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4ª edição da JAI Mirim abre as portas da UFSM aos pequenos cientistas

O evento foi realizado no Museu do Conhecimento, onde os estudantes abordaram temas como educação ambiental, inclusão e cultura



Foto colorida horizontal de grupo de percursão se apresentando ao centro do Museu do Conhecimento. Além de instrumentos de percussão, o grupo tem um violinista. A platéia está posicionada na arquibanca circular
Abertura da JAI Mirim 2025 foi marcada pela apresentação do JOCA, Grupo de Percussão do Centro Social Lar de Joaquina

O recém inaugurado Museu do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi tomado por estudantes da educação infantil e ensino fundamental, na manhã e tarde desta quarta-feira (5), durante a 4ª edição da Jornada Acadêmica Integrada (JAI) Mirim. Alinhada aos objetivos da JAI, a modalidade mirim também busca abrir os espaços da Universidade para que as crianças possam compartilhar suas ideias e experiências com a ciência.

Durante a abertura do evento, realizada pela manhã, a atual vice-reitora e futura reitora da UFSM, Martha Adaime, salientou o potencial de divulgação científica promovido pela JAI Mirim. “Essas crianças são multiplicadoras. Elas levam os conhecimentos daqui para suas casas e espalham ciência e credibilidade. É uma forma da Universidade se abrir e se mostrar”, frisou.

Em 2025, temas como mudanças climáticas, educação ambiental, saúde, cidadania, empreendedorismo, territórios e comunidades foram destaque na JAI Mirim.  Com um recorde de 165 trabalhos inscritos, cerca de 67 escolas, distribuídas entre as regiões de Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Santa Maria, Geoparques Mundiais da Unesco Caçapava e Quarta Colônia participaram com seus pequenos cientistas no evento.

Foto colorida horizontal de sete pessoas atrás da mesa de um evento. Do grupo, seis estão sentados e um está em pé . Ainda, o terceiro sentado, o professor Flavi, está com as mãos levantandas. Todos estão sorrindo.
Mesa de abertura contou com a presença de Morgana Mello, Leandro Gabby, Flavi Lisboa, Martha Adaime, Cristina Nogueira, Maria Medianeira e Susana Reis (da esquerda para a direita, respectivamente)

Cientistas do futuro compartilham soluções ambientais na UFSM

De Santa Maria, estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Franciscano Sant’Anna participaram da JAI Mirim com a “Mini Estufa Natural”. O grupo formado por Isadora Kuhn, de 13 anos, Cecília de Freitas, 13, Lucas Haigert Lenz, 12, Pedro Navarro, 12, Tarsila Barbosa, 13, e Eduarda Tocchetto,13, explicou que o objetivo da estufa, composta por canos PVC e madeira, é mostrar o funcionamento da estrutura sem o uso de agrotóxicos. Além disso, a estufa montada pelos alunos tem um sistema de irrigação para evitar o desperdício do recurso natural. Outro ponto destacado no trabalho foi a valorização da agricultura natural em produções alimentícias. “Com esse trabalho, queremos mostrar como podemos utilizar os recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente”, reforçou Lucas. 

O trabalho da mini estufa foi orientado pela professora de Ciências, Juliana Guarize Medeiros. Segundo ela, a ideia do projeto foi criada e desenvolvida pelos próprios alunos. “Eles que montam o projeto, o trabalho, o resumo. Nós acompanhamos, mediamos, auxiliamos naquilo que eles precisam. É importante que eles tenham autonomia e busca ativa durante as pesquisas”, afirmou.

Foto colorida horizontal de pequena estufa criada por estudantes. A estrutura pequena branca tem algumas plantas. Atrás da estufa, uma menina organiza as plantas. No entorno, outras crianças
Mini Estufa Natural é desenvolvida por alunos do sétimo ano do Colégio Franciscano Sant’Anna

Acessibilidade e inclusão são temas de trabalhos na JAI Mirim

Do outro lado do salão, o estudante Davi de Rossi Triaca, 10 anos, do 5º ano da Escola Estadual de Arroio Grande, apresentava o trabalho “O xadrez como estratégia pedagógica de ensino, aprendizagem e inclusão escolar”. Davi, um aluno superdotado e apaixonado pelo jogo de tabuleiro, desenvolveu o trabalho após sua experiência como orientador de oficinas de xadrez em sua escola. “Nós tínhamos alguns períodos livres e eu ajudei alguns alunos a aprender a jogar xadrez. Eu aprendi depois a ganhar um livro de uma professora e fui aprimorando meus conhecimentos em casa”, contou Davi.

O trabalho apresentado pelo jovem enxadrista foi orientado por Fabiane dos Santos Ramos, educadora especial, e pelo professor Gabriel Germany, de Educação Física. Conforme Fabiane, Davi ficou muito empolgado com o evento e se dedicou na organização do material. “É a primeira vez que ele participa de um evento desse gênero e ficou muito feliz em trazer o trabalho para a JAI. Ele organizou o espaço do banner, a mesa, o tabuleiro e estava animado para o dia”, revelou a professora.

Foto colorida horizontal de dois meninos jogando xadrez. O menino que está do lado esquerdo está com a mão levantada em movimento direcionado ao tabuleiro. O menino da direita está com o olhar voltado para lado contrário ao tabuleiro. No tabuleiro, poucas peças. Dos lados, peças brancas e pretas.
Trabalho apresenta jogo de xadrez como estratégia de ensino e inclusão

Valorização cultural e saberes tradicionais na JAI Mirim

Vindos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Inácio, em Nova Palma, os estudantes Camila Alves, de 10 anos, Arthur Portella, 8, e Isabelli Silva, 7, levaram arte e história por meio do trabalho “Cultura Afro: aprendizagem através da arte”. Ao lado de panos de prato estampados com pinturas, o grupo, composto por alunos do segundo ao quinto ano, explicou que a ideia do trabalho surgiu como forma de valorizar a cultura e a origem do povo africano. 

