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Grupo de Estudos em Economia do Trabalho

GRUPO DE ESTUDOS EM ECONOMIA DO TRABALHO (GEET)

Pesquisa Inativo

Publicações

Artigos

PEREIRA, Adriano J. Integração econômica e mobilidade de trabalhadores no Mercosul. Revista de Economia & Relações Internacionais, São Paulo: FAAP, v.3, n.6, p.76-87, janeiro de 2005.

PEREIRA, Adriano J. A globalização e seus paradoxos: a pouca mobilidade da força de trabalho. Economia e desenvolvimento, Santa Maria-RS, n.8, p.2-4, 1997.

PEREIRA, Adriano J. ; GORSKI, Gustav P.; SCHNEIDER, Luciane. O comportamento do setor informal nas economias gaúcha e brasileira nas décadas de 1980 e 1990. Economia e desenvolvimento, Santa Maria-RS, n.13, p.18-44, 2001.

PEREIRA, Adriano J. Informalidade e segmento feminino do mercado de trabalho gaúcho: um perfil comportamental para a década de 1990. Cadernos de economia, Chapecó-SC, ano 7, n.7, p.37-60, 2003.

PEREIRA, Adriano J. O comportamento da ocupação no Brasil: algumas evidências da informalização do formal. Economia e desenvolvimento, Santa Maria-RS, n.15, p.1-15, 2004.

PRIEB, Sérgio A. M. As inovações tecnológicas e a tese do fim da centralidade do trabalho: o enfoque marxiano. Economia e Desenvolvimento, Santa Maria – RS, v. 09, p. 65-76, 1998.

PRIEB, Sérgio A. M. e OLIVEIRA, Edson Valderi Prestes de. A situação da classe trabalhadora e do movimento sindical frente às transformações no mundo do trabalho: os casos da Argentina e do Brasil nos anos 90. Economia e Desenvolvimento, Santa Maria-RS, v. 13, p. 54-69, 2001.

PRIEB, Sérgio A. M. A tese do fim da centralidade do trabalho: mitos e realidade. Economia e Desenvolvimento, Santa Maria –RS, v. 12, p. 48-76, 2000

Monografias

2005

Título: A Experiência das Cooperativas de Trabalho no Brasil a Partir de 1990: Alternativa ao Desemprego ou Nova Forma de Precarização do Trabalho?
Autora: Simone Adriana Silva dos Santos
Orientador: Sérgio Alfredo Massen Prieb

Título: A Influência dos Diferentes Níveis de Educação nas Variações da Renda, Considerando o Sexo e o Setor Produtivo, nas Grandes Regiões do Brasil, no Período de 1980 a 2004.
Autora: Giovana Tonel Cervi
Orientador: Elder Estevão de Mello

2004

Título: A Evolução Dos Desemprego No Setor Industrial Nas Regiões Metropolitanas Do Brasil Durante O Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)
Autor: Ângela Maria do Nascimento
Orientador: Prof. Adayr da Silva Ilha

Título: O Modelo De Produção, O Trabalho E A Renda No Governo FHC (1995-2002)
Autor: Vitor Bequeristain de Freitas
Orientador: Prof. Adayr da Silva Ilha

Título: O Comportamento Da Ocupação Na Indústria Calçadista Do Vale Dos Sinos Nos Anos 90: Reflexos Da Reestruturação E Da Terceirização Da Produção
Autor: José Sirlei Lopes Bataioli
Orientador: Prof. Adriano José Pereira

Título: A Globalização E O Desemprego No Brasil Na Década De 90
Autor: Idrete Vargas
Orientador: Prof. Adayr da Silva Ilha

2003

Título: A Participação Feminina No Mercado De Trabalho Formal Brasileiro: Um Comparativo Entre Regiões Na Década De 90
Autor: Daniella de Cássia Marques de Lima
Orientador: Sérgio Alfredo Massen Prieb

Título: O Sitema De Franchising No Brasil E Suas Implicações Na Geração De Emprego Na Década De 90
Autor: Dulcinéia Aparecida da Costa Vianna
Orientador: Luiz Antônio Rossi de Freitas

