O VIII Fórum de Direitos Humanos da UFSM, promovido pelo Observatório de Direitos Humanos da UFSM, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão da UFSM, ocorreu na Antiga Reitoria da UFSM neste sábado. Com o tema “Celebrando Saberes Populares”, o fórum teve como proposta promover o diálogo, a valorização e a visibilidade dos saberes populares como expressões legítimas de conhecimento, cultura e resistência.
A programação trouxe roda de conversa, oficinas, feira popular, mostra cultural e exposição das ações desenvolvidas pelos grupos envolvidos, com a finalidade de fortalecer a construção coletiva dos direitos humanos por meio de práticas educativas e culturais que reconhecem a diversidade, a memória e a luta das comunidades tradicionais e periféricas.
A abertura trouxe a apresentação “Um Varal de Muitos Nós”, do Teatro Flexível. Logo após, ocorreu a mesa “Territórios de Saberes: Memória, Resistência e Direitos Humanos”. A presidente da Associação dos Selecionadores de Material Reciclável (Asmar), Margarete Vidal, foi uma das palestrantes: “Eu fiquei apaixonada pelo assunto, pelas pessoas e pela reciprocidade”, conta sobre a entidade em que aprendeu a ler e a escrever. “Só o conhecimento faz a mudança. É sobre isso que estamos conversando aqui hoje”, reforçou.
A estudante de Educação Física Hisabela Trindade da Silva, membro do projeto Centro de Referência Paralímpico Brasileiro, compartilhou: “Está sendo ótimo, porque podemos conhecer diferentes culturas, diferentes projetos e ver realmente como é a UFSM além da extensão”.
Além das oficinas e atividades ofertadas, o fórum também contou com a Feira Popular de Empreendimentos Sociais e a Exposição dos Projetos e Ações de extensão contemplados pelos editais do ODH e apresentação cultural da ação de extensão Mojubá.
Teatro Flexível
O projeto Teatro Flexível, responsável pela apresentação de abertura do Fórum de Direitos Humanos, promove oficinas, atividades e jogos para pessoas com e sem deficiência desde 2023. As atividades são realizadas conforme o perfil dos participantes.
O professor Douglas Vicente Leopold, que é licenciado em Teatro, contou que, ao contrário do geralmente se espera das apresentações, no espetáculo “Um varal de muitos de nós” não busca mostrar a mensagem de superação. “A ideia era trabalhar a partir do que a gente já fazia em sala de aula, com exercícios que foram se transformando em cena. O espetáculo foi criado a partir de explorações e improvisações, com histórias da vida das atrizes e do interesse do elenco”, explicou
Maria Íria Engerroff, uma das atrizes do espetáculo, é mãe de Brian, que também atuou na apresentação. “Desde que a gente começou a fazer parte do grupo, eu vejo que, tanto ele quanto eu, nós evoluímos no sentido de percebermos mais os nossos corpos. Nossa autoestima melhorou, e nossas relações com outras pessoas também”, descreve. Maria diz que se ficou muito emocionada ao participar da peça ao lado do filho. “É algo que busque para ele, mas que também sou beneficiada”, acrescenta.
Texto e fotos: Ellen Schwade, bolsista da Agência de Notícias e estudante de Jornalismo