No dia 14 de abril, no mês da consciência indígena, ocorreu o primeiro encontro de visibilidade e consciência indígena em Santa Maria – RS. O evento foi ministrado pelas escolas Guarani e Kaingang que buscam dar destaque aos indígenas na luta por reconhecimento e direitos.
O encontro foi executado no antigo prédio desativado da FUNDAE, atual Escola Estadual Guarani Yvyra Ija Tenonde Vera Miri, que traz homenagem a um líder espiritual da comunidade que tinha esse mesmo nome. Iniciou-se a luta por direito à educação após a aldeia Guaviraty Porã chegar às terras da antiga FUNDAE.
Este encontro foi ministrado pela comunidade Kaingang e Guarani, com o propósito de alcançar o reconhecimento aos povos indígenas e garantir espaços como, a escola Guarani, para que pudessem manter suas línguas, costumes, tradições e crenças.
As apresentações de cantos e danças logo no início do evento expressaram a importância de manter suas tradições em espaços como a escola, já que também é através da música e dança que se conectam com a terra Mãe, a natureza. Durante o encontro, as aldeias Guarani e Kaingang tiveram um momento para conversarem entre si e falar sobre suas lutas, resistências e autonomia das aldeias.
No evento, foi disposta uma mesa com microfones que permitiu às pessoas ter um momento de fala com quem estava presente. Dentre elas, foi destacada a fala de Caciques Silvio e Natanael, que apontaram um olhar preocupante sobre a territorialidade. Visto que a comunidade Guarani já está há dez anos na moradia provisória e o tempo máximo é de 20 anos, eles continuam lutando constantemente pela permanência definitiva.
Cacique Silva cita ´´ nós mesmos queremos contar nossa história´´ é um desejo da comunidade indígena e do próprio Cacique poder contar sua história e seu ponto de vista. Destacaram a importância do espaço que tiveram na Escola Estadual Guarani, visto que, viabilizam vozes indígenas e geram um impacto na população mostrando o motivo em questão das lutas e os pedidos por direitos.
Ressaltam a importância da escola para eles, dado que permitem que a cultura seja resgatada através do ambiente escolar garantindo a sobrevivência indígena e expandindo a causa para a população, principalmente a população santa-mariense para que possam ganhar apoio e verba.
´´Não possibilitar o território é calar, negar a história e os valores culturais que se fazem presentes nas aldeias de todo o país´´. Frase citada na carta aberta do evento: visibilidade e consciência indígena.
Texto: Ashley Nascimento