Título: A Reestruturação Do Mercado De Trabalho No Brasil E O Comportamento Do Setor Informal Nos Anos 90
Autor: Márcia Naiar Cerdote Pedroso
Orientador: Dr. Sérgio Alfredo Massen Prieb

Título: A Abertura Comercial E As Inovações Tecnológicas Como Fatores Impulsionadores Do Desemprego: O Caso Do Setor Industrial Da Cidade De São Paulo Na Década 90
Autor: Carlos Eduardo Schmitt
Orientador: Dr. Sérgio Alfredo Massen Prieb

Título: O Desemprego No Brasil Pela Ótica Da Lei De Okun – (1980-1999)
Autor: Maria De Fátima Martins Corrêa
Orientador: Luiz Antônio Rossi de Freitas

Título: Análise Empírica Da Relação Emprego-Produto-Salário Na Indústria Brasileira No Período De 1992 A 2003.
Autor: Neiva Beatriz Ludwing
Orientador: Prof. Claílton Ataídes de Freitas

2002

Título: O Processo De Terceirização E Seus Efeitos Sobre A Classe Trabalhadora Brasileira Nos Anos 90.
Autor: Alexandre Scalcon Dos Reis
Orientador: Dr. Sérgio Alfredo Massen Prieb

Título: A Distribuição Espacial Do Crescimento Do Emprego Na Região Central Do Rio Grande Do Sul, No Período De 1986 A 2000
Autor: Rozelaine Ribia Bueno de Almeida
Orientador: Prof. Gilberto de Oliveira Veloso

Título: Reflexos Da Abertura Econômica, Reestruturação Produtiva E Flexibilização Das Normas Trabalhistas Sobre A Ocupação Da Mão De Obra No Setor Automobilístico Brasileiro A Partir Do Plano Real
Autor: Herton Castiglioni Lopes
Orientador: Prof. Adriano José Pereira

2001

Título: Da Sociedade Do Trabalho À Sociedade Sem Trabalho: Uma Reflexão Acerca Das Conseqüências Do Progresso Técnico Sobre O Mundo Do Trabalho
Autor: Ivana Geila Wollmann
Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: As Políticas De Desregulamentação Do Mercado De Trabalho Brasileiro: O Impacto Sobre A Ocupação Nas Indústrias Calçadistas E Metalúrgica Do RS Na Década De 90
Autor: Augusto Galerry Medeiros
Orientador: Prof. Adriano José Pereira

Título: A Expansão Da Socioeconomia Solidária Num Contexto De Desemprego
Autor: Juliana Franchi Da Silva
Orientador: Jose Maria Pereira

Título: Informalidade E O Segmento Feminino No Mercado De Trabalho Da Economia Gaúcha Na Década De 1990
Autor: Michele Rabenschiulag Bordin
Orientador: Prof. Adriano José Pereira

Título: Mudanças No Mercado De Trabalho Brasileiro Nos Anos 90: O Caso Da Indústria Têxtil
Autor: Daniel Massen Frainer
Orientador: Prof. Adriano José Pereira

2000

Título: Segmentação E Discriminação No Mercado De Trabalho Brasileiro Na Década De 90: O Caso Da Mulher
Autor: Fabiane Cristina Rossato Tondo
Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: Origens Do Processo Brasileiro De Industrialização (1880-1930): A Influência Do Capital E Da Mão-De-Obra
Autor: Jovane Beatriz Barcellos
Orientador: Prof. Elder Estevão De Mello

Título: A Cooperativa De Trabalho E Sua Atuação Em Uma Usina De Reciclagem De Santa Cruz Do Sul No Período De Julho De 1999 À Dezembro De 2000: Um Estudo De Caso
Autor: Luiz Henrique Petry
Orientador: Prof. Willian Edward Carson

Título: A Expansão Das Cooperativas De Trabalho Como Fator Decorrente Do Desemprego No Brasil
Autor: Maria Erondina Silveira Bilibio
Orientador: Prof. Jose Maria Pereira

1999

Título: A Questão Do Desemprego No Brasil Na Década De 90: Aspectos Estruturais E Conjunturais
Autor: Jorcinei Luis Thomas Preussler
Orientador: Prof. Gilberto De Oliveira Veloso

