frente do grupo fala ao microfone.
Mesas-redondas, painéis, oficinas e exposições abordam temas como saúde, território quilombola, educação e expressões artísticas

Ela começou a dançar aos 9 anos de idade e, desde 2025, desenvolve o projeto tanto na UFSM quanto na comunidade do Loteamento Cipriano da Rocha, em parceria com o projeto de extensão Mojubá – Danças Populares Brasileiras. “Em 2024, iniciei o Flamenco Negro em Santa Maria, visando não somente pessoas pretas, mas também pessoas periféricas que não têm acesso à dança flamenca, que hoje é muito elitizada”, comenta.

Para a estudante, o Copene é um espaço de valorização dos saberes das produções negras. “Aqui posso falar sobre a minha dança e o projeto que venho desenvolvendo. Espero que depois daqui ele cresça como uma iniciativa social e que possa ser levado para outras comunidades. E quem sabe eu transforme isso em um trabalho de conclusão de curso futuramente”, afirma.

O primeiro dia de evento se encerrou com a mesa-redonda “Mulheres negras e indígenas ao sul do sul”, seguida de intervenções culturais que reforçaram a riqueza das expressões artísticas e dos saberes presentes no congresso.

A programação completa e outras informações sobre o evento estão disponíveis no site do 7º Copene Sul.

Texto: Isadora Bortolotto, estudante de jornalismo e voluntária na Agência de Notícias

Fotos: Daniel De Carli

Edição: Lucas Casali

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