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Não somos de ferro

Reportagem em quadrinhos mostra a importância do trabalho dos catadores de material reciclável para o cuidado com o meio ambiente



A seguir é apresentado o roteiro literário da HQ com 50 quadrinhos em preto e branco com quatro personagens: uma das idealizadoras da Asmar, uma professora da Enfermagem, uma professora aposentada de Química e um repórter que conduz a rotina. O cenário principal é a usina de reciclagem da Asmar. Nos primeiros quatro quadrinhos é apresentada a personagem Margarete Vidal, uma mulher de meia idade. Ela se lembra bem do dia em que chegou a Santa Maria. Era 1990, quando o marido, então desempregado, recebeu uma proposta de trabalho na cidade. Eles deixaram Canoas com esperança de uma vida melhor. Margarete, dona de casa dedicada, cuidava dos filhos e da rotina da casa, mas logo percebeu que o dinheiro não era suficiente.
Entre o 5º e o 10º, ambientados na associação e na rua, a HQ trata da realidade da reciclagem. O aperto fez Margarete procurar outras formas de sustento. Não demorou muito para que ela se aproximasse de outras pessoas que, como ela, viam na reciclagem uma maneira de garantir o pão de cada dia. Dois anos depois, em 1992, estava entre os fundadores da Associação dos Selecionadores de Materiais Recicláveis de Santa Maria, a Asmar. Mas o início não foi nada simples. O preconceito era pesado e constante. O trabalho, que já era árduo, vinha carregado de humilhações. “Tivemos que combater a vergonha que os outros nos fazem sentir em relação ao nosso trabalho”, conta Margarete, que hoje é coordenadora da Asmar. Foi preciso força para continuar e resistir.
A descrição deste bloco foi feita na imagem anterior
Do 19º ao 22º quadrinho, a HQ foca na personagem Margarete. Ela conta que na Asmar, a esteira carrega, junto com papel, vidro e plástico, seringas, papel higiênico, animais mortos, restos de comida, fraldas usadas. Tudo misturado. É comum se cortar com cacos de vidro mal embalados. “Nós não somos de ferro”, afirma Margarete.
As imagens trazem a professora e a catadora. O destaque é o quadro em que Margarete mostra o mão com um corte. A ilustração usa o vermelho na mão, única cor usada até então
A partir do 23º, a HQ trata do isopor, material que os catadores não recebem porque não há empresas interessadas em Santa Maria. No 25º, uma nova personagem conversa com o repórter, a professora Martha Tochetto, aposentada do curso de Química da UFSM, que aparenta ser idosa. Ela comenta:. “O isopor é reciclável, mas, no sistema capitalista, o que não gera lucro acaba sendo inviável”. Sem destino, toneladas acabam nos aterros, custando caro ao meio ambiente.
Neste bloco temos a continuação do trecho descrito na imagem anterior. Destaca-se a professora Martha.
No 32º quadrinho, a professora explica o impacto do plástico, que demora quatro séculos para se decompor, liberando microplásticos que invadem água, solo e ar, alcançando plantas, animais e seres humanos. “Esses microfragmentos atingem órgãos, causam esterilidade, problemas cardíacos e até a morte de aves, mamíferos e organismos marinhos”, alerta a pesquisadora. A personagem usa uma lupa para analisar o plástico
Entre o 34º e o 41°, Margarete conta como mudou sua perspectiva em relação à reciclagem e como é o cotidiano na associação. Ela diz: “Hoje nós entendemos que não devemos ter vergonha do nosso trabalho”, ela afirma. Sua fala vem carregada de orgulho. Na Asmar as tarefas são divididas: um grupo cuida do papel, outro do metal, outro da esteira. Cada um sabe o trabalho que faz. O trabalho poderia ser mais leve se, em casa, as pessoas se preocupassem em separar os resíduos.
Os próximos quadrinhos trazem desenhos de itens reclicáveis e da personagem. No final da página, em destaque a fala da Margerete, que aponta para a tela "A responsabilidade também é sua".
Do 42º ao 49º, a professora Martha acrescenta informações sobre reciclagem: “Se as embalagens viessem limpas, já seria meio caminho andado”. Ela ensina: a lavagem não precisa desperdiçar água potável. “Eu fecho o ralo da pia e uso a água do enxágue da louça para lavar a embalagem. Assim a gente dá novo uso para uma água que iria virar esgoto”, explica a professora aposentada. O vidro, quando vai para o lixo, deveria ser enrolado em papel ou plástico bolha, com aviso de “cuidado”. Caso contrário, a triagem se transforma em risco. E os materiais que chegam sujos, impregnados de restos de comida, acabam destinados aos aterros, quando poderiam ser reciclados, se viessem limpos. Informação, divulgação e cobrança do poder público são, segundo Martha, caminhos para mudar essa realidade.
A descrição do bloco foi feita em conjunto com a imagem anterior
No último quadrinho, agora com uma foto colorida do repórter, um homem jovem, no lado esquerdo, e Margarete, uma mulher de meia idade, do lado direito. Os dois estão sentados. Acima da mesa, um celular. Atrás deles, itens da usina de reciclagem. O repórter pergunta: "Se pudesse deixar um recado, qual seria?". A entrevistada responde: “Somos importantes e ajudamos a mudar o mundo”.
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