Título: Reestruturação Produtiva E O Emprego Na Indústria Automobilística Brasileira, De 1967 A 1997
Autor: Débora Zorzan Da Luz
Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: A Terceirização No Mercado De Trabalho Gaúcho No Período 1986 – 1995
Autor: Itacir dos Santos Cavalheiro Junior
Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: A Inflação E O Desemprego No Brasil: Um Estudo Econométrico Do Período De 1981 A 1998
Autor: Marcos Paulo Valentim Dos Santos
Orientador: Prof. Gilberto De Oliveira Veloso

Título: A Variação No Nível De Emprego Na Indústria Calçadista No Período De 1994 – 1998
Autor: Sérgio Luiz Noal
Orientador: Prof. Ricardo Rondinel

1997

Título: A Questão Do Desemprego No Brasil Nas Décadas De 80 E 90: Uma Contribuição Ao Debate
Autor: Fernando Bevilaqua
Orientador: Prof. Claílton Ataídes de Freitas

1998

Título: O Emprego No Setor Bancário Brasileiro:Uma Análise Do Período De 1986 A 1996.
Autor: Marco Antônio Schneider Beck
Orientador: Prof. Ricardo Garcia

Título: O Setor Informal Na Economia Gaúcha No Período 1980-88
Autor: Moacir Mânica
Orientador: Prof. Adriano José Pereira

1996

Título: O Impacto Da Tecnologia Sobre A Geração De Emprego: Algumas Reflexões Sobre A Experiência Brasileira
Autor: André Ziegler
Orientador: Prof. Elder Estevão De Mello.

Título: Subcontratação Do Trabalho A Domicílio Na Indústria Calçadista Do Vale Do Rio Dos Sinos – RS
Autor: Leandro Wolf
Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: A Revolução Industrial E Seus Efeitos Sobre A Classe Operária: Uma Intervenção Marxista
Autor: Gilmar Francisco De Araújo
Orientador: Dr. Sergio Alfredo Massen Prieb

Título: 56 Anos De Salário Mínimo No Brasil: Uma Breve Análise
Autor: Miguel Esposito Barreiro
Orientador: Clailton Ataides De Freitas

1995

Título: O Desemprego Segundo As Abordagens Marxista E Keynesiana
Autor: Maria Angélica Pelizzaro Barreiro
Orientador: Prof. Elder Estevão De Mello

Título: O Processo Tecnológico E O Trabalho: Um Enfoque Sobre A Automação Industrial De Base Microeletrônica E Os Impactos Sobre O Nível De Emprego E A Qualificação Profissional
Autor: Adriana Aparecida Da Silva Amaro

1994

Título: A Mulher Gaúcha No Mercado De Trabalho Na Década De 70
Autor: Carmem Lagca Dias Da Costa

Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: Inflação E Desemprego Na Economia Brasileira (1974-85): Uma Aplicação Da Curva De Phillips
Autor: Rojas Ademar Silva Do Canto
Orientador: Prof. Elder Estevão De Mello

Título: O Salário Mínimo E A Determinação Da Taxa De Salários Na Indústria Da Construção Civil Do Rio Grande Do Sul (RS) – 1989/93
Autor: Adriano José Pereira
Orientador: Prof. José Maria Pereira

Título: O Conflito Entre Salários E Lucros Na Distribuição Da Renda Nacional E O Processo Inflacionário Brasileiro Nos Anos 80
Autor: Augusto Henrique S. Mello
Orientador: Prof. Valny Giaconely Sobrinh o

1992

Título: O Mercado De Trabalho Nas Conjunturas De Crise: Análise Da Região Metropolitana De São Paulo Nos Tempos Do Collor
Autor: Renato Alberto Weber

Título: Automação Microeletrônica Na Indústria Brasileira: A Divisão Do Trabalho, A Organização Do Trabalho E O Emprego
Autor: Maria Loura Oliveira Da Silveira
Orientador: Prof. Pascoal José Marion Filho

1991

Título: Padrão De Acumulação E Política Salarial No Brasil A Partir Da Vigência Do Modelo Urbano – Industrial
Autor: Vânia Izabel Foleto