Durante a JAI Mirim, Patrícia Telles, diretora da EMEF Santo Inácio, compartilhou o sentimento de observar os estudantes abordando a temática citada. “Nossa escola está inserida no Quilombo Vovó Isabel de Nova Palma. Então, ver eles trazerem esse tema representa a história, os sentimentos e as vivências deles na sua comunidade. É de fundamental importância incentivar essa valorização da própria identidade”, pontuou.

Foto colorida horizontal de conjunto de panos de prato com pinturas à mão. As imagens dos panos retratam mulheres negras com anornos nos cabelos.
Panos de prato estampados foram produto do trabalho apresentado pelos estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Inácio

Projetos sobre resiliência climática integram a programação

Dentro do salão lotado pelos banners, cinco totens digitais e interativos trouxeram conteúdos educacionais sobre resiliência climática, como histórias em quadrinhos, questionários e curiosidades científicas sobre a geografia do Rio Grande do Sul. A estrutura e os conteúdos presentes do totem foram desenvolvidos por cinco projetos vinculados aos programas de pós-graduação em Comunicação, Geografia e Ciências do Solo da UFSM.

Conforme Adriano Figueiró, coordenador do Memorar Quarta Colônia, um dos projetos envolvidos na criação do totem, o objetivo da presença dos conteúdos na JAI Mirim é manter viva a memória da catástrofe climática que atingiu o estado em 2024. “Nosso projeto está caminhando para no futuro montarmos um grande acervo dessa memória. Hoje, no evento, trazemos os primeiros conteúdos, como a história em quadrinhos, imagens de satélite das áreas alagadas, para que essas comunidades infantojuvenis continuem pensando sobre a sua realidade e seu território sem que isso as traumatize”, explicou.

Foto colorida horizontal de menino posicionado ao lado esquerdo. Ele acessa um totem digital que está inclinado e mostra a imagem da HQ Quando a rua enche
Público presente pode interagir livremente com os totens durante a JAI Mirim realizada no Museu do Conhecimento da UFSM

Organização, múltiplas atividades e parcerias do evento

Grande parte da organização da JAI Mirim ficou a cargo de Morgana Mello Bevilacqua, assistente administrativa da Pró-Reitoria de Extensão (PRE). Para ela, a atual edição representa os frutos de todo o investimento no evento ao longo dos anos. “Nós tivemos uma divulgação muito ampla e, com isso, atingimos um recorde no número de inscritos. Acredito que a educação precisa ser multidisciplinar e tentar levar isso foi um desafio para a organização”, contou.

Morgana ainda destacou a diversidade da programação e recursos oferecidos durante a JAI Mirim. “Tivemos uma linda apresentação musical durante a abertura, conseguimos uma visita ao Planetário da UFSM para que os participantes pudessem visitar, além de termos apoio do Laboratório de Panificação, Frutas e Hortaliças do Colégio Politécnico com lanches e dos projetos relacionados ao Memorar, que trouxeram os totens digitais e interativos”, salientou.

Sobre a JAI Mirim

Criada em 2022 pela professora Maria Medianeira Padoin, do Departamento de História, a JAI Mirim ocorre em paralelo à JAI e recebe estudantes da educação infantil, os anos iniciais e anos finais do ensino fundamental. Na época, a proposta foi sugerida pela Comissão de Educação Cultura e Comunicação do projeto Quarta Colônia Geoparque Mundial da Unesco, na intenção de criar um espaço de divulgação e valorização dos trabalhos relacionados à Educação Patrimonial do Território.

Para Maria Medianeira, o fato da construção do evento ter sido realizada em contato com a comunidade externa à UFSM representa uma grande conquista extensionista. “A JAI Mirim veio da comunidade para que a Universidade abrisse espaço para que esses trabalhos do ensino básico fossem vistos e valorizados. Existem trabalhos construídos de maneira coletiva e com soluções incríveis e, por vezes, não recebem a devida atenção”, refletiu.

Atualmente, o evento é desenvolvido pela Coordenadoria de Desenvolvimento Regional da PRE em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa. Para Leandro Gabbi, coordenador de Desenvolvimento Regional da PRE, a JAI Mirim “oportuniza uma conexão entre as produções científicas e os saberes das comunidades e da UFSM, além de divulgar, valorizar e incentivar a continuidade dos trabalhos voltados à Educação Patrimonial das Escolas”.

Nas primeiras três edições, a JAI Mirim foi realizada nas dependências do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH). Em 2025, a ocupação do Museu do Conhecimento foi necessária devido ao aumento de inscrições. “Neste ano, foram 13 municípios e mais de 60 escolas com trabalhos apresentados. Para o próximo ano, a expectativa é de que mais municípios e escolas se somem a esse evento”, informou Leandro.

A vice-reitora ainda reforçou o compromisso da JAI Mirim com a inserção de estudantes na Universidade. “Eles precisam estar nesse contexto para entender que chegar aqui é possível. É o papel da instituição dar um suporte acadêmico e científico para recebê-los”. A professora Martha Adaime ainda compartilhou suas expectativas para o futuro: “Precisamos fortalecer esse evento e expandi-lo a outras regiões e escolas”, previu.

Informações sobre a JAI Mirim podem ser acompanhadas no site da Jornada Acadêmica Integrada.

Texto: Pedro Moro, estudante de Jornalismo e bolsista na Agência de Notícias

Fotos: Daniel Michelon De Carli, designer

Edição: Maurício Dias, jornalista

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