O Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria realizou, na quarta-feira (23), uma simulação de evacuação por incêndio, com o objetivo de capacitar docentes, discentes e brigadistas para possíveis situações de emergência. A ação teve início às 14h30min, quando uma aluna notificou a direção sobre um possível incêndio; às 14h35min, o alarme foi acionado e as primeiras medidas foram adotadas para a evacuação total dos prédios 07 e 09 da Unidade. Esses blocos abrigam o maior número de salas de aula e, consequentemente, reúnem a maior concentração de professores e estudantes. A liberação completa dos edifícios foi realizada em seis minutos, com a participação de aproximadamente 600 pessoas. A cronometragem foi encerrada após a confirmação dos brigadistas de que todos os corredores, banheiros, salas dos andares e a cafeteria haviam sido esvaziados. Às 14h51min, a simulação foi encerrada oficialmente, com a emissão dos avisos que informavam que a situação se tratava apenas de um treinamento de segurança e prevenção.





A demonstração foi coordenada pela Direção do CT, em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas em Engenharia de Segurança Contra Incêndios (GEPESCI), o Núcleo de Prevenção de Incêndios (NPI/PROINFRA) e a egressa do CT-UFSM, engenheira civil Janaína Steckel Retore, instrutora credenciada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS). Os coordenadores estiveram, a todo momento, em contato com os órgãos de segurança da Universidade e de Santa Maria. O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública de Santa Maria (CIOSP), o 4º Batalhão de Bombeiro Militar — por meio do primeiro-tenente Alexandre Sena do 3º Pelotão de Camobi —, o Serviço de Emergência Universitária (SEU) e o Núcleo de Vigilância da UFSM estiveram presentes desde o início do planejamento do evento e disponibilizaram todo o apoio necessário para a execução da simulação. O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), por meio do superintendente Humberto Moreira Palma, também foi informado sobre a atividade, em razão de possíveis transtornos durante o treinamento.
Preparativos
Como parte das iniciativas de acessibilidade, o Setor de Apoio Pedagógico (SAP-CT) comunicou previamente aos estudantes com deficiências ocultas sobre a realização da simulação, com o objetivo de prevenir possíveis crises durante a atividade. Além disso, estudantes com deficiência física ou mobilidade reduzida tiveram facilidade na saída do prédio graças ao sistema de distribuição de salas idealizado pela Infraestrutura do Centro, o qual dá prioridade no ‘ensalamento’ para que suas disciplinas sejam preferencialmente alocadas no térreo ou em salas com acesso facilitado por elevadores. Esses estudantes também foram informados antecipadamente sobre a simulação pois, como deve ocorrer em situações reais de incêndio, os elevadores foram desligados durante a evacuação.
As preparações para o treinamento incluíram um curso de formação para brigadistas de incêndio, de nível intermediário, realizado em março. Essa capacitação seguiu as diretrizes da RT-15 do CBMRS e também contemplou formação em primeiros socorros, com o apoio do PET Enfermagem, que, sob tutoria da professora Silvana Bastos Cogo, ministrou o projeto PET Socorre. Ambas as qualificações foram voltadas exclusivamente para servidores docentes e técnico-administrativos em educação (TAEs) do CT. No total, foram 25 brigadistas habilitados para atuar em ocorrências emergenciais.



Em paralelo ao curso, o GEPESCI disponibilizou materiais gráficos nas redes sociais do Centro, com o objetivo de destacar os principais itens de emergência contra incêndios e orientar sobre como agir em uma situação de emergência. A divulgação desses conteúdos contribuiu para manter as informações frescas na memória da comunidade acadêmica, e favorecer a resposta adequada durante a simulação.
Toda a preparação da simulação foi realizada de forma sigilosa, com detalhes conhecidos apenas pelos brigadistas, para garantir uma análise mais precisa sobre o comportamento do público acadêmico do CT em situações de incêndio. O objetivo dessa abordagem foi produzir material de avaliação para o GEPESCI e aprimorar ainda mais os planos de segurança e evacuação da Unidade. Para essa finalidade, uma central de monitoramento por câmeras foi instalada, com o intuito de auxiliar na análise da ação. Por isso a energia elétrica não foi totalmente desligada, o que aconteceria se fosse uma situação real de emergência por incêndio.
Avaliação da simulação
Para o coordenador do GEPESCI, professor Rogério Antocheves, a atividade tem um valor simbólico e prático fundamental. Rogério possui pós-doutoramento em Segurança contra Incêndio e nunca havia participado de uma simulação em 15 anos de pesquisa e dedicação à cultura preventiva: “É uma realização para mim porque é um assunto tão importante e a gente está lidando com vidas de pessoas. A exemplo, a Boate Kiss. Então, imagina o quanto é importante para nós que trabalhamos na área de prevenção conseguir envolver uma comunidade inteira, trazer esse conhecimento para nossa comunidade e também despertar esse assunto na sociedade.”
O treinamento também contou com a presença de Flávio Silva, pai de Andrielle (vítima na tragédia da Boate Kiss) e presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Flávio ressaltou a importância de ações como essa para preservar vidas e manter viva a memória do ocorrido: “tive o prazer de acompanhar uma atividade muito importante, que faz parte da prevenção contra incêndios, com duração de aproximadamente 6 minutos, um tempo muito bom para a primeira simulação. Parabéns ao professor Rogério que organizou e supervisionou essa brilhante atividade! Um exemplo a ser seguido por outros setores da UFSM, e também de outras instituições, pois a prevenção é que pode salvar vidas, quando acontece tragédias, principalmente nos incêndios, parabéns a todos que participaram da atividade”.
A engenheira Janaína Retore destacou o tempo de evacuação — seis minutos — como um resultado positivo do conjunto de ações preventivas. “Isso só aconteceu nesse tempo tão bom graças à ação dos brigadistas e de todo esse conjunto de medidas que foram tomadas. Tanto a formação da brigada de incêndio quanto o plano de emergência, que foi amplamente divulgado por e-mail, redes sociais e vídeos orientativos. Tudo isso faz parte do que chamamos de medidas de prevenção contra incêndio. Portanto, essas medidas sempre se comprovam muito eficazes. Quando as pessoas observam e seguem, temos esse sucesso, com evacuação em um tempo tão reduzido. Isso me traz uma grande satisfação, ao ver que o objetivo foi alcançado.”
O diretor do Centro de Tecnologia, Tiago Marchesan, reforçou a importância da simulação para o aprimoramento sucessivo dos protocolos de segurança. “Esse simulado nos traz respostas. Essas respostas agora serão analisadas, com atenção aos pontos que precisam ser melhorados. Mas, sem dúvida, eu acredito que isso tenha que ser algo contínuo. Não sei ainda a periodicidade, eu vou conversar com os especialistas sobre isso, mas sim, ele tem que ser algo contínuo para que a gente possa cada vez mais trabalhar na prevenção. Isso é o fundamental da simulação: trabalhar na prevenção, para que numa situação real as pessoas saibam o que elas têm que fazer.” O primeiro-tenente Alexandre Sena complementa Tiago e ressalta: “É uma iniciativa nobre, que estimula o desenvolvimento contínuo de ações prevencionistas a longo prazo.”
Texto e fotos por Marina dos Santos, acadêmica de jornalismo, com supervisão da Subdivisão de Comunicação do CT/UFSM.
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