Título: Uma Análise Do Mercado De Trabalho Urbano Na Crise Econômica
Autor: Evanilda Padilha

1990

Título: Produtividade E Salários Na Indústria De Transformação De São Paulo, Período 70/88.
Autor: Vera Lúcia Dall’Asta
Orientador: Prof. Ricardo Rondinel

1988

Título: Informática E O Impacto Das Novas Tecnologias No Emprego
Autor: Juçara Salete Gubiani
Orientador: Prof. Roberto Da Luz Junior

Título: Notas Sobre A Economia Informal No Brasil
Autor: Rita Inês Paetzhold Pauli
Orientador: Prof. Roberto Da Luz Junior

1987

Título: Vantagens Econômicas E O Desemprego Tecnológico Derivados De Um Processo Técnico Num Setor Da Construção Civil
Autor: Francisco A. F. Dos Reis
Orientador: Prof. Roberto Da Luz Junior

Título: O Mercado Informal De Trabalho, O Modelo Brasileiro De Crescimento
Autor: Marco Antônio Vargas (Prêmio CORECON Trabalho Nº 3 Porto Alegre/RS)

Resenhas

Resenhas publicadas

PRIEB, Sérgio A. M. Resenha do livro de André Gorz, Miserias del presente, riqueza de lo posible. Publicada na revista Crítica Marxista , no. 14, São Paulo: Boitempo, p. 186-188, 2002.

André Gorz

Miserias del Presente, Riqueza de lo Posible . Buenos Aires, Editora Paidós, 1998.

Sérgio A. M. Prieb (Professor do Curso de Economia da UFSM).

O sociólogo André Gorz, austríaco de nascimento e radicado na França há muitos anos, sempre foi um autor polêmico, tendo exercido juntamente com Adam Schaff e em menor grau, Domenico de Masi, uma grande influência sobre consideráveis setores da esquerda reformista.

Em sua obra dos anos 50, quando Gorz teve uma aproximação ideológica com o existencialismo sartreano, já apresentava alguns pontos de discórdia com a teoria marxista, como pode ser observado em Historia y Enajenación , publicado em 1959, em que questionava o papel do proletariado como classe revolucionária, considerando que no século XX, nada diferenciaria o proletariado das demais classes. Nos anos 60, em Estratégia Operária e Neocapitalismo , de 1964, Gorz questiona novamente o proletariado como classe revolucionária, por acreditar que devido ao nível de vida dos trabalhadores estar apresentando substanciais melhoras com o estado de bem estar dos países desenvolvidos, a diminuição da miséria estaria propiciando o crescente processo de “aburguesamento das massas”, diminuindo, assim, o ímpeto revolucionário do proletariado.

Em sua fase “ecológica” dos anos 70, Gorz (algumas vezes utilizando o pseudônimo Michel Bosquet), critica a esquerda tradicional por não ter previsto que o crescimento industrial desmesurado dos países capitalistas estaria conduzindo a uma crise de superacumulação. Desta forma, ao não perceber a crise anunciada do modelo de capitalismo de crescimento, a esquerda estaria perdendo o que Gorz chama em Ecología y Libertad, publicado em 1977, de seu “valor profético” (apesar de muitas vezes o próprio Gorz assumir ares de profeta).

A fase de Gorz mais polêmica, e por isso mesmo, mais comentada, é a inaugurada em 1980 com Adeus ao Proletariado , e que teve continuidade com Los Caminos del Paraíso , publicado em 1983 e Metamorfosis del Trabajo , de 1988. Além de querer desprender-se cada vez mais do rótulo (injustamente atribuído) de sociólogo de tendência marxista, busca mexer num tema muito caro ao pensamento marxiano e marxista: a problemática do futuro do trabalho no capitalismo, em que anuncia a abolição do trabalho e da classe trabalhadora. Em Adeus ao Proletariado , Gorz afirma que a teoria marxista não teria mais propostas a oferecer à construção de uma sociedade do futuro, daí seu anacronismo.

São propostas que Gorz expõe em seu mais recente livro, Miserias del Presente, Riqueza de lo Posible, publicado em 1997 na França, ainda não lançado no Brasil (assim como a maioria de seus últimos livros). Gorz retoma a tese do fim da centralidade do trabalho, considerada por ele como irreversível, isto não seria algo a ser lamentado pelos trabalhadores, pois uma nova sociedade estaria surgindo dos escombros da antiga.

Com grande otimismo, Gorz anuncia a sociedade do futuro, liberta da alienação do trabalho da era fordista, e que em conseqüência, criaria condições para o surgimento de atividades denominadas pelo autor de “auto-organizadas”, desta forma seria necessário que o trabalho perca definitivamente seu lugar central na vida das pessoas, para que estas busquem novas formas de trabalho.

A globalização estaria assumindo um importante papel nas transformações do mundo do trabalho, no sentido que seria uma resposta aos trabalhadores que a partir dos anos 60, teriam buscado extrapolar o “compromisso fordista” com uma série de atos que buscavam ultrapassar os limites da “sociedade-Estado”. Neste aspecto, Gorz aproxima-se de Lester Thurow ( O Futuro do Capitalismo ) ao concordar com a tese de que com a globalização, “o capitalismo havia declarado guerra à classe operária, e havia ganho”.

Com toda a série de derrotas impingidas aos trabalhadores, Gorz não pode deixar de considerar os resultados nefastos trazidos pela globalização, e a crescente intensificação da concorrência nos mais diversos mercados, que podem ser expressos na diminuição salarial, no crescimento das taxas de desemprego, nas perdas sociais com o fim do estado de bem estar, e na crescente precarização do trabalho, que hoje se observa no mundo todo. Isto tudo tem como objetivo fazer com que as empresas européias aproximassem suas taxas de lucro do nível das empresas dos EUA e japonesas.

Apesar de buscar manter sua tese do fim da centralidade do trabalho, Gorz aponta como tendência, o predomínio do trabalho precarizado, o que leva o leitor à conclusão errônea, é claro, de que estes não seriam também trabalhadores.

A superação da subordinação do trabalho da esfera heterônoma para a autônoma, assunto presente em obras anteriores do autor, é retomada por Gorz, ao considerar estarem postas as condições concretas para a conversão do trabalho em uma atividade autônoma. No entanto, ao contrário do que Gorz tenta nos fazer crer, a convivência entre dois mundos tão diferentes (o da esfera da heteronomia e o da autonomia), em que um engloba toda a exploração típica do modo de produção capitalista, enquanto o outro constrói a independência do indivíduo, parece estar longe de representar uma sociedade ideal. Também não está assegurado que, ao contrário da tese otimista de Gorz, a esfera da heteronomia não possa subordinar a esfera da autonomia para si, amplificando, desta forma, a já eterna, para Gorz, alienação do trabalho.

A perda da centralidade do trabalho torna-se imperativo, na teoria de Gorz, para que os indivíduos superem a heteronomia do trabalho e construam um novo tipo de sociedade, calcada no princípio do “tempo livre”. Para tanto, com a crescente diminuição do tempo de trabalho vivo exigido para a elaboração das mercadorias, Gorz além da abolição do trabalho, decreta o fim da lei do valor. Desta forma, a “caduquice da lei do valor”, resultado da diminuição o trabalho vivo, tiraria do trabalho a sua atribuição de medida dos valores de uso, e o trabalho deixaria de ser, enfim, fonte de riqueza, fundamento do valor, como afirmou Marx. Em seu lugar, Gorz passa a considerar a ciência e a comunicação lingüística como o pilar central da produção, em substituição ao tempo de trabalho incorporado nas mercadorias.

Esta análise de Gorz (e também de Habermas) conduz a um determinado tipo de “fetichismo tecnológico”, pois o desenvolvimento tecnológico passa a ser visto como uma entidade que foge ao controle dos homens. O capital não necessitando mais do trabalho vivo para reproduzir-se – que cada vez mais assumiria uma posição secundária no processo de criação de riqueza capitalista – utiliza em seu lugar, ainda que de forma contraditória, o trabalho morto na forma de máquinas sofisticadas, robotização, e aproveitamento pleno dos recursos fornecidos pela microeletrônica, sendo todas estas inovações, por mais irônico que possa parecer, resultado do trabalho humano, tanto físico quanto intelectual.

A tese de Gorz a respeito do tempo livre representa, para o autor, a grande demanda a ser conquistada pela sociedade atual e futura, tese esta já presente desde suas obras dos anos 60, como O Socialismo Difícil Estratégia Operária e Neocapitalismo .

Na problemática, sem dúvida, mais polêmica acerca da redução da jornada de trabalho, que é: quem paga a conta? Gorz há muito tempo já fez sua opção pelo capital, ao considerar a hipótese de que possa haver a redução salarial desde que resulte em redução do tempo de trabalho, e manutenção e ampliação do emprego.

O fim da centralidade do trabalho, a diminuição acelerada dos assalariados, a introdução de inovações tecnológicas trazidas com o advento da terceira revolução industrial, a diminuição do papel da luta de classes dentro do moderno capitalismo, tem como ápice a construção desta nova sociedade em que o indivíduo teria, diante da crise da racionalidade econômica capitalista, a possibilidade de que a individualidade das pessoas possam vir à tona de forma plena através da sociedade do tempo livre.

Resumos

Resumo de artigos publicados

PRIEB, Sérgio Alfredo Massen. As Cooperativas de Trabalho no Brasil: Regressão ou Superação do Trabalho Assalariado diante da Globalização? In: VII Encuentro Internacional de Economistas sobre Globalización y Problemas del Desarrojo , Havana, Cuba, Volume VII, p. 33-34, 2005.

AS COOPERATIVAS DÉ TRABALHO NO BRASIL: REGRESSÃO OU SUPERAÇÃO DO TRABALHO ASSALARIADO DIANTE DA GLOBALIZAÇÃO?

RESUMO: É sem dúvida bastante substancial a série de modificações no mundo do trabalho vivenciadas a partir do último quartel do século XX. O processo de globalização dos últimos anos, as mudanças no padrão produtivo, juntamente com as inovações tecnológicas, contribuem para o aumento das taxas de desemprego, além da expansão das diversas formas de flexibilização e precarização do trabalho, em que se destaca a terceirização, a implantação dos contratos temporários de trabalho e o crescente trabalho informal, que nos países do terceiro mundo, e no Brasil em particular, assume proporções cada vez mais gigantescas. O presente trabalho visa discutir uma experiência de organização do trabalho no Brasil, as chamadas “Cooperativas de Trabalho”, que por muitos autores, mesmo considerados do campo da esquerda, é vista como uma grande possibilidade de libertação dos trabalhadores da exploração do capital, e de solução para o processo de exclusão e miserabilidade a que são submetidos os trabalhadores brasileiros sob o modo de produção capitalista, bem como uma alternativa de desenvolvimento aos países do terceiro mundo diante de um mundo globalizado e excludente, mas que em nossa opinião, dadas as características de o Brasil ser um país capitalista, esta experiência nada mais é que uma nova forma de precarização do trabalho a serviço do capital. As Cooperativas de Trabalho muitas vezes agem como firmas terceirizadas, criadas por incentivo patronal, com a finalidade de livrarem-se das relações empregatícias por outras de caráter precário, diminuindo assim, os seus custos e aumentando seus lucros. Os capitalistas preferem livrar-se de pagamento de salários e demais custos com a força-de-trabalho, fazendo com que os mesmos trabalhadores, sob o argumento de tornarem-se donos de seu próprio negócio, e não mais assalariados, organizem-se em Cooperativas de Trabalho, que depois irão vender seus serviços para seus antigos patrões. O que pode ser observado é que os trabalhadores das Cooperativas, devido a muitas vezes terem de competir com as grandes empresas capitalistas, obrigam-se a extrapolar absurdamente a jornada de trabalho, abrem mão de férias, entre outros direitos a que os trabalhadores do setor privado formal usufruem. Além disso, ao conviver em uma sociedade capitalista, as Cooperativas de Trabalho devem, necessariamente, adequar-se à lógica do mercado, em que numa sociedade em que predomina a concentração exacerbada do capital, somente vão existir enquanto as grandes empresas não sentirem-se perturbadas pela sua existência, ou enquanto forem úteis aos interesses das grandes corporações.

 

Autor: Sérgio Alfredo Massen Prieb